Após os Estados Unidos descartarem que o presidente Donald Trump deve vir ao Brasil para posse de Jair Bolsonaro, apesar do alinhamento automático da política externa brasileira aos interesses norte-americanos, foi a vez do vice-premier e ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, anunciar que também não comparecerá à cerimônia de posse, marcada para o dia 1º de janeiro.
“Bolsonaro, que tomará posse no dia 1 de janeiro, muito carinhosamente me convidou, mas o acompanharei de longe, para não ser mal interpretado pela imprensa italiana, que me quer tanto bem”, disse Salvini.
Declaração do vice-premier foi feita por Salvini após questionamentos sobre Cesare Battisti, que encontra-se foragido desde a semana passada, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux ordenou a prisão do italiano, abrindo caminho para sua extradição. Segundo Salvini, o governo italiano não irá disponibilizar nenhum tipo de recompensa por informações que levem a captura de Battisti. “Não colocaremos nenhuma recompensa. Deixaremos isso aos filmes. Mas estou confiante que o caso possa ser resolvido positivamente”, afirmou.
Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália pela participação em quatro assassinatos cometidos na década de 1970, quando ele era militante do grupo de extrema-esquerda Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). Desde que Bolsonaro anunciou, ainda durante a campanha eleitoral, que, caso eleito, pretendia extraditar Battisti, ele e Salvini vêm trocando mensagens nas redes sociais.