{mosimage}Em 31 de maio, comemora-se em todo o mundo o Dia Mundial Sem Tabaco, mas os números italianos continuam alarmantesDesde 1987, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu a data de 31 de maio como o Dia Mundial Sem Tabaco, o abandono ao tabagismo é estimulado em todo o planeta através de campanhas de esclarecimento e ações específicas. A partir de 1988, entidade passou a escolher um tema por ano. Enquanto em 2010 a campanha “Tabaco e gênero” chamava a atenção para os efeitos do vício na saúde da mulher, este ano o foco é a “Convenção-Quadro para Controle do Tabaco”.
Embora pouco citada pela grande imprensa, a convenção-quadro, assinada por 168 países, constitui um instrumento de grande importância para o controle do tabaco. Trata-se do primeiro tratado internacional em saúde pública, aprovado por unanimidade em 2003 durante a 56ª Assembléia Mundial da Saúde. O documento baseia-se em evidências em relação aos graves danos sanitários, sociais e econômicos decorrentes do fumo, e inclui iniciativas para controlar o tabagismo, como a proibição da propaganda; educação e conscientização da população; proibição de fumar em ambientes fechados; controle do mercado ilegal de cigarros; tratamento da dependência da nicotina; e inserção de mensagens de advertências sanitárias fortes e contundentes nas embalagens dos produtos de tabaco.
A promulgação brasileira do tratado da OMS aconteceu em janeiro de 2006, quando o presidente Lula assinou o decreto 5.658, no qual determina a execução e o cumprimento da convenção-quadro. No dia 31 de maio de 2011, a OMS destacará a importância global do tratado e lembrará aos Estados os esforços para cumprir as obrigações em comum.
Redução no Brasil
Segundo dados divulgados, no mês passado, pelo Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), um programa do Ministério da Saúde que ouviu 54 mil adultos, o combate ao fumo tem avançado nos últimos anos: de 2006 a 2010, o percentual de fumantes brasileiros passou de 16,2% para 15,1%. Tais índices encontram-se abaixo da realidade argentina (35%), norte-americana (40%) e mesmo italiana (21,7%). Outros números do governo informam que, desde 1989, a quantidade de fumantes caiu pela metade no Brasil. Contudo, o fumo continua pesando no orçamento do país. Cerca de 8% dos gastos com internação e quimioterapia no Sistema Único de Saúde (SUS) são atribuídos a doenças relacionadas ao consumo do tabaco. Somente com esses dois procedimentos, o governo gasta R$ 338,6 milhões para tratar doenças relacionadas ao consumo do tabaco.
A lista das mais de 50 enfermidades relacionadas ao cigarro inclui diversos tipos de câncer; derrames; complicações na gravidez; aneurismas arteriais; úlceras; infecções respiratórias e impotência sexual masculina.
Sigaretta
Em janeiro do ano de 2005, entrava em vigor uma lei histórica que proibia, definitivamente, o fumo nos locais públicos italianos — como bares, vagões de trens e restaurantes. Passados seis anos, o percentual de fumantes italianos continua alto: chega a 21,7% da população. Os dados de 2010, obtidos pelo Instituto Doxa, em colaboração com o Istituto superiore di sanità, apontam para a existência de 11 milhões de dependentes do cigarro (5,9 milhões de homens e 5,2 de mulheres). Há cerca de 1,5 milhões de fumantes entre 15 e 24 anos de idade. Além disso, mais da metade das crianças italianas inala o fumo passivo dos familiares dentro de casa. Na Itália, o cigarro representa a primeira causa de mortalidade evitável. Todos os anos, 80 mil pessoas morrem no país por causas relacionadas ao fumo di sigaretta.
O custo hospitalar nacional decorrente do tabagismo atinge os 5,7 bilhões de euros, o que corresponde a 8% da despesa total de saúde e a 0,45% do PIB italiano. Os órgãos italianos de saúde calculam que — somados os custos de tratamento e dos dias de trabalho perdidos — cada fumante gera uma despesa de aproximadamente 500 euros anuais.