{mosimage}Rio Boat Show concentrou no Píer Mauá as últimas novidades dos estaleiros italianos que comemoraram a alta das vendas no mercado brasileiro
Desta vez, em vez de ocupar a Marina da Glória, o maior salão náutico da América Latina aconteceu no Píer Mauá — um dos motores da revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro visando a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. De 12 a 18 de abril, milhares de pessoas foram conferir de perto as novidades dos 100 expositores ao longo dos 500 metros de cais e dos 45 mil m2 da estrutura interna do Rio Boat Show, uma espécie de “shopping náutico”.
O total de R$ 270 milhões em negócios realizados significou uma alta de 8% em relação à expectativa inicial, afirmam os organizadores.
— O mercado náutico brasileiro cresce em um ritmo bem forte, com uma média de 10% ao ano, desde 2007 — afirma Márcio Dottori, diretor técnico do Rio Boat Show, que destacou como uma das novidades de 2012 o maior espaço dedicado aos barcos mais “populares”, ou seja, de preço mais acessível para a classe média, tendo em vista as possibilidades oferecidas pelo aumento do poder de consumo.
Entre os diversos estaleiros presentes, as marcas italianas Sessa Marine, Ferretti e YachtBrasil, do grupo Azimut-Benetti, também mostraram ao público suas novidades.
A Sessa Marine, presidida no Brasil pelo italiano Massimo Radice, vai inaugurar uma fábrica em Santa Catarina ainda em 2012, com capacidade para produzir 60 embarcações por ano.
— Há um ano, abrimos a filial no Brasil, após um estudo de mercado. Vimos que é importante ter uma fábrica aqui. Com as taxas, a importação é muito dispendiosa. É melhor gerenciar as vendas localmente e dar mais credibilidade por causa da nossa presença — avalia Radice.
A partir da inauguração da fábrica, o executivo prevê o estabelecimento de mais parcerias.
— Com isso, vamos sair da fase de implantação e ingressar na fase de desenvolvimento de mercado. Nessa nova etapa, iremos abrir mais parcerias com distribuidores, focar em vendas e em um grande diferencial que tem grande potencial no mercado brasileiro: o relacionamento pós-venda, com serviços de assistência técnica que vão direto ao cliente — anuncia.
A Sessa levou para o evento o seu Fly45, de 45 pés, lançado em outubro na Europa e pela primeira vez no Brasil; e o C 40, campeão de vendas no Brasil, com 40 pés.
Já a Azimut-Benetti, por meio da YachtBrasil, dealer exclusivo do grupo no país, atraiu muitos visitantes para admirar as novidades do maior fabricante de iates e megaites de luxo do mundo. Entre os destaques exibidos no Píer Mauá, estavam o Azimuth 60 pés, totalmente produzido no Brasil; o Sea Ray 350 Sundancer, customizado pelo artista Luciano Matins; e o Azimuth 82 pés, o mais luxuoso do evento, que inclui até hidromassagem em seu interior.
Infraestrutura na
costa deve melhorar
O CEO da Benetti, Vincenzo Poerio, estava no estande e conversou com Comunità. Ele comentou que o mercado brasileiro náutico começa a amadurecer e deve, de acordo com o seu desenvolvimento, provocar melhorias na infraestrutura costeira.
— Quando se começa a pensar em embarcações, se começa pelos modelos menores. Depois, o cliente começa a amar o mar, e a querer as maiores embarcações para poder navegar durante meses, atravessar o oceano etc. E o Brasil começa a ter clientes assim. Ainda há limitações de infraestrutura local para acolher barcos grandes, mas o Mediterrâneo também tinha esse problema, e o mercado evoluiu. Acho que o Brasil também vai evoluir nesse sentido, como já aconteceu no México e nos países europeus — analisa.
A marca italiana Ferretti também seduziu o público com o modelo Pirelli 1100, o maior dos três infláveis (Pirelli 660 e Pirelli 800), em formato aerodinâmico e comando integrado com para-brisa. O chairman Lamberto Tacoli e o CEO no Brasil, Márcio Christiansen, estiveram no local para celebrar a importância do mercado brasileiro para as vendas da empresa, que já representam 30% do total do faturamento na Ferretti no mundo.