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Ítalo-carioquices

30 de novembro de 2016 - Por Comunità Italiana
Ítalo-carioquices

Ítalo-carioquicesEvento realizado para celebrar a influência italiana na cidade do Rio atraiu mais de sete mil visitantes ao Terraço Belvedere

Outubro não foi apenas o mês rosa da prevenção do câncer de mama. No Rio de Janeiro foi também o mês verde, branco e vermelho, quando a Cidade Maravilhosa ficou mais próxima da Itália apesar dos milhares de quilômetros de distância e um oceano que as separam. Cariocas, brasileiros de outros estados, oriundos, estrangeiros, todos sem distinção puderam conhecer um pouco da arte, da deliciosa culinária, da arquitetura, da história, da moda, do design, da contribuição da imprensa, da literatura, enfim, da rica cultura do Belpase na mostra ItalianoRio que, em pouco menos de duas semanas, levou milhares de visitantes ao terraço do consulado na capital do estado do mesmo nome.
O evento teve também importante apoio do Instituto Italiano de Cultura, do Comites, do restaurante Casa do Sardo com o chef Silvio Podda, de Illy Caffè, de Il Gelato di  Benedetta, do Instituto Europeu de Design, de Al Tecnologia e Serviços, da revista Comunità, que na sua edição de março de 2015 já havia cantado em prosa e verso a contribuição do outro lado do Atlântico à cidade na ocasião do 450º aniversário de sua fundação. A exposição também foi incluída na XVI Edição da Semana da Língua Italiana no Mundo, patrocinada pela Presidência da República e pelo governo da Itália, não só no Brasil como em diversos países.
— Tivemos mais de sete mil visitantes da mostra em pouco mais de dez dias. Em torno de 700 visitantes por dia. Foi uma grande ocasião não apenas de conhecer a cultura italiana, mas também de encontro com amigos, de jornalistas, designers, arquitetos e pessoas de diversas profissões. Já estamos até pensando em realizar um evento semelhante no ano que vem, com duração ainda maior — contou, satisfeito, o adido consular Flavio Cenciarelli.
Riccardo Battisti, cônsul da Itália no Rio, também ficou entusiasmado com o acontecimento:
 — Gostei muito que um grande número de pessoas tenha visitado a exposição dedicada ao público brasileiro de origem italiana que vive aqui e ao mesmo tempo tenha participado de todos os momentos culturais.

Muito som
Quem frequentou o Terraço Belvedere — onde está fincada a bandeira tricolor de frente para o Aterro com vista privilegiadíssima para o mar — aproveitou uma programação feita com muito esmero para todas as preferências. Você gosta de música? Então pôde curtir um cardápio variado com o DJ Rapha Lima do Baile do Zeh Pretim. Ou a apresentação do grupo AllBRazz, quinteto de jazz com versões de músicas brasileiras, mas algumas delas cantadas em italiano. Prefere outro tipo de música? Houve também um aperitivo cultural com o DJ Fábio Romano. Ainda no campo musical, também houve shows com o carioca oriundo Domenico Lancellotti e outro com Natália Green, brasileira que vive há mais de 15 anos na Itália.
Só música? Não! Na moda, especialidade tipicamente italiana, as alunas formadas pelo Instituto Europeu de Design (IED) desfilaram e apresentaram suas criações em marcas próprias. A criatividade também rolou solta. Um exemplo? O professor Ricardo Cunha Lima mostrou como trabalhar em recorte de papel utilizando a criação gráfica.
Rica foi a contribuição italiana no âmbito da culinária. Você sabia que a mortadela chegou ao Brasil com os imigrantes italianos na década de 1920 e tornou-se um dos embutidos mais consumidos do país? Esta foi uma das perguntas respondidas pela exposição, que também matou a curiosidade de quem queria saber da pizza, trazida a este país sul-americano com a imigração italiana do fim do século XIX. A mais consumida em terras brasileiras? A pizza calabresa. Já o panettone veio depois da II Guerra Mundial. Há registros da venda do doce desde 1948. No campo do design, as relações Brasil e Itália foram debatidas por Carlo Forcolino, diretor-científico do IED Itália e Marco Zanini, diretor-científico do IED Brasil, com a mediação de Fabio Palma, diretor do IED no Rio de Janeiro.
Os murais espalhados pelo salão homenagearam italianos e ítalo-brasileiros que ajudaram a fazer a história do Rio e do Brasil. Fernanda Montenegro, além de ser uma das maiores atrizes de todos os tempos, tem raízes na Sardenha. Gianni Ratto, falecido em 2005 aos 89 anos, depois de construir uma vida no Brasil, também mereceu destaque pelo trabalho nas artes cênicas. Este milanês que imigrou em 1954 foi diretor, cenógrafo, iluminador, ator… Um dos renovadores das artes cênicas ao sul do Equador. Eliseu Visconti? Considerado o pai do desenho industrial e também da pintura impressionista no Brasil, aonde chegou em 1873 vindo da província de Salerno. Foi o decorador do Teatro Municipal do Rio, cidade onde morreu em 1944.   
A imprensa não poderia ficar de fora, principalmente com Comunità, revista que há mais de 20 anos aproxima as culturas brasileira e italiana. Mas a influência dos imigrantes que ajudaram a fazer este país estava já estampada em jornais como Il Patriotta, com um exemplar de 1908, assim como L’Italia, de 1885! Ambos expostos com destaque na mostra.

Marina Colasanti
Mas a influência do Belpaese na formação cultural do Rio não tem limites. A escritora, jornalista, publicitária Marina Colasanti, nascida em Asmara na Eritreia, ex-colônia italiana, em 1937, viveu também na Líbia, na Itália, antes de transferir-se para a Cidade Maravilhosa com a família, na onda de migração após a II Guerra Mundial, em 1948. Alguns de seus textos foram apresentados com leitura dramatizada pela atriz Luiza Maldonado. Colasanti é um dos principais exemplos de um coração ítalo-brasileiro. 
Já que estamos na área cultural, não se pode esquecer também da presença da escritora Cleia Schiavo Weyrauch, autora do livro Deus abençoe esta bagunça, que trata dos imigrantes italianos no Rio de Janeiro. A obra resulta do curso de pós-doutorado ministrado pela mesma professora na Universidade de Roma Tor Vergata. O livro desperta interesse pelo relato da saga de muitos imigrantes, sua influência, sua contribuição na formação e cultural e do cotidiano da cidade, nas quais não falta o toque da alma verde, branca e vermelha.
Também não poderia faltar a homenagem ao poeta, escritor Marco Lucchesi, membro da Academia Brasileira de Letras, que teve leitura dramatizada pelo ator Daniel Chagas. Uma das célebres frases do poeta ítalo-brasileiro Lucchesi ficou imortalizada em um dos murais da mostra: “Sono nato anfíbio. Ho due lingue e due cuori”. Traduzido: Nasci anfíbio. Tenho duas línguas e dois corações.
Artes, mas não apenas literatura. Televisão também é cultura. Mauro Alencar, especialista em teledramaturgia, falou sobre a influência italiana nas telenovelas brasileiras. Quem não se lembra de Terra Nostra? Passione? Esperança? Para os mais antigos, os imigrantes também foram homenageados em outras novelas como Nino, o italianinho, sucesso na extinta TV Tupi, entre 1969 e 1970. Portanto, a influência não é nova. O sempre interessante a atual tema das migrações também foi debatido no evento com Giulio Visconti, Chiara Gerbauto, Giorgio Veneziani, Hadi Bakkour, com a intermediação de Fabio Palma.
Intelectuais, literatura, arquitetura, moda, gastronomia. ItalianoRio também não esqueceu a parte social do evento. Jovens de comunidades pobres do Rio tiveram seu espaço num almoço cultural. No último dia da mostra, o Terraço Belvedere recebeu a visita do Grupo de Percussão da Casa do Menor para uma animada batucada. Quem viu e gostou já está com saudades e esperando pela próxima vez.

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.