{mosimage}Dispostas a entrar no mercado brasileiro, vinícolas de Salerno, produtoras do famoso Cilento, participam este mês de encontro inédito com importadores no Rio
Enquanto o país debate o projeto de aumento do imposto de importação de 27% para 55% — o que tem gerado protestos de sommeliers, chefs e importadores — o brasileiro bebe cada vez mais vinho. O fato, além de aumentar o volume das importações, provoca uma procura por maior qualidade. De acordo com um levantamento da Nielsen, feito a pedido da Associação Brasileira de Supermercados, os estabelecimentos aumentaram em 34,9% as vendas de vinho em 2011, em comparação ao ano anterior.
O gestor de bebidas alcoolicas de uma das principais redes cariocas de supermercado, o Zona Sul, confirma a maior procura pela bebida junto às prateleiras: as vendas crescem em média 12% ao ano e, entre os italianos mais vendidos, figuram Chianti, Frascati, Orvieto, Brunello e Montalcino.
— Estamos embarcando amanhã para participar da Vinitaly, em Verona, em busca de novos produtos e fornecedores. O consumidor brasileiro de cidades onde faz calor, como o Rio de Janeiro, tem buscado vinhos mais modernos, mais leves, com menos carga tânica. Esse tipo de vinho costuma ser, além de tudo, mais econômico — analisa.
No vasto universo do secular vinho italiano, porém, há regiões que produzem garrafas ainda pouco conhecidas na mesa do brasileiro.
Um exemplo vem de Salerno, onde ninguém menos que os antigos gregos que cultuavam Dioniso introduziram, em colônias como Paestum e Elea, nos montes de Cilento — região declarada pela Unesco Patrimônio da Humanidade — o cultivo do vinho que hoje leva o nome da região.
Os importadores brasileiros têm uma oportunidade de conhecer, este mês, a oferta salernitana através dos representantes das seis vinícolas que virão ao Rio de Janeiro especialmente para participar da missão empresarial organizada pela Câmara Ítalo-brasileira de Comércio, Indústria e Agricultura do Rio, em parceria com a Associação Enoteca de Salerno. O encontro acontece no dia 16 na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan) e conta com a presença do presidente da província de Salerno, Edmondo Cirielli.
Prontas para entrar
no mercado brasileiro
Situadas entre os verdes montes do Parque Nacional do Cilento e o azul da Costa Amalfitana, as vinícolas estão ávidas para estrear no promissor mercado brasileiro. A maior parte já exporta para outros países e está vindo ao Brasil pela primeira vez, como a azienda Cobellis, que produz branco e tinto, fiano e aglianico.
— Percebemos que o Brasil aproxima-se cada vez mais do vinho de qualidade, exigindo produtos cada vez melhores. Porém, sabemos que as taxas de importação atrapalham a venda no mercado. Queremos encontrar um importador que trabalhe com exclusividade com os nossos produtos — resume o diretor comercial da Cobellis, situada no Cilento, Napoleone Cioffi.
O proprietário da San Salvatore, uma das empresas agrícolas participantes do encontro do dia 16 de abril, Giuseppe Pagano, destaca que o grande diferencial da marca é o seu selo de 100% biológica.
— Todo o vinho que produzimos é biológico. Usamos somente fertilizantes naturais e nosso maquinário é biodinâmico — conta o empresário, que também administra uma criação de búfalos para extrair leite e fabricar a famosa mussarela de búfala.
Como outros vinicultores italianos, Pagano não esconde que está de olho no mercado brasileiro.
— O churrasco de vocês combina muito bem com o nosso aglianico tinto, de sabor forte. Já exportamos para vários países como Estados Unidos, Alemanha e Japão, e estamos certos de que também podemos fazer bons negócios no Brasil, país cuja economia cresce a cada ano — resume.
Além da San Salvatore e da Cobellis, participam do encontro de negócios com importadores brasileiros as vinícolas San Giovanni, Marisa Cuomo, De Conciliis e Polito. Os vinhos ofertados incluem os brancos Crai Fiano Paestum e Furore Bianco Costa d’Amalfi; os tintos Jungano Paestum Aglianico e Furore Rosso Costa d’Amalfi; e os rosados Piscrai Paestum Rosato e Rosato Primerose.