O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, afirmou hoje que seria "grave" interromper as reformas econômicas implantadas no país, em uma clara referência ao ex-premier Silvio Berlusconi, que prometeu mudar radicalmente a política econômica se for eleito em 2013.
"Paradoxalmente, interromper uma reforma antes que ela possa dar resultados é pior do que não fazê-la", disse Monti durante um evento da Associação Nacional de Indústrias Automobilísticas (Anfia).
Ele pediu "prudência" nas avaliações das medidas adotadas por seu governo, ressaltando que seria um erro fazer análises "hiper-simplificadas" sobre os efeitos delas.
Monti também disse que o governo de Berlusconi promoveu reformas, "mas deixou muitíssimas a fazer", de forma que o vencedor das eleições terá que prosseguir com os projetos.
Monti, economista, assumiu o cargo de primeiro-ministro da Itália em novembro do ano passado, após Berlusconi renunciar por falta de apoio político e em meio a uma crise financeira que fez a dívida pública da Itália chegar a 120% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
No último sábado, porém, Berlusconi anunciou que irá disputar as eleições de 2013, as quais devem ser realizadas até março. Monti, por sua vez, afirmou que renunciará ao cargo assim que a lei orçamentária para o ano que vem for aprovada pelo Parlamento, o que deve ocorrer antes do Natal.
Diante da troca de farpas entre Monti e Berlusconi, o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, declarou nesta quarta-feira que "o governo Monti foi melhor que o de seu predecessor". Ontem, a chanceler Angela Merkel já tinha elogiado as medidas implantadas pelo premier italiano. (ANSA)