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Home > Antinori: o percurso do vinho que conquista o mundo

Antinori: o percurso do vinho que conquista o mundo

21 de setembro de 2016 - Por Comunità Italiana
Antinori: o percurso do vinho que conquista o mundo

Antinor o percurso do vinho que conquista o mundo

Comunità conversa com a diretora Allegra, que administra, junto com o pai e as duas irmãs, uma empresa toscana com mais de 600 anos de história, exportadora de vinhos para 160 países

Ele é um dos principais embaixadores do vinho italiano no mundo, com mais de 600 anos de história e uma rede de distribuição que hoje pode se orgulhar da presença em todos os cantos do planeta. Incluindo o Brasil. Falamos do grupo Marchesi Antinori, que há 26 gerações está nas mãos da mesma família, empenhada na produção de vinhos desde 1385, quando Giovanni di Piero Antinori tornou-se parte da Arte Fiorentina dei Vinattieri, antiga associação dos produtores de vinho de Florença. Com o passar dos séculos, a empresa toscana transformou-se em um império, que em 2015 faturou mais de 180 milhões de euros, produziu quase dois milhões de caixas e emprega 769 pessoas. Seus vinhos são obtidos a partir de 1.900 hectares de vinhedo na Itália e de outros 600 hectares entre Estados Unidos, Chile, Hungria, Malta e Romênia. O coração da produção permanece na Toscana com a sua extraordinária variedade de vinhos — que vai do Sassicaia ao Bolgheri, passando por Tignanello, Chianti, Solaia, Montalcino e muitos outros. O principal herdeiro dessa prestigiada e fascinante história empreendedora é, hoje, o marquês Piero Antinori, que dirige a empresa junto com as três filhas Albiera, Allegra e Alessia. Comunità encontrou Allegra Antinori, de 44 anos, a segunda das três descendentes da casa Antinori.

ComunitàItaliana — A empresa Antinori possui raízes em tempos antiguíssimos e permanece ancorada em uma sólida tradição familiar. Quais são os segredos desse sucesso?
Allegra Antinori — A explicação para uma história assim longa, que dura 26 gerações e ainda hoje tem suas atividades gerenciadas diretamente pela nossa família, consiste, muito provavelmente, na capacidade que cada geração teve de transmitir àquela sucessiva um patrimônio imaterial de valores, que são a base da continuidade empresarial. Para nós a mudança de gerações é algo natural; não estaríamos aqui se não tivéssemos sido capazes de envolver sucessiva no decorrer dos séculos e de administrar bem, e juntos, a nossa atividade. Uma administração feita de escolhas inovadoras e por vezes corajosas, mas sempre preservando o respeito pela tradição e pelo território.

CI — Ao longo dos anos, o modelo empresarial tem sido capaz de adaptar-se à globalização dos mercados. Foram escolhas e etapas únicas que marcaram a história da marca?
AA — Com relação às escolhas corajosas, a primeira foi, sem dúvida, a relativa ao Tignanello, que meu pai decidiu apostar no início dos anos 1970. Uma decisão que o levou a sair dos esquemas da denominazione, introduzindo variedades de uva não nativas e alterando a vinificação e o afinamento. O Tignanello tornou-se, assim, um dos símbolos do renascimento qualitativo do vinho da região do Chianti Classico e a sua produção trouxe luz e interesse a outros produtores. Foi exatamente naquele momento que mídia e consumidores estrangeiros se deram conta de que podiam ser produzidos vinhos de qualidade também em nosso território. Tratou-se de uma inovação tecnológica, filosófica e de processo, que entre os anos 1970 e 1990, primeiro com o Tignanello e depois com o Cervaro della Sala. Atraiu a atenção para a Toscana, para a Úmbria e, especialmente, para a nossa empresa.

CI — Quais são as peculiaridades dos vinhos Antinori e quais as características principais das vinícolas?
AA — É necessário, antes de tudo, dizer que, além das vinícolas históricas —patrimônio da família desde a primeira metade do século XX — nos últimos anos, a empresa tem investido muito na aquisição de vinícolas nos territórios mais adequados à produção de vinhos de qualidade. Para cada um dos vinhos produzidos, o nosso objetivo principal, e talvez também o motivo do sucesso dos produtos, é a qualidade das nossas garrafas, com uma especial atenção e respeito pela identidade dos diferentes terroir e pelas variedades autóctones de cada vinícola. Para manter sempre constante essa qualidade, que nos foi reconhecida e continua sendo ao longo dos anos, é necessária uma boa dose de inovação em todos os setores: da produção à distribuição e à logística. Justamente por isso, fazemos contínuos investimentos em novos instrumentos, novas adegas e no maquinário.

CI — Se pudesse resumir em três palavras a filosofia empresarial, quais escolheria?
AA — Diria as três palavras que descrevem os valores que nos foram transmitidos de geração a geração: primeiramente a paixão por aquilo que se faz e pelo produto, a paciência necessária para não se precipitar, a prudência típica dos agricultores. Completando e unindo tudo, estão as pessoas que trabalham, que fazem a empresa e que conseguem interpretar da melhor forma as instruções que lhes são dadas.

CI — Uma filosofia com a qual vocês conseguiram crescer e se expandir, a ponto de criar uma rede distributiva que alcançou dimensões de porte global…
AA — Exportamos para cerca de 160 países e 65,4% dos nossos vinhos são vendidos em nível mundial. O setor de restaurantes continua a ser o canal preferencial para apresentá-los aos consumidores. Já está estabilizada e consolidada também a presença dos nossos produtos nas lojas especializadas, ou seja, nas enotecas. Está em fase de desenvolvimento, em escala global, o canal de grande distribuição que, em muitos mercados, principalmente os emergentes, é a única oportunidade de compra de qualidade para o consumo doméstico. Do mesmo modo, estamos implementando o canal on-line, ainda que seja uma atividade deixada mais para a iniciativa privada e existam poucas empresas seriamente estruturadas. Ao olharmos para o futuro, revelamos uma vontade cada vez maior, da parte do consumidor final, de dialogar de maneira sempre mais direta com o produtor e isso, com certeza, influenciará a evolução dos canais de compra.

CI — O mercado dos vinhos, nos últimos anos, está se tornando cada vez mais competitivo e complexo: como se posiciona o vinho italiano?
AA — Se olharmos a tendência dos últimos 50 anos, o consumo per capita de vinho na Itália caiu 50%: bebe-se menos, mas bebe-se, com certeza, melhor. Em outros termos, o mercado do produto de qualidade não está sofrendo como outros setores. Ainda existe espaço para valorizar melhor a nossa produção: os últimos dados indicam que estamos nos movendo nessa direção. Atualmente os mercados mais importantes são a América do Norte, que se transformou no primeiro mercado no mundo no consumo de vinho, e a Europa, começando por Alemanha, Suíça, Áustria e Grã-Bretanha. Nos últimos anos conquistaram uma maior importância também os mercados emergentes como Rússia, Brasil, Japão e algumas regiões da Ásia. Quanto ao futuro, acho que crescerá a importância das cidades secundárias americanas e de alguns mercados emergentes na Ásia e na África.

CI — Marchesi Antinori é ativa no Brasil: como funciona a presença no país e qual a quantidade exportada para esse mercado?
AA — A nossa empresa no Brasil é a primeira empresa italiana em valor de importação. Considerando o poder de compra do mercado, temos uma participação importante, principalmente com os vinhos de base, em específico, a linha Santa Cristina. Ao mesmo tempo, temos uma boa distribuição no que se refere aos nossos ícones, como o Tignanello, o Solaia e o Guado al Tasso.

CI — Que tipo de mercado é o brasileiro?
AA — O mercado brasileiro é um mercado muito jovem, com uma faixa da população entre 35 e 55 anos, muito interessada no consumo de vinho. Hoje a média per capita é de dois litros por ano, mas existem alguns picos como, por exemplo, a cidade de São Paulo, onde se chega até mesmo a 15 ou 16 litros.

CI — O Brasil é um dos principais países no mundo em número de imigrantes italianos e descendentes. Acredita que esse aspecto possa ajudar o sucesso de uma marca Made in Italy, como Marchesi Antinori?
AA — Com certeza. A imigração italiana tem contribuído em modo determinante na formação cultural desse país e por isso estimulou, e pode ainda estimular, o interesse na cultura do vinho.

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.