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IlLettoreRacconta

18 de dezembro de 2013 - Por Comunità Italiana
IlLettoreRacconta

IlLettoreRacconta1Filho de italianos da Toscana, Basílio Carris cresceu entre as orquídeas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, as quais também fez crescer mais viçosas e bonitas pelo trabalho dedicado durante quase meio século como jardineiro em dos cartões-postais cariocas. Vanda Carris, sua filha caçula, em depoimento ao repórter Rodrigo Silva.

O cenário: o Rio de Janeiro da Belle Époque, período marcado por significativas transformações sociais, políticas e econômicas, e sintetizado no ideal de progresso e de civilização, cuja inspiração vinha de Paris, a Cidade Luz. Na ocasião, intensificava-se o fluxo de imigrantes para o Brasil, sobretudo de italianos, a partir de 1870. Nascido em 1901, e um dos nove filhos de Torquato Carris e Maria Vitelozi, Basílio Carris foi apelidado de Brasilino. O casal decidiu seguir o caminho traçado por um cunhado e sua irmã. A família veio para o Brasil fugindo das guerras da Unificação e das dificuldades econômicas. Os pais, de origem humilde e analfabetos, não notaram que a grafia do sobrenome dos filhos foi alterada quando desembarcaram no porto carioca e o nome Carria se tornou Carris. Brasilino costumava visitar o cunhado Aurélio, que era jardineiro do Jardim Botânico do Rio. Lá, não perdia a oportunidade de brincar, como faria qualquer outra criança, como ressalta sua filha Vanda que viria a fazer o mesmo, já que tinha o local como uma extensão de sua casa.
Em 1910, o Jardim foi dividido em duas seções, uma destinada à recreação e a outra à pesquisa em botânica e agronomia, além da criação de laboratórios científicos. Com as novas transformações e a necessidade de mão de obra, a instituição promoveu um curso de jardinagem com duração de três anos, destinado à formação de jovens de 12 a 20 anos. Ao final do curso, previa-se a contratação dos alunos com bom desempenho como jovens aprendizes. Brasilino foi admitido em 6 de setembro de 1911, aos 12 anos incompletos. Depois de contratado, ele exerceu as funções de jardineiro de terceira classe e aposentou-se como jardineiro de segunda classe. Participou de muitas expedições e missões pelo Brasil a fim de coletar espécimes da flora brasileira, das quais Vanda tem na memória a saudade do pai, que se ausentava por meses.
IlLettoreRacconta2Entre as viagens que realizou, estão as expedições científicas organizadas pelo zoólogo e botânico italiano de Trieste Adolpho Ducke, chefe do setor de botânica e fisiologia vegetal; a ida a Buenos Aires para acompanhar as orquídeas doadas ao então presidente argentino e expostas na capital portenha; e a coleta de espécies de orquídeas na região serrana de Itatiaia (RJ) para o acervo do Serviço Florestal. Em 1925, aos 24 anos, se casou com Maria Leontina Lopes — filha de Antônio Leite Lopes, também funcionário do Jardim — com quem teve nove filhos. Algum tempo depois, o então diretor Pacheco Leão lhe concedeu uma moradia funcional no terreno que abriga a instituição, na Rua Pacheco Leão. Naturalizou-se brasileiro, uma vez que, para ingressar no serviço público, era necessária a comprovação da nacionalidade. Existe também o curioso relato de dois filhotes de jacaré que vieram da Amazônia, e que deveriam ser cuidados pelo jardineiro. Com o crescimento dos animais, um foi doado ao Jardim Zoológico. O outro teria sido solto na Lagoa Rodrigo de Freitas, cartão-postal da cidade.
Recordações de família lembram a visita de Carmem Miranda à casa de Brasilino. Em recesso da turnê pelos Estados Unidos, a cantora voltava à sua amada terra, não somente para descansar, como também para aprofundar o conhecimento sobre as orquídeas brasileiras.
Basílio Carris viria a falecer em 1958, e a sua esposa, em 1990. Ele viveu praticamente toda a primeira parte do século XX, período de transformações para o Brasil e para a trajetória institucional do Jardim Botânico. Certamente, conquistou o sonho de “fazer a América”, a ponto de receber um apelido identificado com o país que o acolheu.

 

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A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.