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Missão cumprida

18 de junho de 2012 - Por Comunità Italiana

{mosimage}Governantes paulistas e mineiros fecham acordos com empresários italianos nos setores bioenergético, portuário e de cooperação técnica durante missão que percorreu quatro estados em maio

Poucos dias antes da Rio+20, Brasil e Itália entraram em cena com acordos firmados no campo da aplicação de tecnologias inovadoras italianas sustentáveis no setor bioenergético brasileiro. O objetivo é reduzir a poluição atmosférica e o impacto ambiental na gestão energética nos próximos 20 anos. Esse é o conteúdo de um dos principais acordos assinados entre as empresas e as instituições dos dois países, durante o fórum empresarial ítalo-brasileiro de cinco dias, realizado no final de maio. A missão teve seu percurso traçado para cerca de 250 pequenos e médios empresários dos 770 que aderiram ao projeto em 16 regiões italianas, em uma operação coordenada pela Região Marche. Cobriu 12 grandes setores econômicos — incluindo agroindústria; mecânica; automotivo; energético; marcenaria; habitação; construção sustentável; aeroespacial; logístico e náutico; moda e decoração — distribuídos em 48 subsetores diversificados, com mais de quatro mil contatos bilaterais realizados nas localidades de São Paulo, Santos, São José dos Campos, Curitiba e Belo Horizonte.
Os presidentes das regiões de Emília-Romanha, Toscana, Ligúria, Lombardia, Marche, Sicília, Calábria, Molise, Lombardia, Puglia, Úmbria, Campânia, Vêneto e Piemonte, além da Província Autônoma de Trento, organizaram todo o programa de encontros e conferências, em colaboração com as Câmaras Ítalo-brasileiras de Comércio de São Paulo, Curitiba e Belo Horizonte, acelerando a busca de alternativas de mercado para garantir a vida das pequenas e médias empresas face ao cenário crítico da economia italiana e europeia. Para eles, o mercado brasileiro representa também uma plataforma de lançamento para mais negócios em países como Peru, Colômbia, Chile e México, sem perder de vista as perspectivas existentes no âmbito do Mercosul e do grupo dos Brics.
A missão comercial teve o apoio do governo italiano com a participação de Marta Dassù, subsecretária do Ministério do Exterior; do Ministro do Meio Ambiente, Corrado Clini; e de Riccardo Monti, presidente da Agência para a Promoção e a Internacionalização das Empresas Italianas no Exterior (ex-ICE, o Instituto para o Comércio Exterior). Eles sublinharam a importância e as vantagens de se fundir a experiência e a tecnologia italianas com as potencialidades do mercado brasileiro.
Os grupos bancários UBI, Unicredit, Intesa San Paolo e BNDES, além das agências italianas de avaliação de mercado Sace e Simest, controladas pelo Ministério do Desenvolvimento Econômico e criadas para dar suporte técnico e financeiro a projetos de empresas italianas no exterior, apresentaram aos empresários italianos as peculiaridades do mercado brasileiro em suas diferentes áreas geográficas, assim como as políticas fiscal, cambial e alfandegária. Indicaram também as facilidades e os programas de financiamento destinados a quem quiser encontrar novos parceiros comerciais brasileiros ou criar empresas no território nacional.
As parcerias iniciadas há alguns anos pela Região Marche nos estados de Pará e Amazonas, através de acordos para a inovação tecnológica, pesquisa, design no setor madeireiro e arredamento — com apoio financeiro do BID e colaboração do Sebrae — serviram de exemplo como modelo de parceria criada fora das áreas geográficas tradicionalmente focalizadas para negócios pelos pequenos e médios empresários italianos no território brasileiro. A Região Marche, presidida por Gian Mario Spacca, organizou o site informativo www.missionebrasile.internazionalizzazione.marche.it  com um perfil das atuais relações comerciais ítalo-brasileiras, o que atraiu a atenção de muitos dos pequenos e médios empresários italianos sobre o evento de maio.

Protocolo prevê construção de usina
de etanol em Alagoas
A partir de dezembro próximo, a bioenergia brasileira ganha uma nova fase de desenvolvimento no estado de Alagoas, com tecnologia italiana aplicada na construção da primeira usina destinada a produzir etanol de segunda geração (celulósico) no Hemisfério Sul, a partir da biomassa da cana-de-açúcar. O BNDES destinou R$ 3,1 bilhões ao projeto, lançado em março 2011. O acordo assinado entre a empresa brasileira GraalBio Investimentos S.A. (que participa com R$ 300 milhões), em parceria com a Beta Renewables, sociedade italiana do grupo piemontês Mossi & Ghisolfi — o terceiro maior do setor químico na Itália, com sede em Tortona  — inclui a construção de 12 plantas-piloto e sete plantas industriais. As obras estão a cargo da empresa italiana de engenharia Chemtex, também do Mossi &Ghisolfi, e começam ainda este ano na periferia de Maceió. A usina desenvolve sua produção a partir de dezembro 2013, começando a usar o bagaço de cana-de-açúcar e a palha de arroz até converter qualquer tipo de biomassa em etanol.
A GraalBio também elabora estudos em parceria com a Unicamp, na obtenção de uma nova variedade de planta (Cana Energia), com produtividade equivalente ao triplo da cana comum, tornando a biomassa economicamente mais competitiva. Até o final deste ano, 100 mil sementes da Cana Energia devem ser plantadas para uma seleção de 40 mil delas, destinadas à primeira colheita industrial, prevista em 2015. As previsões indicam uma produção anual que poderá chegar a 65 mil toneladas de bioetanol, equivalentes a cerca de 82 milhões de litros de etanol celulósico. É prevista ainda a construção de um centro de pesquisas em Campinas para o desenvolvimento de leveduras, além de uma planta-piloto onde serão desenvolvidas e aperfeiçoadas as tecnologias de etanol celulósico e alternativas bioquímicas. O projeto busca reduzir o déficit no setor e as importações brasileiras, além de fomentar a exportação do etanol celulósico para os Estados Unidos a preços vantajosos. Mas a meta principal é respeitar o uso obrigatório de combustíveis biológicos na Europa em 2020.
Para o ministro italiano do Meio Ambiente Corrado Clini, esta atividade não rouba espaço à agricultura na produção de alimentos e reduz a poluição em modo significativo.
— A produção do bioetanol de segunda geração requer somente o processamento de vegetais descartados e permite a redução de CO2 em 85%. Além disso, não podemos desperdiçar nosso patrimônio adquirido no campo de pesquisas em biotecnologia — afirmou.
Enquanto isso, o fundador e presidente da GraalBio, Bernardo Gradin, avisa que quer obter a biomassa mais competitiva do mundo e assinala que sua empresa pode investir até R$ 1 bilhão na criação de outras quatro usinas. 
O setor da náutica e atividades portuárias abre espaço para um memorando de entendimento e um acordo de cooperação, indicando a via marítima como um dos percursos vitais rumo à internacionalização e no combate à crise econômica mundial. O diretor de planificação da Codesp, Renato Barco, e o presidente do porto da Ligúria, Luigi Merlo, assinaram um memorando de entendimentos entre o porto de Santos e a Ligurian Portos, a associação dos portos da região, para a cooperação nas áreas de portos, transporte marítimo e logística, em bases igualitárias para benefício mútuo.
— Queremos intensificar o transporte de mercadorias e o turismo entre os portos de Santos e Gênova — destaca Merlo, lembrando que os portos da Ligúria são estratégicos na exportação de bens e produtos do Norte da Itália.
Renato Barco assinou ainda um acordo de cooperação entre as autoridades portuárias de Santos e Veneza com Antonio Revedin, gerente de planejamento estratégico e desenvolvimento do porto veneziano. Mais de 20 empresários nos setores da logística, náutica, óleo e gás também estiveram em Santos para novos negócios.
Gian Mario Spacca, presidente da Região Marche, e Luiz Barreto, presidente do Sebrae nacional, assinaram uma carta de intenções para consolidar ainda mais a parceria em prol das micro e pequenas empresas por meio de novas abordagens metodológicas e o fortalecimento do conceito de integração produtiva. O acordo será uma extensão do projeto Rede de Serviços Metodológicos, desenvolvida no âmbito do projeto de cooperação Sebrae, Banco Interamericano de Desenvolvimento e região Marche. Spacca, juntamente com a vice-ministra de Relações Exteriores Marta Dassù, assinou ainda uma carta de intenções entre a Fiesp e a região Marche, para dar continuidade às colaborações institucional e econômica existentes, fomentando os encontros entre empresas dos recíprocos sistemas empresariais por desenvolvimento de novos canais econômicos.
Em São José dos Campos, 22 dirigentes pequenos e médios mantiveram mais de 200 encontros para abrir colaborações no setor aeroespacial. No Paraná, cerca de 15 empresários buscaram parcerias nos setores da agroindústria, da alta tecnologia e das ciências para a vida. Na ocasião, foi assinado um acordo de cooperação no setor da alta tecnologia entre o Pólo Tecnológico de Navacchio e a Agência Curitiba de Desenvolvimento. A parceria vai possibilitar ações conjuntas e troca de experiências nas áreas de desenvolvimento econômico, produção e tecnologia.

Minas recebe 40 empresas e governo fecha acordo de cooperação técnica
Em Belo Horizonte, 40 empresas no campo automotivo e mecânico participaram de vários encontros business to business, palestras e fóruns econômicos que duraram dois dias, eventos que foram uma espécie de desdobramento da missão empresarial liderada pelo governador mineiro Antonio Anastasia à Itália em março. A secretária de Desenvolvimento de Minas Gerais, Dorothea Werneck, vê a missão italiana como uma oportunidade de consolidação do trabalho iniciado na Itália:
— Estivemos em Turim, Roma e Nápoles, e criamos parcerias do Estado com várias regiões e empresários. Fiquei impressionada com a facilidade de contato entre empresários mineiros e italianos.
Na abertura, o governador Antonio Anastasia destacou a importância do papel da indústria italiana em Minas e ressaltou as potencialidades do estado para receber outras empresas. Olavo Machado Junior, presidente da Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais), com Maria Pia Calisti, consulesa da Itália de Minas Gerais; Giacomo Regaldo, presidente da Câmara Italiana de Minas Gerais; além de Gianni Loreti, vice-diretor do ICE.
Giuseppe Donato, presidente do Centro Estero Internazionalizzazione Piemonte e membro do conselho diretor da Associazione Nazionale Filiera Industria Automobilistica, e Fabrizio Alvisi, responsável pela direção operacional da área de promoção e marketing internacional da Veneto Promozine, também participaram da abertura. Para o presidente da Câmara Ítalo-brasileira, Giacomo Regaldo, “a iniciativa é de suma importância para a consolidação do estado de Minas Gerais como principal parceiro da Itália, principalmente no setor automotivo e mecânico”.
Dorothea Werneck anunciou a assinatura do acordo de cooperação técnica entre o governo mineiro, através do Indi, o Instituto de Desenvolvimento Integrado, e a italiana Simest. O acordo fomenta as possibilidades de transação comercial a serem geradas na rodada de negócios em Minas. Cerca de 180 empresas italianas instaladas no estado poderão contar com o financiamento da instituição para investirem em seus negócios. Dorothea Werneck ressaltou que não há um limite de valor para o financiamento, mas que já existe um volume de R$ 2 bilhões disponibilizados pela Simest. Pelo acordo, cabe à entidade italiana disponibilizar linhas de crédito e serviços financeiros às empresas da Itália ou joint-ventures entre empresas italianas e brasileiras em Minas. Já ao governo mineiro cabe o mapeamento das empresas aqui instaladas que pretendem se expandir, bem como identificar as que têm interesse em vir para Minas.
Para ela, Minas tem características atraentes para os investidores, como o tratamento fiscal vantajoso, a desburocratização, a localização geográfica e a maior rede rodoviária do país e as ferrovias, que contribuem para a variedade de modais, apresentando boas oportunidades de investimento e comércio no setor automobilístico e no segmento de metalmecânica, com o segundo maior parque automobilístico do Brasil e a presença de várias montadoras do Grupo Fiat — a exemplo da Iveco, Fiat Defesa e New Rolland — além das fábricas de caminhões Mercedez Benz.
— Temos também a única planta de helicópteros da América Latina, a Helibras, além de duas grandes indústrias de locomotivas, únicas do Brasil. Este é um grande conjunto de fornecedores de autopeças, com enorme espaço para investimentos em Minas Gerais — acrescenta. O padrão educacional, com 14 universidades públicas e 64 cursos de mestrado e doutorado acompanhados de programas de treinamento profissional — também constitui um pólo de grande interesse.
O estado do Mato Grosso do Sul também se colocou na vitrine. O governador André Puccinelli apresentou aos empresários italianos as condições geopolíticas do estado, detalhando incentivos destinados ao desenvolvimento econômico e à industrialização. De acordo com ele, são crescentes as oportunidades de investimentos nas indústrias de celulose, setor sucroalcooleiro, mineração, logística, transportes, turismo e no agronegócio voltado para a produção animal e de soja. Puccinelli destacou também que o estado oferece, através do projeto Mato Grosso do Sul Empreendedor, importantes vantagens para indústrias que decidirem se instalar em território brasileiro, como a isenção de ISS e a suspensão do pagamento de IPTU por até duas décadas. Explicou que, dependendo do aporte do projeto a ser realizado, haverá também descontos de até 90% no pagamento do ICMS. Ao término da apresentação do painel que participou, convidou investidores a visitarem regiões do estado por até 30 dias.
Esta foi a primeira vez que a missão empresarial italiana teve um perfil orientado a dar às regiões italianas e às câmaras de comércio o papel de coordenadoras de contatos, colocando em primeiro plano a alta especialização e a longa experiência das pequenas e médias empresas italianas. As empresas que não puderam participar da iniciativa vão receber o balanço final do evento com avaliações dos empresários, em reuniões e encontros programados ainda este ano, junto às sedes das regiões italianas e das câmaras de comércio.   

*Colaborou Daniela Campos

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.