O comissário europeu para Assuntos Econômicos, Olli Rehn, afirmou nesta terça-feira que o governo do ex-premier italiano Silvio Berlusconi "decidiu não respeitar mais os compromissos com as reformas econômicas e com a consolidação das contas públicas" no fim de 2011.
"No outono [boreal] de 2011, o governo Berlusconi decidiu não respeitar mais os compromissos com as reformas e com a consolidação das contas públicas, e o resultado foi o esgotamento dos financiamentos ao país e o despencar do spread", disse Rehn.
O comissário participou hoje de uma coletiva de imprensa para apresentar as prioridades para 2013 e evidenciou como, há um ano, "existia uma séria preocupação com a Itália e a Espanha e profunda incerteza sobre a Grécia".
"O ano passado foi um ano decisivo em que demonstramos resistência da área do euro tomando as decisões necessárias para assegurar a estabilidade e a sustentabilidade", lembrou Rehn, enfatizando que os fantasmas do fim do euro ou da saída da Grécia da área monetária "são virtualmente e completamente desaparecidos".
O comissário europeu, porém, lembrou também que ainda existem muitos desafios importantes como, por exemplo, as elevadas taxas de desemprego, uma economia lenta, e por isso "não tem espaço para a complacência". Segundo ele, são necessárias "reformas equilibradas e ambiciosas" no mercado de trabalho que "removam os obstáculos da ocupação", favorecendo os "contratos a prazo indeterminado" e a "contratação coletiva".
As prioridades dos próximos programas de reforma nacional devem ser a "conservação do ritmo das reformas econômicas e a busca da consolidação fiscal", a qual "não tem alternativa, pois uma dívida de 90-100% é um sério obstáculo para o crescimento", concluiu Rehn. (ANSA)