Câmaras iniciam em dezembro roadshows pela Itália para atraírem empresariado novamente ao Brasil

A relação comercial entre Brasil e Itália encolheu em 2016, sobre isso ninguém tem dúvida. Segundo a Câmara do Comércio, Indústria de São Paulo (Italcam), a redução foi de aproximadamente 25%, considerando o total das exportações e importações. Para o presidente da entidade, Edoardo Pollastri, esse foi um dos piores momentos dos últimos 30 anos. Apesar do cenário, as perspectivas para 2017 são melhores. Um plano de ação, por meio de viagens empresariais, começa já em dezembro e deve permanecer durante todo o próximo ano.
— O interesse italiano no país diminuiu muito em 2016, tanto no investimento direto quanto em joint ventures. Foi um ano praticamente parado, mas isso não exclui novos negócios no futuro — analisou Pollastri em entrevista à Comunità.
Para o representante da Italcam-SP, as empresas estão aguardando o Brasil entrar no eixo político e econômico para voltarem a trazer filiais e injetarem capital no país.
— Felizmente, recebemos a missão empresarial em São Paulo, em novembro, que foi resultado de conversas durante visita do primeiro-ministro Matteo Renzi. Temos grandes expectativas para resultados desse encontro — afirmou.
A previsão econômica geral é de melhora; apesar de se esperar um Produto Interno Bruto negativo neste ano, nos próximos 12 meses o mercado espera pelo menos um ponto positivo.
— Estamos apresentando o Brasil para a Itália para que 2017 e 2018 sejam melhores. Estão previstos roadshows em Torino, Milão, Bolonha, Pádua e Roma. Será uma ação das Câmaras do Brasil voltada para vários setores, principalmente ambiental, aeroespacial, além dos tradicionais moda e gastronomia. Os detalhes ainda serão divulgados futuramente — revelou.
Além disso, de acordo com a Italcam, haverá em 2017 diversos eventos e feiras na área da mecânica, entre outras, além de incentivos culturais.
— Em 2016, apoiamos o Festival do Cinema Italiano e pretendemos repetir em 2017 — finalizou.
Na opinião de Francesco Paternò, da consultoria Lakea, alguns movimentos passam a ser observados em meio à crise.
— Um dos mercados que cresce no mundo inteiro é o de empresas de tecnologia (start-up), geralmente, voltadas para a comunicação por smartphone, que podem representar campo fértil ao empresário italiano, já que, no Brasil, há mais de 70 milhões de usuários de smartphones — analisa. 
Ainda segundo Paternò, os empresários italianos de pequenas e grandes empresas têm espaço para investir em diversos segmentos que englobam essa área:
— A digitalização do país deve aumentar nos próximos anos. Isso vai envolver e-commerce e aplicativos em diferentes plataformas, entre outros. Na minha avaliação, esse setor tem grande potencial para dar certo, com capital humano para isso.