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Estratégias anticrise

21 de março de 2013 - Por Comunità Italiana

{mosimage}Em época de recessão, os italianos redescobrem a arte da troca e compartilham até meios de transporte para reduzir os gastos

Do ut des é uma expressão jurídica latina que significa “dou para que dês” e indica uma permuta entre um indivíduo que recebe e outro que oferece algo. Esta fórmula, com o passar do tempo, adquiriu um sentido pejorativo ao indicar um pacto de favores recíprocos. Porém, pode representar uma ideia para se voltar às velhas tradições, descobrir uma nova forma de passar as férias, e por que não, de economizar em época de crise.
Um método de troca aplicada ao turismo é o house sharing. O conceito é simples: você troca sua casa com outro membro do grupo por um determinado período de tempo sem pagar aluguel.
— Quem troca de casa não o faz apenas por uma questão monetária, embora, é claro, economize nas despesas de alojamento. Mas é um tipo de férias que requer certa mentalidade, um espírito aberto à troca de culturas — declara à Comunità Annalisa Rossi Pujatti que, desde 1995, é a responsável da Homelink Itália, uma organização internacional especializada na gestão de troca de casas.
A Homelink nasceu em 1953 nos Estados Unidos graças a um casal de professores que usou este sistema para organizar uma viagem de trabalho com os colegas de forma econômica e ao mesmo tempo altamente cultural. Nos anos 1960, Homelink chegou à Europa. Este ano, comemora 60 anos através de eventos que reúnem várias pessoas em diferentes lugares do mundo.
— As pessoas que usam esse método não pertencem a uma única classe social. São viajantes, não turistas, e têm em comum o prazer de viajar sem usar o clássico sistema de seguir uma bandeirinha e um guia, e sim conhecendo outras culturas. Hoje, na Homelink Itália, existem 800 participantes — afirma Annalisa, entusiasmada com um trabalho que permite ter relações com todo o mundo.
As possibilidades são variadas. Além da troca de casas e da hospitalidade, desde 2011 existe a opção de oferecer serviços — como jardinagem e trabalhos de pintura — em troca de hospedagem. Há ainda famílias que aceitam acolher o filho de um casal em um país estrangeiro.
Ao pagar uma taxa anual, a pessoa publica sua oferta na internet. Cada lista contém uma pequena descrição sobre o membro, seu destino favorito, o que ele oferece e o que ele deseja, e fotografias da casa. Após verificar as ofertas, os membros começam a se contatar para estabelecer um acordo de intercâmbio por telefone ou por e-mail. Depois devem preencher um formulário específico, de modo que seja firmado um acordo por escrito no qual ambas as partes concordam em trocar suas residências por um período. Após o acordo, aconselha-se que os intercambistas se conheçam melhor através de correspondências ou pessoalmente.
Aqueles que optam por “trocar’ de casa escolhem, juntos, as datas mais convenientes a ambas as partes. Outra possibilidade é o intercâmbio de hospitalidade. Por exemplo, o participante recebe as pessoas como convidadas e depois cabe a elas recebê-lo em sua casa. Nesse caso, há um aspecto social que algumas pessoas apreciam em especial: dispor de um guia de turismo sob medida para descobrir a região.
— O intercâmbio deve ser baseado na honestidade, na sensibilidade e no respeito. Nós, organizadores em vários países, somos sempre muito presentes e atentos — explica a responsável que mora na província de Treviso, no norte da Itália, e que também participa do projeto “trocando” de casa desde 1985.
Annalisa admite que um problema que surge às vezes é a limpeza das casas.
— A limpeza é algo muito pessoal, mas depois de receber duas reclamações sobre a mesma pessoa, o participante é eliminado do sistema.
Segundo a web editor Irene Zanetti, apesar de terem passado por uma experiência um pouco negativa devido às condições da casa, ela e a família se sentem satisfeitos com o programa. Eles ficaram hospedados em vários lugares na França e na costa italiana.
— Acho que é um programa inovador e inteligente, que permite explorar seus próprios recursos. Para as pessoas que estão acostumadas a viajar alugando apartamentos, como no caso da minha família, é certamente uma maneira de economizar dinheiro. Quando penso no que teria gasto alugando um apartamento no centro de Paris para quatro pessoas, ou ficando em um hotel… E também permite conhecer pessoas interessantes — conta Irene, originária da cidade de Cento. Ela atualmente mora na Suécia devido à crise no Belpaese.
No caso entre Brasil e Itália, oferecer hospitalidade pode ser uma maneira de conhecer até membros da família.
— O meu marido e eu fizemos um intercâmbio de hospitalidade no Brasil e só depois descobrimos que eram parentes do meu marido há cinco gerações. Foram férias inesquecíveis! Ficamos hospedados na casa deles e eles também depois ficaram em nossa casa na Itália — lembra a responsável da Homelink Itália, que ficou impressionada com a natureza e a beleza do Brasil.

Brechó sem troca de dinheiro
Como em muitas cidades italianas, em Roma os brechós se expandem cada vez mais.
— É uma nova estratégia para combater com estilo a crise econômica. Todos podem renovar seu guarda-roupa sem custo nenhum, simplesmente dando um vestido que não usam mais ou que ficou guardado no guarda-roupa sem nunca ter sido usado — declara a organizadora do Swap Party na capital italiana, Ilaria Aquili.
O Swap Party não é um típico brechó. Ali, as roupas não são compradas, mas trocadas por outras. O procedimento é muito simples: as pessoas levam as roupas e acessórios para homem, mulher ou criança, ou objetos como perfumes, livros, discos e brinquedos, todos em bom estado. Os itens que forem selecionados recebem “pontos”, com os quais o cliente poderá escolher outros objetos de valor equivalente.
— Chegamos a dar até 200 pontos para pessoas que queriam trocar celulares ou outros aparelhos eletrônicos. Os homens são mais preguiçosos para aderir a essa nova estratégia econômica, enquanto as crianças participam com vontade, trocando os brinquedos. Também participam da iniciativa artesãos criativos que vendem peças únicas — afirma Ilaria, que organiza uma vez a cada três semanas esse projeto bem-sucedido, contribuindo para a circulação de mercadorias que, de outra forma, ficariam sem uso.

Uma carona melhor
do que Facebook
Outra maneira de viver em tempos de vacas magras é a iniciativa de carpooling — que literalmente quer dizer carro em comum. É uma solução eficiente de transporte que, através de uma página na internet, ajuda as pessoas a acharem companhia e a compartilharem seus carros com quem precisa de uma carona para viajar.
O dono do carro publica um anúncio nos sites dedicados à iniciativa e especifica a data da viagem, o horário, o lugar de partida e de chegada, e os lugares disponíveis, além de definir o preço para dividir a gasolina. Quando surgem os pedidos de carona, os contatos começam até que os participantes combinem o lugar de partida para a viagem.
— As vantagens do serviço não se referem apenas a termos monetários. Favorecem a socialização entre as pessoas e também oferecem uma solução ecológica e sustentável — explica Daniela Mililli, country manager do site carpooling.it. 
Segundo o responsável do site BlaBlaCar, Oliver Breme, o fenômeno está crescendo muito. E isso pode ser percebido pelo aumento de páginas dedicadas ao carpooling e também pelo aumento da quantidade de pedidos e de ofertas de carona, sobretudo nas férias de Natal, quando o numero quintuplicou.
Uma pessoa que está procurando carona pode escolher um veículo de fumantes ou não; um condutor mais tagarela ou que tenha o mesmo gosto musical; ou até um carro onde possa carregar seus animais de estimação.
— Aparece de drag queen a grupo de tango argentino. Nos últimos dois anos, viajei e conheci um monte de pessoas — conta o engenheiro informático de 49 anos Roberto Dell’Olmo, que vive e trabalha em Milão e pelo menos duas vezes por mês vai a Roma visitar as filhas. Roberto assegura que, ao contrário de uma rede social como o Facebook, os participantes do carpooling fazem contatos humanos, imediatos e com pessoas interessantes. 

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.