{mosimage}Voto pra quem?
A corrida para as eleições italianas na primavera européia de 2013 começou com as prévias dos partidos ocorridas no início de novembro. Pelo mundo, a lei criada em 2001 pelo então ministro Mirko Tremaglia, falecido em dezembro do ano passado, que leva seu nome, disciplina o voto para os italianos residentes no exterior. A chamada Circunscrição Exterior tem quatro repartições: Europa; América Meridional; América Setentrional e Central; África Ásia Oceania e Antártida. São eleitos 12 deputados e 6 senadores nessas áreas pelo voto dos inscritos nos consulados pelo Aire. Para a região Meridional, existe uma ampla vantagem para os argentinos, que têm dois deputados e dois senadores eleitos, respectivamente Giuseppe Angeli e Ricardo Merlo, Esteban Caselli e Mirella Giaia. Para o Brasil temos o deputado Fabio Porta, reeleito em 2008.A conta não é difícil de entender, uma vez que o número de passaportes para os hermanos é o dobro do existente por aqui. Fica evidente neste quadro representativo que a política exterior italiana privilegiou as relações com o país vizinho em nosso continente durante décadas. O contingente de descendentes nascidos em território brasileiro com direito ao passaporte italiano é enorme, mas a falta de estrutura consular desde sempre impediu que os processos fossem ágeis. O número de representações diplomáticas é praticamente o mesmo nos dois países mesmo com as óbvias diferenças de dimensões. A Itália sempre esteve mais perto da Argentina, e mesmo quando o país atravessou sua pior crise, que levou milhares de pessoas a bater panelas pelas ruas de Buenos Aires, os italianos compraram títulos furados argentinos.
Com o crescimento da economia brasileira, que passou de país devedor do Fundo Monetário Internacional para credor do mesmo nos últimos anos, o governo da bota viu como estava errada sua política internacional e passa a olhar com mais atenção para as relações comerciais com o Brasil. Mas e os cidadãos italianos por aqui, como andam? Como está o atendimento nos consulados pelo Brasil? Quais foram as conquistas para estes eleitores após a entrada em vigor do voto?
As informações que recebemos não são animadoras. No Brasil, além das filas pelos consulados, dezenas foram as associações que fecharam suas atividades sócio-recreativas, culturais e mesmo o hospital da Sociedade Italiana de Beneficência e Mútuo Socorro do Rio de Janeiro está em estado degradável. Muitas vezes, a bem da verdade, a culpa são dos próprios dirigentes das entidades que, ou por serem centralizadores ou pela falta de uma gestão adequada, acabam por decretarem a falência da história de entidades que em grande parte foram importantes para as relações entre os países e seus cidadãos.
Nos próximos números, vamos mostrar o que fazem os parlamentares eleitos pela Circunscrição Meridional e quais são as principais demandas de uma comunidade que conta com 30 milhões de descendentes no Brasil. Gente que se identifica com a Itália de origem e vive e ajuda a desenvolver um Brasil de muitas riquezas.
Boa leitura!