Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o país receberia africanos. Acordo foi negado
O Ministério das Relações Exteriores da Itália negou que tenha chegado a um acordo para acolher imigrantes africanos atualmente residentes em Israel.
O desmentido chega poucas horas depois de Benjamin Netanyahu ter anunciado que mais de 16 mil deslocados seriam redistribuídos. Provenientes de países como Eritreia e Sudão para nações ocidentais, como Itália, Alemanha e Israel.
O acordo teria sido mediado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). Em troca, Israel regularizaria a situação de outros mais de 20 mil deslocados externos da África Subsaariana que seriam deportados.
Contudo, fontes do Ministério das Relações Exteriores da Itália disseram que “não há qualquer acordo” com Israel e Acnur para a realocação de migrantes forçados. Após o desmentido, um porta-voz do gabinete de Netanyahu disse à ANSA que o premier citara a Itália apenas como um “exemplo de país ocidental”. Não de “modo específico”.
As 16 mil pessoas supostamente envolvidas no acordo entraram em Israel entre 2005 e 2012. E se concentram em uma área do subúrbio de Tel Aviv conhecida como “Little Africa”.
Na visão do governo israelense, esses migrantes se deslocaram por motivos econômicos, e não de perseguição política. Portanto, não teriam direito a refúgio. O país pretendia oferecer US$ 3,5 mil e uma passagem aérea para mandá-los a lugares supostamente “seguros”, como Ruanda e Uganda.
A Itália já é um dos destinos mais procurados por migrantes forçados da África Subsaariana. Nos últimos dois anos, resgatou cerca de 300 mil pessoas no Mar Mediterrâneo Central.
(com informações da ANSA)