{mosimage}Brasil recebe investimentos no setor de motocicletas e atrai fabricantes como a italiana MV Agusta e a americana Harley-Davidson
Sensação de liberdade, adrenalina e velocidade fazem da moto um meio de transporte alternativo para muitas pessoas que não podem perder tempo no trânsito das grandes cidades. O veículo substitui os transportes coletivos, com deslocamento rápido e manutenção barata. E o Brasil é um mercado promissor quando o assunto é transporte sobre duas rodas.
Clima, geografia e políticas de produção e importação favorecem o país, que é o quinto maior fabricante de motos do mundo. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), as vendas no Brasil ultrapassarão as de automóveis até 2014. Dentro de dez anos, a frota de motos vai superar a de carros. Em um comparativo feito pelo Ipea, o mercado cresceu 15% ao ano entre 1998 e 2008, enquanto o automobilístico teve um crescimento anual de apenas 7,5% durante o mesmo período. Os números são animadores e muitos fabricantes querem pegar carona na garupa da moto brasileira. A montagem e manutenção, antes feitas nos países de origem, agora são realizadas também no Brasil. O esqueleto da moto que envolve chassi, parte elétrica, suspensão, pneus e todos os outros componentes são preparados com o mesmo cuidado da matriz.
Linhas de montagem no Brasil
A italiana MV Agusta e a americana Harley-Davidson apostaram no Brasil — único país onde estas marcas têm linhas de montagem fora de suas sedes. Construídas de forma artesanal, as motocicletas da MV Agusta começaram a desembarcar no Brasil no fim de setembro e já estão sendo montadas na fábrica da Dafra Motos, em Manaus. Segundo o diretor de exportações da marca italiana, Raffaele Giusta, em média, 60 unidades chegam ao país, por mês, para que as vendas comecem em dezembro.
— Queremos comercializar cerca de mil motocicletas no primeiro ano. Se atingirmos essa meta, o Brasil será o segundo país que mais vende as nossas ‘joias’, posição ocupada hoje pela França — garante.
Para o presidente da Dafra Motos, Creso Franco, suas principais conquistas foram atingidas.
— Em três anos, tornei o mercado nacional mais interessante e competitivo e minha empresa mais lucrativa. Além disso, em nossa fábrica, são montados três modelos da BMW (G650 GS, F800 GS e F800 R) e três da MV Agusta, só que essa será representada por mim, e de forma sólida.
Em 2010, a MV Agusta consolidou o nome Brutale, com os modelos 990, 1090R e 1090RR. Atualmente, a empresa aposta no segmento de média cilindrada, com um motor de três cilindros. O presidente da MV Agusta, Giovanni Castiglioni, demonstra não temer a concorrência.
— Somos uma fabricante relativamente pequena, mas com muito potencial. Os próximos lançamentos terão preços agressivos e, por isso, as demais terão de vir para cima. Espero dobrar as vendas em dois anos e triplicar em três — ressalta.
A direção da Harley-Davidson também anuncia planos para expandir a rede no Brasil, ao mesmo tempo em que concentra seus esforços na área de serviços. Na primeira fase, a meta é formar uma rede com 12 distribuidores, em cidades como Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre e Campinas. Até o final de 2011, pelo menos 10 revendas devem entrar em operação.
— Nós estamos procurando expandir nossa marca além dos Estados Unidos, e o Brasil é um mercado estratégico para nós — enfatiza Mark Van Genderen, vice-presidente da Harley-Davidson na América Latina.
A japonesa Kawasaki já monta suas motos em Manaus, sem intermediários. A BMW também trilha esse caminho e, a partir de 2012, será a vez da Ducati e da KTM. A montagem na cidade amazonense proporciona uma redução de 30% no preço final das motos, o que torna o produto mais competitivo. Outros locais fora da Zona Franca estão recebendo novas montadoras, como a fabricante chinesa Shineray, que investiu R$ 100 milhões na fábrica em Porto de Suape, Pernambuco.