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Home > O perigo da bolha

O perigo da bolha

21 de março de 2013 - Por Comunità Italiana

{mosimage}Arquiteto Bernardo Secchi chama a atenção dos urbanistas brasileiros para os perigos da desigualdade social e da especulação imobiliária na cidade sede das Olimpíadas de 2016

Um dos mais influentes urbanistas do mundo, o arquiteto lombardo Bernardo Secchi, professor da renomada IUAV (Instituto Universitário de Arquitetura di Venezia) e da Ecole d’Architecture de Genebra, esteve apenas um dia no Rio de Janeiro. Foi tempo suficiente para levantar questões importantes sobre o boom econômico que as grandes cidades brasileiras vivem, em especial a capital fluminense, embalada por grandes eventos internacionais que têm motivado diversos projetos de intervenção urbanística.
Secchi, que já esteve várias vezes no Brasil, especialmente no estado de São Paulo, onde realizou projetos em favelas, reconhece que houve grandes mudanças nos últimos anos no país. Ele alerta, porém, para o problema da especulação imobiliária.
— As cidades brasileiras estão sofrendo uma grandíssima especulação imobiliária. Isto é um problema. Com os eventos que acontecem no Rio, a exemplo das Olimpíadas, há o fortíssimo risco de que se crie uma bolha imobiliária com efeitos sobre a inteira economia, como aconteceu nos Estados Unidos, no Japão e na Espanha, especialmente em Barcelona e Madrid. Acho que os eventos são muito bons e podem trazer um novo impulso, como os Jogos deram um impulso a Barcelona, mas não a Atenas, por exemplo. Esse boom pode ser perigoso se levado a uma direção e deve ser administrado com muita atenção. Essa é a tarefa do prefeito do Rio — avalia.
O preço dos imóveis na cidade sede dos Jogos de 2016 triplicou em menos de cinco anos: subiu 191% entre janeiro de 2008 e novembro de 2012. O Rio já tem o metro quadrado mais caro do país, calculado em R$ 8.711. O especialista italiano alerta que esse fenômeno faz com que se aumentem as diferenças sociais.
— Por isso, os políticos têm muita responsabilidade, mas também os arquitetos. E os arquitetos têm o dever de dizer a verdade. A opinião pública deve estar atenta — afirma Secchi, que proferiu a conferência de abertura do Seminário de Política Urbana Quitandinha+50 (Q+50), promovido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), no dia 27 de fevereiro, na sede do IAB-RJ.
Ao desenvolver o tema Arquitetura, Cidade, Metrópole – Democratizar Cidades Sustentáveis, destacou o que chama de três pilares da questão urbana: ambiental, mobilidade e desigualdade social.
— Esses elementos estão interligados e não podem ser tratados de forma isolada. Há que se ter um pacote completo para essas ações — disse, mostrando projetos para cidades como Paris, Moscou e Bruxelas.
No caso da capital belga, propôs que abolissem os carros.
— Disseram que eu tinha enlouquecido. Mais tarde, a agência de transportes públicos argumentou que não era uma ideia tão louca. Poderíamos começar com ilhas de pedestres, expandiríamos e depois uniríamos essas ilhas em algo maior. Se pudéssemos fazer isso, quantas áreas públicas iríamos recuperar? — indagou.
Ele também revelou ser contrário à expansão do metrô nas áreas mais pobres de Paris.
— A região precisa de um sistema de transporte público de superfície, tipo bonde. Se optarem pelo metrô, as obras ficarão prontas em 2050. Teremos que esperar toda uma geração para o benefício — comentou o urbanista, convidado pelo governo francês para pensar a capital dos próximos 30 anos no projeto Grand Paris.
Secchi não esconde o desgosto com a situação vivida em seu país natal. Ele revelou à platéia formada por arquitetos, urbanistas e estudantes que prefere não realizar projetos na Itália devido à corrupção e à especulação imobiliária.
— A Itália está parada e vive uma situação muito difícil, de caos. A crise é fortíssima. Em Milão continuam construindo, mas não vendem. O povo italiano protesta e não sabe para onde ir. É importante recusar o que não querem, mas devem propor algo, e isso é difícil. O reflexo em cidades como Palermo, mas também em Milão, é de exclusão social. Temos ricos de um lado e pobres de outro — afirmou à Comunità, poucos dias depois do resultado das eleições parlamentares italianas. 

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.