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As esperanças da torcida

20 de julho de 2016 - Por Comunità Italiana
As esperanças da torcida

As esperanças da torcidaSaiba onde estão as maiores chances de medalha entre os atletas das equipes brasileira e italiana

Brasil? Itália? Para quem você vai torcer na Olimpíada? Os donos da casa querem chegar aonde nunca chegaram, enquanto a Itália quer manter-se num seleto grupo. Os objetivos, pelo menos na teoria, acabam por encontrar-se: ficar entre os dez melhores. Os dois já foram protagonistas de encontros memoráveis no outro grande evento esportivo do planeta, a Copa do Mundo de futebol: o Brasil ganhou cinco; a Itália, quatro. Mas, em matéria de Olimpíada, a Itália coloca-se muitíssimo à frente do Brasil. Na classificação geral de todos os Jogos de Verão, desde Atenas 1896 até Londres 2012, o Belpaese está em sexto lugar, com 549 medalhas — 198 de ouro, 166 de prata e 185 de bronze. O Brasil aparece bem atrás, na 37ª posição, com 108 no total, sendo 23 de ouro, 30 de prata e 55 de bronze. Vale lembrar um grande detalhe: a Itália disputou seis edições olímpicas de verão a mais do que o Brasil. A delegação azzurra participou de todos os Jogos desde a primeira edição da era moderna, em 1896. O Brasil começou sua participação em 1920, em Antuérpia, na Bélgica. Desde então, só faltou a uma edição, realizada em 1928, em Amsterdã, na Holanda. Se a vantagem italiana é indiscutível, o Brasil vai tentar mudar isso, pelo menos no Rio.
O objetivo do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) é o mesmo de 2009, quando o Rio ganhou o direito de organizar os Jogos: ficar entre os primeiros dez com o maior número de medalhas, independentemente da cor. O COB ressalta que o Brasil foi o 16º pelo total de medalhas (17) em Londres 2012, embora tenha terminado em 22º na classificação oficial, com três de ouro, cinco de prata e nove de bronze. Oficialmente, importa primeiro a quantidade de ouros e depois a de pratas, seguidas do bronze, do que o número total de medalhas. Em 2012, a Itália ficou na décima colocação pelo total de medalhas, com 28, mas ficou em oitavo na classificação oficial, com oito de ouro, nove de prata e 11 de bronze. O Japão teve 38 medalhas, dez a mais do que a Itália, mas sete foram de ouro, uma a menos do que o Belpaese. Por isso, os japoneses ficaram em 11º lugar no quadro oficial, em duas posições abaixo da Itália. Em Pequim 2008, a décima em número de pódios, sem importar o metal das medalhas, foi a Ucrânia, com 27. Baseado nisso, o COB disse à Comunità que projeta chegar a um número de medalhas aproximado a este, não importando a cor. Tarefa ousadíssima, mas não impossível, pois tem a vantagem de estar em casa.
Uma das principais esperanças brasileiras tem ascendência italiana: o ginasta Arthur Zanetti.  Ouro nas argolas em Londres 2012, tenta repetir o resultado no Rio. Paulista de São Caetano do Sul, com 26 anos, continuou a colecionar conquistas, como o ouro em 2016 na Copa do Mundo, em São Paulo.
Renzo Agresta, outro oriundo, tenta surpreender com feito inédito: ganhar a primeira medalha olímpica para o Brasil na esgrima, empunhando o sabre. Para melhorar seu nível, ele treina na Itália, país de muita tradição nesse esporte. Na modalidade espada, quem busca essa façanha no feminino é Nathalie Moelhausen, milanesa e filha de mãe brasileira. Ela foi à Olimpíada de Londres pela squadra azzurra e agora compete pelo Brasil.    
Já o esporte com mais tradição no Brasil ainda busca o ouro olímpico. O futebol masculino já levou três pratas, em 1984, 1988 e 2012, além dos bronzes de 1996 e 2008. Para ganhar no Rio, o Brasil aposta em Neymar. No futebol feminino, Marta e suas companheiras tentam também o primeiro ouro, depois das pratas de 2004 e 2008. No entanto, o tradicional duelo no futebol entre Brasil e Itália não haverá, já que os italianos não conseguiram a classificação nem no masculino nem no feminino.
 
Vôlei, judô e vela são fontes de medalhas verde-amarelas
Entre os esportes coletivos brasileiros, reina o vôlei, tanto na quadra quanto na praia. Os brasileiros comandados por Bernardinho e as brasileiras dirigidas por José Roberto Guimarães lutam pelo ouro. No masculino, Brasil e Itália ficaram no mesmo grupo e vão enfrentar-se no dia 13 de agosto, às 22h35min, no Maracanãzinho. Na praia, há grandes chances de ouro com Alison-Bruno Schmidt entre os homens e com Larissa-Talita entre as mulheres. Também brigam pelo pódio Bárbara-Ágatha e Evandro-Pedro Solberg. O handebol feminino, outro esporte com bola, vai brigar pelo pódio.
Outro esporte que costuma dar alegrias ao Brasil é o judô. Sara Menezes (categoria até 48 quilos) vai tentar confirmar o ouro de Londres-2012. Mayra Aguiar (até 78 quilos), Érika Miranda (até 52 quilos), Maria Suelen (acima de 78 quilos), Rafaela Silva (até 57 quilos), Maria Portela (até 70 quilos) e Mariana Silva (até 63 quilos) são outras esperanças entre as mulheres. Entre os homens, olho em Rafael Silva (acima de 100 quilos), Tiago Camilo (até 90 quilos), Rafael Buzacarini (até 100 quilos) e Felipe Kitadai (até 60 quilos).  
A vela é mais uma rica fonte de medalhas. Quem coordena as equipes brasileiras é Torben Grael, que os italianos conhecem bem, pois já foi tático do barco Luna Rossa. Sua filha Martine Grael, em parceria com Kahena Kunze, na classe 49er FX, formam uma das duplas favoritas ao degrau mais alto do pódio. E nunca pode ser esquecido Robert Scheidt, dono de dois ouros, duas pratas e um bronze em Olimpíadas, cinco no total. Recordista brasileiro nos Jogos, Torben Grael tem o mesmo número de medalhas, com dois ouros, uma prata e dois bronzes. A prata a menos faz a diferença em favor de Scheidt, que, com uma medalha na classe Laser no Rio, também pode superá-lo no total de pódios. A vela ainda tem candidatos de respeito, como Jorge Zariff (Finn) e a dupla feminina Fernanda Oliveira-Ana Luiza Barbachan (470).

Os esportes em que as medalhas são imprevisíveis
Há esportes em que medalhas são imprevisíveis. O italiano radicado no Brasil Carlo Danna, técnico do tiro ao prato da equipe brasileira, explica isso à Comunità:
— Se existe um esporte onde fazer previsões é impossível, este é o tiro ao prato, pelas suas peculiaridades únicas. Os treinos estão indo bem e os atletas também, mesmo se a preparação olímpica tenha começado em janeiro deste ano, quando deveria ter sido iniciada no ano seguinte à implantação da escola na sede de Rio de Janeiro, ocorrida em 2010. Se as instalações olímpicas estão certas não sei responder porque, apesar de o CNTE (Centro Nacional de Tiro Esportivo) ter sido mal feito em 2007, nós nunca treinamos nestas pedanas, a não ser, esporadicamente, alguns anos atrás — comenta.
Ettore Ivaldi é outro técnico italiano que vai dirigir brasileiros na Olimpíada. Ele comanda a equipe de canoa slalom, na qual Ana Sátila tem alguma chance de trazer medalha inédita na modalidade. Também na água, em outro esporte, um italiano nascido em Palermo, filho de mãe brasileira, vai jogar pela seleção da casa de polo aquático no Rio: Paulo Salemi. Ele já defendeu a Itália, uma das melhores equipes neste esporte. Por sinal, a seleção brasileira de pólo aquático é uma autêntica Torre de Babel, cheia de estrangeiros, a começar pelo técnico croata Ratko Rudic.
Na natação, o oriundo César Cielo não conseguiu classificação. Bruno Fratus, nos 50 metros livres — prova em que Cielo foi campeão olímpico em Pequim 2008 e bronze em Londres 2012 — é a maior esperança. Thiago Pereira, nos 200 metros medley, e Felipe França, nos 100m peito, também vão lutar pelo pódio.
Entre as mulheres, Etiene Medeiros é o destaque brasileiro na natação. O exame antidoping feito fora das competições em maio indicou a presença da substância proibida fenoterol. Mas o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) a absolveu em 30 de junho. O fenoterol estava no remédio Berotec, que Etiene tinha tomado para combater a asma. No dia da absolvição, existia o temor de que a decisão ainda pudesse ser mudada com eventual recurso da Federação Internacional de Natação à Corte Arbitral do Esporte, a instância máxima no direito esportivo. Etiene está classificada para disputar os 50 metros costas, além dos 50m e 100m livres na Olimpíada. Ela também deve fazer parte da equipe brasileira do revezamento 4x100m livres. Em 2014, bateu o recorde mundial dos 50m costas em piscina curta em Doha, Qatar: 25s67.  
Nas maratonas aquáticas, Ana Marcela Cunha é candidata ao ouro no mar de Copacabana, assim como Poliana Okimoto. Não se deve esperar muito do atletismo brasileiro. Fabiana Murer, no salto com vara, é a atleta mais cotada do país organizador. Há ainda outros esportes que podem trazer medalhas, como o pentatlo moderno, com Yane Marquez, medalha de bronze nos Jogos de 2012. 
 
Menos medalhas do que em Londres
O número de medalhas que a Itália espera ganhar é um pouco menos do que em Londres, onde subiu 28 vezes ao pódio em 2012. Desta vez, o objetivo do Comitê Olímpico Nacional Italiano (CONI) é obter 25 medalhas, três a menos do que há quatro anos. Por que menos medalhas do que há quatro anos? Explica-se. Na esgrima, esporte que mais medalhas deu ao Belpaese na história dos Jogos, não haverá nem o florete feminino nem o sabre masculino por equipes. No florete individual, há somente duas mulheres inscritas: Arianna Errigo e Elisa di Francisca, fortes candidatas. Mas a Itália não vai poder lutar por três medalhas nesta arma: só duas. Entre os homens, esperam-se bons resultados de Andrea Cassarà, no florete, e de Enrico Garozzo, na espada. Boas chances também no masculino por equipes das duas armas. Em Londres, a esgrima italiana ganhou sete medalhas. Agora, quatro, cinco são consideradas ótimo resultado.
Na natação, Giorgio Paltrinieri, nos 1.500 metros livres, e Federica Pellegrini, nos 200m livres, são as estrelas no masculino e feminino. Federica será a porta-bandeira italiana no desfile de abertura dos Jogos, no dia 5 de agosto, no Maracanã. Outros são esperanças, como o nadador Gabriele Detti, principalmente nos 400m livres. Entre os velocistas, destaca-se Luca Dotto, nos 50 e 100m livres. O Settebello e o Setterosa — respectivamente como são chamados os times masculino e feminino de polo aquático, com sete jogadores cada — tradicionalmente brigam por pódio. Ainda na piscina, Tania Cagnotto está entre as favoritas dos saltos ornamentais no trampolim de três metros individual e no sincronizado ao lado de Francesca Dallapé. Maratonas aquáticas? Entre os homens, Simone Ruffini, e entre as mulheres, Rachele Bruni podem fazer bonito no mar.
No atletismo, a estrela azzurra que brilha no momento é Gianmarco Tamberi, do salto em altura. Ele foi campeão mundial em pista coberta da modalidade este ano em Portland, nos Estados Unidos. Ainda no salto em altura, a torcida italiana também espera algo de Marco Fassinotti, além de Alessia Trost e Desirée Rossit. No salto em distância, a maior torcida é para Marcell Jacobs. Além de Tamberi, outra grande esperança de medalha italiana no atletismo virou problema: Alex Schwazer, na marcha. Ele tinha sido suspenso às vésperas dos Jogos de Londres, em 2012 por doping. A suspensão terminou em 2016, quando voltou e classificou-se para o Rio, mas novo exame antidoping resultou positivo. Na marcha feminina, Elisa Rigaudo e Eleonora Giorgi têm alguma chance.
 
Técnicos brasileiros invadem praia italiana
No vôlei masculino, a azzurra pode sonhar com medalha. Já no feminino, o técnico Marco Bonitta, que depois da Olimpíada vai virar dirigente de vôlei em Ravenna, disse que seu time é muito jovem e não tem obrigação de medalha, quando veio ao Rio em junho passado para o Grand Prix. Segundo ele, é uma equipe para brigar por medalha nos próximos Jogos de Tóquio, em 2020.
O vôlei de praia brasileiro exporta técnicos. As duplas masculinas da Itália são treinadas por Paulo Moreira da Costa, o Paulão. As mulheres são comandadas por Lissandro Dias Carvalho, gaúcho que se destacou no vôlei de quadra brasileiro e também jogou na praia. Ranghieri-Carambula e Nicolai-Lupo são as duplas masculinas classificadas. No feminino, apenas uma: Marta Menegatti-Viktoria Orsi Toth, esta última húngara naturalizada italiana. As duas vão completar 26 anos de idade justamente em agosto, mês olímpico.
Quem acompanhou o vôlei de praia brasileiro principalmente na década de 1990 lembra-se do baiano Paulão, que formou dupla de sucesso com Paulo Emílio. Mudou-se para a Itália, onde constituiu família, e firmou-se como treinador do esporte que praticava nas areias. Da Croácia, onde se disputavam as Major Series do Circuito Mundial de vôlei de praia, ele falou por telefone com Comunità sobre as perspectivas no Rio:
— Temos boas possibilidades de medalha tanto no masculino quanto no feminino. As duplas italianas têm condição de chegar entre as quatro primeiras. Boas chances de medalhas. A Olimpíada é um evento único. No Rio devo ter a torcida da família. Estivemos nos preparando no verão brasileiro em Vila Velha, no Espírito Santo, juntamente com a dupla brasileira Alison-Bruno, por 20 dias. No período de inverno treinamos em quadra coberta no nosso centro de treinamento em Roma. Na época mais fria, viajamos também para a Espanha, Chipre e Egito. Estou há 11 anos na Itália. Nos tempos de jogador, atuei com vários atletas, mas a dupla mais marcante foi com Paulo Emílio. Minha carreira praticamente acabou em 2004, quando me machuquei e depois começou a de técnico. Roberta, minha mulher, também tem coração brasileiro — conta ele, casado com Roberta Marini, italiana que jogou vôlei de praia, no Brasil inclusive, com que tem dois filhos nascidos na Itália, Gabriel, de dez anos, e Victoria, de oito.
Lissandro Dias Carvalho, que dirige as atletas italianas, também conversou com Comunità sobre sua experiência no vôlei de praia italiano:
— A preparação para a Olimpíada vai muito bem, nas melhores condições possíveis. Marta e Vicky formam a dupla mais jovem classificada para o Rio pelo ranking. Isso é importante, pois, além de elas terem já alto nível, vão poder participar mais de outros dois ciclos olímpicos. Já estamos trabalhando para elevar o nível delas, tanto técnico como individual e coletivo. Fazem uma dupla muito competitiva, capaz de vencer todas as outras. Nosso sonho para esse evento é conseguir conquistar uma medalha para escrever outro capítulo na história do vôlei de praia italiano — afirmou.
O técnico das mulheres da Azzurra também falou sobre as vantagens de a Olimpíada ser no Rio:
— É uma grande satisfação participar de minha segunda Olimpíada, justamente no Brasil, meu país, uma das pátrias do vôlei de praia e representando uma nação tão importante como a Itália. É tudo o que um treinador poderia desejar. É uma experiência única e a do Rio será mais ainda. Além da minha comissão técnica e de quem nos acompanhará de longe, vão estar presentes as minhas filhas, meus parentes, meus colegas e amigos com quem cresci no Brasil. Esportivamente e profissionalmente vão viver essa experiência inesquecível e tudo isso me fará sentir um pouco o porta-bandeira de todos eles. Fui para a Itália em 2005. Joguei até 2009 — conta o brasileiro, pai de Victoria, de 12 anos, e Valentina, de seis.

Cubano representa Itália na luta livre
Na vela, a Itália espera vento a favor na Baía de Guanabara, principalmente Giulia Conti e Francesca Clapcich, campeãs do mundo na classe no ano passado. Mais apostas concentram-se numa dupla masculino-feminina na classe mista Nacra 17, com Vittorio Bissaro e Silvia Sicouri.
Em lutas, os azzurri também não podem ser descartados, entre os quais Frank Camizo, de 24 anos, cubano naturalizado italiano, cabo do exército do país que o adotou e especialista na luta livre. Obteve a nova cidadania em 2015, após casar-se com a italiana Dalma Caneva, também lutadora. Mais alegrias devem vir do tiro ao alvo, tiro ao prato, tiro com arco e remo, entre outros esportes, sem esquecer-se do ciclismo, tanto de pista como de estrada, no qual o siciliano Vincenzo Nibali, campeão do último Giro d’Italia em 2013 e 2016, é um dos mestres. Nunca se pode subestimar o potencial italiano. 

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.