Em depoimento nesta quarta-feira (20), o ex-CEO do banco Unicredit Federico Ghizzoni informou que se encontrou com a então ministra Maria Elena Boschi, em 12 de dezembro de 2014, para debater a crise financeira do banco Etrúria
A entidade foi beneficiada por uma ação do então governo italiano, junto a outros quatro bancos de pequenos porte, que resgatou as instituições em novembro de 2015.
“Boschi me pediu se era imaginável a possibilidade da Unicredit intervir sobre o banco popular da Etrúria. Foi uma conversa cordial, não recebi pressão por parte da ministra Boschi e deixamos as coisas assim. Daquele momento em diante, não houve mais contatos e as estruturas continuavam a trabalhar sobre a hipótese da compra”, disse Ghizzoni à audiência com a comissão que analisa a questão dos bancos.
De acordo com o ex-CEO, “por parte dela, não estava tanto a preocupação com os bancos toscanos, mas sobre o que isso teria de impacto negativo no território… ela estava preocupada com o impacto sobre as famílias e as pequenas empresas”.
Ao ser questionado pelos membros da comissão se sentiu pressionado pela ex-ministra – e atual subsecretária da Presidência do Conselho -, ele negou veementemente. “Pressão seria ela me dizer ‘compre o banco Etrúria’. Isso não aconteceu”, ressaltou.
Após a repercussão na mídia italiana, Boschi usou o Twitter para confirmar o depoimento de Ghizzoni.
“Confirmo a relação inicial de Ghizzoni. Não fiz nenhuma pressão. E EU não pedi para comprar o Banco, mas Mediobanca e BPEL. Eu só pedi informações. Agora, a palavra está com o Tribunal”, escreveu.
A Comissão investiga se houve alguma conduta inapropriada dos membros do governo de Matteo Renzi no decreto sobre os bancos. (ANSA)