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Glamour de exportação

25 de abril de 2013 - Por Comunità Italiana

Modelos exclusivos de Valentino, Versace e outros, que também vestiram musas do cinema, do teatro e da aristocracia são expostos na FAAP, em São Paulo

{mosimage}Qual a mulher que não gostaria de poder usar ao menos uma vez na vida um vestido longo preto e azul em dupla face assinado por Gianni Versace? Ou um vestido de coquetel curto em seda bordado de Giorgio Armani? Roupas que só são confeccionadas para a elite. Esses são apenas alguns modelos de peças únicas e originais criadas pelas mãos dos mais conceituados estilistas italianos do século 20. Elas fazem parte  de uma coleção vinda do Museo  della Moda e Fundação Cultural  Sartirana Arte, de Pavia, na Lombardia. Ao total são 40 trajes de  noite que o público pode ver de  perto até o dia 17 de dezembro  na Fundação Armando Álvares
Penteado (FAAP), em São Paulo. A mostra Abiti Gran Sera, que abrange trajes usados entre os anos de 1950 e 1990, é uma realização do Instituto Italiano de Cultura de São Paulo (IIC-SP), do Consulado Geral da Itália, da Embaixada da Itália e do Museu de Arte Brasileira (MAB-FAAP).

Personalidades italianas e internacionais do cinema, teatro e,da aristocracia, já tiveram o privilégio de um dia usarem modelos exclusivos. Audrey Hepburn, no filme “A Princesa e o Plebeu” [1970], usou um vestido longo de cetim marfim, idealizado por Irene Galitzine, russa de nascimento,mas radicada na Itália eque já vestiu Sophia Loren.

Quem não se lembra da lendáriaestrela do cinema, Ava Gardner, casada com Frank Sinatra,que fez, entre muitos, “A Hora Final” [1959], “A Sentinela dos Malditos”[1977] e, bem antes disso, vestiu em “A Condessa Descalça”[1954] um vestido longo em voile verde-água com corpete bordado, de Fernanda Gattinoni. Opiniões do público é o que não faltaram nesta exposição. Paraos que viveram a “geração coca-cola” ou os “anosrebeldes” foi um momentode relembrar cenas de atrizes consagradas usando determinados vestidos.

Apesar de toda a história existente por trás  das vestimentas, o evento também teve um quê de novidade. Os mais novos que passaram pela mostra puderam conhecer um pouco de história, arte e estilo.

— Eu estouachando fantástica.Vi esses modelos nos filmes— conta a comerciária
Maria Luiza Lucchesi, de 46 anos.

O que chamou a atenção também do seu marido, Victor Piccoli, 46, foi o vestido vermelho usado por Kelly Le Brock, em A Dama de Vermelho (The Woman in Red, 1984), mas, segundo ele, a cena visualizada do filme daria mais destaque. — Seria interessante uma foto ao lado para associar o filme a quem não lembra e para os mais jovens que não conhecem — opina.

— Os modelos são atuais. A moda não mudou, mas as tendências estão voltando — observa a coordenadora psicopedagógica Emília Souza Aranha, 53.

A diretora do IIC, Fiorella Piras, explica que a intenção foi mostrar a passagem, através do tempo, do uso de trajes do século passado para os da atualidade, estes últimos expostos na sala seguinte e produzidos pelas alunas de pós-graduação da FAAP.

— É uma casa que está para ser fechada, onde os trajes estão dispostos em baús para partirem, para se mudarem. É o encerramento de uma época de hábitos — esclarece.

Quem foi à exposição também pôde conferir o trabalho de Valentino. Ele já elaborou roupas para Nancy Reagan, mulher do ex-presidente Ronald Reagan, como uma saia curta de veludo e casaco bordado, expostos no caixote. Quem já viu o clássico do cinema italiano “La Dolce Vita”, de Fellini, não esquece o vestido curto preto em crepe com laço na frente desenhado por Sorelle Fontana e usado por Anita Ekberg e que está na exposição.

Antecipando a abertura da mostra, a Câmara de Comércio organizou um encontro com especialistas em moda e história, onde foi possível discutir sobre as tendências do mercado das grifes italianas no Brasil e, claro, sobre a alta moda made in Italy.

— O berço da moda contemporânea se inicia em Florença após a Segunda Guerra Mundial — explica o professor de História da Moda na FAAP, João Braga.

Paola Paduan, responsável pela importação de marcas famosas como Ermenegildo Zegna, D&G e Giorgio Armani, em entrevista ao site www.textilia.net fala um pouco de cada estilo de marca.

— Armani é clássico, coerente. Faz ternos e peças impecáveis para o dia-a-dia e, por isso, consegue atingir um público amplo. Gucci é mais para quem gosta de ostentar. Já a Prada é mais discreta, tem uma linha ampla, especialmente com os acessórios, e atinge um público vasto — detalha.

Em relação à moda brasileira, Paduan pondera:

— Não quero menosprezar a moda brasileira. Quando vejo o trabalho de Lino Villaventura, acho fantástico. Carlos Miéle e Alexandre Herchcovitch também são interessantes. Acho que a moda brasileira tem futuro mas, às vezes, ainda faltam matérias-primas mais cuidadosas como zíperes e outros aviamentos. São partes importantes que precisam ser aprimorados.

— Precisamos só aprimorar nosso know-how, pois temos muita criatividade — complementa Braga.

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.