{mosimage}Brasil marca presença na Expo Italia Real Estate e São Paulo mostra seus planos para sediar a Expo 2020

A cidade de Milão é um canteiro único a céu aberto. Os guindastes gigantescos estão por todos os lados, obras inteiras caminham a grande velocidade, menor um pouco é o tempo de venda, verdade, mas, é a conjuntura atual. Com vistas para a grande Expo 2015, com todas as polêmicas em torno da aquisição dos terrrenos, os empreiteiros lavam as mãos do pó, do cimento, e participam, em peso, da Eire, a principal feira imobiliária do setor da construção civil, a Expo Italia Real Estate. Durante três dias, na Feira de Rho, todos os vários operadores e agentes do mundo do cimento e que gravitam ao redor estiveram presentes para avaliar o contexto e prever o futuro. Neste ano, os pavilhões 2 e 4 abriram as portas para 500 expositores de 50 países, entre os quais o Brasil.

A Secretaria Municipal de Relações Internacionais de São Paulo e a Secretaria Estadual da Bahia montaram estandes para dar maior visibilidade aos seus interesses e projetos, pelo terceiro ano consecutivo. A capital paulista esteve presente para dar mais informações sobre o plano de requalificação urbana, o “Nova Luz”, previsto para aplicar melhorias no distrito cortado pelas avenidas Ipiranga, São João, Duque de Caxias, Cásper Libero e a rua Mauá. A capital paulista também já começa a se propor como sede da Expo 2020 e propõe uma ampla visão do complexo de Pirituba como cartão de visita das aspirações paulistas. O setor turístico recebeu uma atenção especial por parte dos organizadores conscientes do peso que ele exerce na produção de riqueza dos países. Estima-se oficialmente que, no ano passado, o número de turistas global foi de um bilhão e que este dado deverá crescer a uma taxa de 6%. Grandes cadeias hoteleiras, como Hilton e Ibis Redibis, na Itália, movimentam cerca de 147 bilhões de euros e são responsáveis por quase dez por cento do PIB nacional.

Os três dias de feira foram poucos para dar conta de tantos encontros, convênios e mesas redondas para debates. Os eventos eram dedicados às finanças, aos estádios, aos sistemas de construções, aos papéis das universidades, a oportunidades de Social Housing, à avaliação imobiliária, à logística de materiais e às tendências para o futuro com o uso de novas técnicas e novos materiais. O objetivo é dar uma verdadeira imagem da situação imobiliária e abrir contatos diretos e, se possível, contratos diretos entre os mercados interno e externo da Itália, país construtor de máquinas engenhosas no campo da construção civil e sede de empreiteiras como a Impregilo. Existe o consenso que o pior da crise de 2008-09 passou, mas o mercado continua estagnado num pântano cada vez mais seco por causa dos financiamentos bancários concedidos a conta-gotas. Na Itália, a previsão é de comprar e vender cerca de 610 mil imóveis, com uma queda nominal de 2 a 3%, tendo como consequência uma perda real maior por causa da inflação. Soma-se o medo da crise grega como o gatilho de um efeito dominó na zona euro e imagina-se com quanto zelo os bancos estão operando os financiamentos.

Mas o olhar no futuro serve como anestesia para os problemas do presente. Segundo dados divulgados durante a feira Eire, espera-se um ano estável, aliás, um segundo semestre semelhante ao primeiro, ou seja, sem maiores oscilações.

Os agentes principais para a retomada dos investimentos deverão ser as caixas de Previdência e as companhias de seguro, à espera de dias melhores e mais confiáveis por parte dos bancos. De qualquer forma, as novas construções devem fazer contas com normas mais severas e incentivos fiscais para o aumento de imóveis verdes. Os alicerces da “greenbulding” já existem e devem aumentar ainda mais para dar aos construtores condições ideais de aplicação dos resultados das pequisas recentes sobre materiais e técnicas.