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Home > Governo paulista estuda tirar empresas envolvidas na Lava Jato de obra do metrô

Governo paulista estuda tirar empresas envolvidas na Lava Jato de obra do metrô

28 de outubro de 2016 - Por Comunità Italiana

O governo de São Paulo estuda tirar a construção da Linha 6 – Laranja do Metrô da responsabilidade de empreiteiras envolvidas na Operação Laja Jato. As obras do ramal que deverá ligar a zona norte da capital paulista, começando em Brasilândia, até a região central, chegando na Liberdade, estão atrasadas. Originalmente, a previsão para a conclusão do projeto, iniciado no ano passado era 2020, prazo revisto para pelo menos 2021.

“Estamos vendo se a obra pode ser vendida. Se o consórcio pode ser vendido. Outras soluções para que a gente possa retomar essa obra importante”, disse o secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni.

Os problemas começaram, segundo o governo estadual, pelo atraso na liberação do financiamento da Caixa Econômica Federal para fazer as desapropriações. Essa etapa está, agora, 90% concluída, de acordo com o secretário. Porém, as empreiteiras que fazem parte da Parceria Público Privada (PPP) não estão conseguindo financiamento devido às acusações de envolvimento nos casos de corrupção investigados pela Lava Jato.

“Temos a crise da Lava Jato”, ressaltou Pelissioni ao enumerar os problemas que dificultam a conclusão das obras durante seminário sobre mobilidade urbana promovido pela revista Carta Capital. “Temos uma PPP muito inteligente que é a Linha 6 do Metrô, a linha das universidades, vai da zona norte até São Joaquim, passando por mais de dez universidades. Infelizmente, as empresas não estão conseguindo financiamento do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] por questões reputacionais, como diz o BNDES.”

Participam do consórcio Move São Paulo a Odebrecht, com 19,6% do controle acionário; a Queiroz Galvão, com também 19,6%; e a UTC, com 13,1%. O Fundo de Investimentos e Participações Eco Realty têm 47,7% da concessionária responsável pelas obras.

Linha Amarela

Sobre a Linha 4 – Amarela, que também está com a entrega atrasada em quatro estações, Pelissioni disse que parte das obras pendentes deve ser concluída no fim do ano que vem. “Temos um cronograma de até dezembro de 2017 entregar [as estações] Mackenzie-Higienópolis e Oscar Freire, que estão aqui na região central. Morumbi, em 2018, e Vila Sônia, em 2019”, disse.

Em julho de 2015, o governo de São Paulo rompeu o contrato com o consórcio Isolux Corsan-Corviam por não cumprir os prazos estabelecidos nos temos assinados em 2012 e por abandonar as obras. Após nova licitação, foi firmado um novo contrato com o consórcio formado pelas empresas Tiisa – Infraestrutura e Investimentos S/A e Comsa S/A.

“Contratamos em julho deste ano um novo consórcio e em agosto as obras foram retomadas. Temos a informação de há cerca de 400 funcionários trabalhando lá”, acrescentou Pelissioni sobre o ritmo dos trabalhos.

Tarifa

O prefeito eleito de São Paulo, João Doria, que também participou do evento, prometeu manter ao longo do próximo ano as tarifas do ônibus urbano da capital em R$ 3,8. O secretário estadual de Transportes evitou dizer se o mesmo será feito em relação as passagens do metrô e dos trens metropolitanos, atualmente com o mesmo valor. “Nós costumamos avaliar a questão da tarifa em janeiro. Então até lá nos pretendemos analisar muito bem a questão. Essa questão da tarifa alguém paga ou usuário paga ou o contribuinte paga”, disse.

A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com o consórcio Move São Paulo e aguarda resposta.(Agência Brasil)

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.