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Home > Milão aposta no look urbano para o verão 2013

Milão aposta no look urbano para o verão 2013

17 de outubro de 2012 - Por Comunità Italiana

{mosimage}Maioria das grifes aposta no visual das ruas durante a Semana de Moda de Milão, que agitou a capital lombarda com as principais tendências da primavera/verão

Nova York, Londres, Paris e Milão são as cidades que dividem as honras de lançar, todos os anos, as tendências para a moda no mundo inteiro. A cidade italiana, porém, faz da sua semana de moda mais que um lançamento de roupas: é um evento que agita e envolve todos os moradores e turistas que percorrem as ruas milanesas. De 19 a 25 de setembro, a Semana de Moda de Milão Primavera/Verão 2013 promoveu desfiles em locais históricos do centro da capital lombarda, como o Circolo Filologico, e inseriu um telão próximo à Piazza del Duomo, um dos mais importantes locais turísticos de Milão.

Os principais nomes da moda made in Italy, como Versace, Gucci, Dolce e Gabbana e Prada, estiveram presentes e mostraram muitas coisas em comum para o próximo verão. A principal delas é a opção por peças casuais e urbanas, que podem sair das passarelas e desfilar pelas ruas de qualquer cidade do mundo, o que quebra a velha ideia de que a moda vista nos desfiles não é usada pelas pessoas comuns.

Os estilistas apresentaram roupas leves, em sua maioria em tons pastéis. Poucos optaram por cores mais chamativas, como vermelho e laranja. Os vestidos reinaram absolutos, com ou sem estampas. Outra tendência para o próximo verão europeu, que deve ser copiada em outros continentes, é a transparência. Os recortes, que valorizam as formas femininas, também apareceram em diversos desfiles, mas sempre privilegiando a praticidade e o conforto que a mulher de hoje busca quando o assunto é roupa. Peças muito justas, desta vez, passaram longe da passarela em Milão.

Um dos destaques da semana foi o desfile de Alberta Ferretti que, segundo a própria estilista, teve como foco principal a ‘ausência de gravidade nos vestidos’, ou seja, a opção por vestidos delicados, simples e com cortes retos, sem volumes, babados ou excessos. Ela apresentou vestidos de festa, a maioria curtos, com influência nos anos 1920, com bordados de cristais e rendas recortadas.
— A ideia foi criar um efeito de tatuagem no corpo. É um trabalho bonito, elegante e delicado — comentou Alberta após o desfile.

Se Alberta Ferretti apostou na delicadeza, Donatella Versace manteve a fama de estar à frente da marca mais sexy da Itália. O desfile da Versace foi, de longe, o que mais abusou de decotes, fendas, minissaias e microshorts, sem deixar de lado a elegância que caracteriza a grife. O desfile mesclou peças com toques de renda e itens considerados básicos, como batas, vestidos, camisas e coletes, apresentados em tie-dye, uma técnica que mistura cores, famosa nos anos 1970 com os hippies. A Versace também apresentou os seus já famosos modelos longos, com bordados, brilhos e franjas.

Inspiração na Sicília, no artesanato italiano e no Extremo Oriente
Domenico Dolce e Stefano Gabbana foram buscar na terra natal, a Sicília, inspiração para a coleção primavera/verão da Dolce e Gabbana. As roupas da dupla valorizam a união de listras e estampas em shorts, tops e vestidos. Os acessórios como brincos e bolsas chamaram a atenção com suas cores fortes. E as sandálias, além de coloridas, impulsionavam as modelos em plataformas de 15 centímetros.
— É uma moda descontraída, como o verão tem que ser. Tem cor, tem leveza, tem essa coisa fresca que a estação permite — comentou Stefano Gabbana ao final do desfile.
Em contraponto ao desfile multicolorido da Dolce e Gabbana, o estilista Giorgio Armani preferiu a sobriedade ao apostar em uma coleção de vestidos transparentes em tons pastéis e calças cortadas acima do tornozelo.
Para a sua segunda linha, a Emporio Armani, ele optou por linhas retas, grafismos e assimetria. Destaque para as peças inspiradas em looks masculinos, como paletós, calças e shorts de seda. Armani também usou metalizados suaves, camelo e verde militar. Após o desfile, o estilista comentou que o objetivo de todos os desfiles é sempre o mesmo: fazer com que os looks das passarelas sejam levados para as ruas.
— O nosso trabalho como estilista é sugerir o que as pessoas podem usar. Não faz sentido apresentar um desfile com 30 peças que não vão para as lojas depois — disse Armani na entrevista coletiva.
Quem também apostou em tons neutros foi a marca Gianfranco Ferré. A dupla de estilistas da grife, Stefan Citron e Federico Piaggi, criou um desfile monocromático, onde o preto e o branco foram as estrelas.
Apontada pelos críticos de moda como a coleção mais surpreendente da semana, a Prada apresentou uma coleção inspirada no Japão, com flores brancas costuradas em vestidos que pareciam quimonos. Os sapatos eram extremamente altos ou substituídos por meias de couro.
— Eu pensei em uma mulher forte e doce — disse a estilista Miuccia Prada em entrevista após o desfile. Uma jornalista italiana comentou que o desfile de Prada foi o mais ousado ao apresentar peças mais difíceis de serem vistas nas ruas. A estilista, porém, disse que suas criações poderiam ser encontradas nas lojas, pois tudo o que ela mostrou na passarela estará à venda.
Quem também buscou inspiração no Oriente foi a Emilio Pucci. O estilista Peter Dundas criou vestidos e conjuntos brancos em tecido transparente com bordados que remetem a imagens típicas orientais, como tigres e dragões. Alguns modelos tinham corte parecidos com quimonos e referências militares.
O uso de referências orientais, no entanto, foi uma exceção entre as marcas italianas. A maioria fez questão de valorizar peças artesanais da Itália em suas coleções. Este olhar para suas próprias origens, aliás, diferencia o país de outros berços da moda. Por isso, a moda italiana é apontada como uma das mais difíceis de ser copiada pelas cadeias de fast fashion (moda rápida, em tradução literal) que, cada vez mais, tentam adaptar a moda de passarela ao visual urbano.
A Roccobarocco foi uma das grifes que optaram por bordados exclusivos e valorização do artesanato italiano. O estilista Roberto Cavalli, famoso por fazer suas próprias estampas de animais, apresentou peças em tons naturais — com suas famosas estampas, é claro — destacando o lado artesanal nos detalhes de vestidos, calças, bermudas e camisetas.
A Gucci apostou em cores brilhantes, que apareciam tanto nas roupas quanto nos sapatos. Frida Giannini, responsável pela marca, preferiu o movimento nas peças, com mangas sino e muitos babados, em um dos desfiles mais sofisticados da Semana de Moda de Milão.
— O verão é uma época esvoaçante. Tecidos soltos, que balançam com o vento, são muito mais femininos. Apostamos nisso — contou Frida após o desfile.
Quem destoou completamente do clima leve dos desfiles foi Massimiliano Giometti, estilista da Salvatore Ferragamo. Ele apresentou uma coleção com inspiração militar com muitos trench coats de couro e camurça. A seleção de cores apostou no preto, camelo, oliva, nude e branco. Para os dias de calor, a combinação escolhida foram as minissaias com botas de cano alto com a ponteira aberta.
A grife russa Basharatyan V fechou o calendário de primavera e verão 2013 apostando na transparência, especialmente das blusas, em tecidos lisos e estampados, com a proposta de serem usados tanto de dia quanto de noite. A estilista Veronica Basharatyan também apresentou linhas simples em bermudas e calças, de cós alto, inspirados na década de 1970. A cartela de cores propôs tons pastéis e, ao invés de usar o preto, a estilista preferiu o azul-escuro.

Crise econômica afeta moda, dizem analistas
Nos bastidores da Semana de Moda de Milão, o assunto mais comentado foi a crise europeia, especialmente a que atinge a Itália. Os executivos da moda que acompanharam os desfiles em Milão reconheceram que está cada vez mais difícil concorrer com os produtos chineses, particularmente no mercado de luxo.
— A China copia tudo e a recessão que atinge o sul da Europa acaba inibindo um contra-ataque do setor neste sentido — disse Mario Montellini, representante de uma marca italiana de sapatos.
Segundo a Câmara Nacional de Moda Italiana, as vendas de moda no país devem cair 5,6% este ano, depois de crescer 6% em 2011. Estes números mostram que a Itália, hoje, é o mercado com o pior desempenho na indústria de luxo mundial, setor que tem previsão de crescimento, em 2012, de 7%. Marcas conhecidas por valorizarem produtos de luxo, como Salvatore Ferragamo, no entanto, não acreditam que os países que têm influência neste mercado perderão espaço para os emergentes.
— Estamos acompanhando a China de perto, com bastante atenção. Mas, no momento, o país não nos afeta, e a tendência de crescimento da marca permanece — disse Michele Norsa, representante da Ferragamo.
Este posicionamento, porém, é contestado por especialistas do segmento de moda. O jornalista Paolo Mancini, que acompanha os desfiles em Milão há duas décadas, acredita que as marcas italianas estejam querendo esconder o que de fato está acontecendo.
—As preocupações econômicas estavam presentes na maioria dos desfiles que vimos nas passarelas de Milão. Não foi por acaso que muitos estilistas preferiram roupas simples, com cortes retos, formatos básicos, sem grandes ousadias, e em cores neutras. Por quê? Para vender. Quem ousar mais, colocar mais cor e estampa, terá mais dificuldade de colocar a sua moda na rua. Já quem optou por algo mais simples terá mais chances de vender, pois esse tipo de roupa não se perderá com o tempo. Na Europa, hoje, não há mais dinheiro para trocar de roupa a cada temporada de moda. E é com essa realidade que os estilistas estão convivendo — afirma.
Para Mancini, valorizar a moda urbana é a maior tendência para as semanas de moda do mundo inteiro.
— O que se viu na passarela foram roupas muito mais acessíveis ao público do que os desfiles de moda costumavam mostrar. Vamos ver se o público compra a ideia e, assim, as semanas de moda continuarão a ter o seu charme — conclui.  

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.