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Um outro casamento

14 de dezembro de 2011 - Por Comunità Italiana
{mosimage}Cooperativas de Milão inventam um novo filão no mercado de noivos: festas de casamento éticas, ecológicas e sustentáveis que financiam projetos sociais na Itália e em outros países

O convite é confeccionado por cooperativas que empregam pesssoas socialmente excluídas. As alianças contêm diamantes cuja extração respeitou os princípios de direitos humanos. O buffet, preparado exclusivamente com alimentos orgânicos. A organização de festas de casamentos éticas e sustentáveis virou um negócio de sucesso em Milão — onde uma associação começou oferecendo serviços fotográficos para os noivos com doação de 30% do lucro a projetos sociais em países como Birmânia e Tibet, e hoje é líder de uma espécie de rede de cooperativas que oferecem serviços para casais interessados em organizar um evento socialmente responsável, ético e sustentável. No final de outubro, ocorreu a segunda edição da Feira Matrimoni Solidali, em Lacchiarella, província de Milão, que reuniu os principais fornecedores desta rede de prestadores de serviços e atraiu jovens casais de diversas partes do Norte da Itália. 

Em um país onde o mercado matrimonial é um dos poucos que sobrevive intacto às crises econômicas — com festas excessivas e caras que obrigam muitos jovens casais a recorrerem a empréstimos — ser chique virou sinônimo de ser justo e solidário. Pelo menos em Milão, metrópole-termômetro de novas tendências italianas. A associação Matrimoni Solidali, fundada oficialmente há cerca de um ano, é decorrente de um projeto iniciado em 2003 junto à sua promotora, a organização social milanesa Libero Laboratório, que oferecia parte dos lucros obtidos com serviços fotográficos para festas de casamento para apoiar um projeto de cooperação internacional na África. Conforme explica um dos coordenadores de Matrimoni Solidali, o fotógrafo Giuseppe Galimberti, aos poucos outros projetos internacionais foram sendo inseridos na lista de doações. O resultado é que, hoje, aos noivos que solicitam um orçamento fotográfico, é oferecida uma “tabela transparente”, com 30% do lucro obtido pela associação doado a um projeto social escolhido pelos clientes. No total, oito projetos fazem parte da lista oficial, como um plano de combate à malária em Burkina Faso e um programa para oferecer refeições em escolas de refugiados na Birmânia. E não só: Galimberti ressalta que os noivos podem também sugerir projetos que gostariam de colaborar, como ocorreu recentemente com um casal que sugeriu um projeto no Haiti do qual conheciam detalhes.
 
Mas a ideia de um “casamento solidário” vai muito além da contribuição com os lucros dos fotógrafos. Galimberti explica que, aos poucos, foi crescendo a necessidade de reunir parceiros de determinados setores, como produtores de alimentos orgânicos e associações que empregam pessoas excluídas do mundo do trabalho — não apenas deficientes físicos ou mentais como presidiários ou tóxicos dependentes — para oferecer serviços específicos para festas de casamento socialmente responsáveis. 

— O objetivo do projeto é se tornar um instrumento para os noivos escolherem serviços com certificação de transparência e solidariedade, ou seja, fornecedores solidários — define Galimberti, citando como exemplo a joalheria Belloni, de Milão, que certifica eticamente suas joias com a garantia de que a extração das pedras preciosas ocorreu através de um processo respeitoso dos direitos humanos dos trabalhadores e com uma renda que permaneceu dentro da comunidade.
 
— O ponto principal é o desenvolvimento sustentável, a exemplo do que acontece no setor de bombonieres, no qual as cooperativas empregam o trabalho de pessoas que, de outro modo, não encontrariam ocupação. Em resumo, são projetos de valorização e promoção do trabalho— afirma o fotógrafo e fundador do projeto. 

Da Lombardia 
para o resto da Itália
A maior parte dos fornecedores atua na região da Lombardia, mais especificamente, ao redor de Milão. Porém, Galimberti acredita na possibilidade de ampliar o projeto em todo o território italiano. 
— Queremos nos tornar uma espécie de selo de qualidade para toda a Itália, de fornecedores de serviços e produtos eticamente certificados.
 
A edição inaugural da Feira Matrimoni Solidali ocorreu em fevereiro, em Milão, como um momento importante de encontro e conhecimento dos fornecedores e apresentação da rede ao público e à imprensa. Para aquele primeiro encontro, tinha sido escolhido um espaço expositivo tradicional da cidade. Para esta segunda edição, o próprio espaço expositivo escolhido, uma casa de campo histórica restaurada recentemente através de um projeto de recuperação ambiental em uma região agrícola a 20 km de Milão, pois simbolizava o objetivo dos fornecedores presentes, pois o espaço é proposto como o local ideal para festas “socialmente responsáveis”.
 
Galimberti ressalta que o sucesso desta segunda edição da feira, que reuniu centenas de jovens casais provenientes de todo o norte da Itália, de Turim a Verona, foi devido, sobretudo, à visita de pessoas que pouco ou quase nada conheciam de desenvolvimento sustentável.
 
— Para nós foi uma ótima surpresa, já que não queremos absolutamente nos fechar para pessoas que já conhecem o discurso da solidariedade. Queremos nos abrir para quem nos procura para descobrir como se faz uma casamento diverso, sem gastos excessivos.
Galimberti explica que a transparência dos preços é também um diferencial em relação aos organizadores de casamentos tradicionais, que normalmente não esclarecem todos os gastos que os noivos terão de arcar. 

— Nós oferecemos um serviço muito transparente, no qual os noivos sabem desde o início quanto deverão gastar. 
Os preços oferecidos também, em alguns casos, chegam a 20% a menos do que os fornecedores tradicionais de serviços para festas de casamento. 

Convites by MSF e Emergency
Diversas organizações humanitárias renomadas, como a Médicos Sem Fronteiras (MSF) e a Emergency, participaram da Feira Matrimoni Solidali para apresentar seus serviços, como convites e bombonieres para festas de casamentos. Os convites da MSF na Itália, por exemplo, têm um custo sugerido de € 3,50 por peça, e todo o processo de seleção, compra e envio dos convites é organizado através do site da organização e realizado em períodos que variam de 15 a 20 dias. Retirado o custo da mão de obra e do material, todo o lucro é destinado aos projetos da organização em todo o mundo.
 
A maior parte das cooperativas de pequeno e médio porte que estão se especializando no setor na Itália emprega pessoas com deficiências físicas ou mentais, permitindo uma nova vida a estas pessoas, como a cooperativa Il Brugo, de Monza, que oferece bombonieres e convites em papel reciclado, e a Bottega di Pinocchio, de Brescia, que oferece porta guardanapos e outras peças em madeira confeccionadas por jovens portadores de deficiência física. Desde 2004, a Uroburo forma e emprega, em Milão, jovens e adultos com deficiências mentais no setor de ourivesaria. A cooperativa Altrospazio, que possui lojas com artigos de produção artesanal solidária em toda a Itália, oferece produtos como pratos e copos descartáveis rigorosamente ecológicos.   

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.