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IlLettoreRacconta

17 de fevereiro de 2014 - Por Comunità Italiana
IlLettoreRacconta

IlLettoreRaccontaFoi em Castellabate, na província de Salerno, no sul da Itália, que surgiu o criador do maior império empresarial da América Latina, por mais de três décadas. Com o lema Fé-Honra-Trabalho, Francesco Antonio Maria Matarazzo, aos 27 anos, e sua família, migraram para o Brasil, em 1881, tornando-se fundamentais para a história da imigração italiana no país. Até os dias de hoje, a presença dos Matarazzo pode ser notada com expressividade no cenário político, comercial e cultural brasileiro. A historiadora e artista Anna Maria Matarazzo Trunkl, sobrinha-neta do empresário, compartilha sua história, em depoimento à repórter Caroline Pellegrino.

A vinda da família Matarazzo para o Brasil agrário no fim do século XIX foi motivada pela forte crise econômica da Europa. Ao fugir do risco de desemprego, Francesco Matarazzo muda-se, inicialmente, para Sorocaba, cidade no interior de São Paulo, onde abriu um armazém de secos e molhados. Dois anos depois, já em 1883, surgia a primeira fábrica para extrair e derreter banha de porco. Em 1890, a família muda-se para a capital e marca definitivamente o nome na era da industrialização.
Nos primeiros anos, Francesco trabalhou sozinho, e logo passou a ter a colaboração de irmãos, filhos e netos. Aconselhava-os a seguirem seu exemplo, dedicando‑se ao trabalho e levando uma vida simples, para se chegar ao sucesso econômico.
— Ele tinha uma energia física e uma força moral que lhe permitiram ver o futuro com otimismo e manter a mesma capacidade de trabalho até uma idade avançada. Gostava muito do Brasil, que considerava sua segunda pátria, embora tivesse mantido a nacionalidade italiana. Prestou importantes serviços aos compatriotas e, por suas obras beneméritas, o governo italiano distinguiu‑o com numerosos títulos, entre os quais o de conde, outorgado em 1917 pelo próprio rei da Itália Vittorio Emanuele III. Título herdado mais tarde por todos seus filhos homens”, conta Anna Maria.
O empresário e os descendentes chegaram a liderar mais de 360 fábricas, trouxeram boa parte da família para o solo brasileiro e empregaram milhares de pessoas, entre muitos migrantes, nas Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo (IRFM). Muitas vezes, disponibilizavam moradia anexa às empresas, que se diversificavam nos segmentos de tecelagem e sacos para embalagem da farinha, entre outros.
Apesar de décadas de prosperidade, as IRFM e a família Matarazzo enfrentaram um período de crise. Em 1937, o conde falece de complicações renais e Chiquinho, o penúltimo filho do industrial, assume o comando. O sucessor foi um dos homens mais bem-sucedidos da América Latina, por décadas, até que, em 1969, as indústrias tiveram o primeiro balanço negativo. Diante de dívidas, várias empresas do grupo entraram em concordata, iniciando o desmantelamento do império fabril. Mas o legado da família permanece na história do Brasil e, ainda hoje, é possível comprar itens que foram produzidos nas fábricas Matarazzo, como o sabonete Francis.
Nas artes, o familiar mais expressivo foi o industrial e mecenas Francisco Matarazzo Sobrinho, o Ciccillo, que participou da fundação da Companhia Cinematográfica Vera Cruz, do Museu de Arte Moderna, da Bienal de Artes Plásticas e do Museu de Arte Contemporânea, em São Paulo.
Atualmente, a família no Brasil já passa da sétima geração e o espírito inovador permanece com os descendentes, muitos atuando nas artes e na política, como o diretor de televisão e cinema Jayme Monjardim Matarazzo, e o senador Eduardo Matarazzo Suplicy.
No livro Matarazzo, uma genealogia iniciada em Castellabate (2010), escrito por Anna Maria e editado pelo Instituto de Recuperação do Patrimônio Histórico no Estado de São Paulo, em colaboração com o Instituto Italiano di Cultura, a sobrinha-neta do conde detalha a disseminação da família.
“Hoje ainda os familiares se reúnem e, depois do livro que escrevi, houve muitas reuniões. A prima Graziella Matarazzo Leonetti ficou apaixonada pela obra e ofereceu um jantar que reuniu 450 familiares, em março de 2011, em São Paulo. Vieram parentes brasileiros, da Itália, do Peru e da Argentina. Foi uma festa emocionante, porque muitos não se encontravam há 40 anos ou nem se conheciam. Depois desse encontro, surgiram outros, um em Castellabate, em 2012. A próxima reunião pretendemos fazer na Argentina”, finaliza.

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.