BIANUAL

BIANUAL

A partir de
Por R$ 299,00

ASSINAR
ANUAL

ANUAL

A partir de
Por R$ 178,00

ASSINAR
ANUAL ONLINE

ANUAL ONLINE

A partir de
Por R$ 99,00

ASSINAR


Mosaico Italiano é o melhor caderno de literatura italiana, realizado com a participação dos maiores nomes da linguística italiana e a colaboração de universidades brasileiras e italianas.


DOWNLOAD MOSAICO
Vozes: Cinco <br>Décadas de Poesia Italiana

Vozes: Cinco
Décadas de Poesia Italiana

Por R$ 299,00

COMPRAR
Administração Financeira para Executivos

Administração Financeira para Executivos

Por R$ 39,00

COMPRAR
Grico Guia de Restaurantes Italianos

Grico Guia de Restaurantes Italianos

Por R$ 40,00

COMPRAR

Baixe nosso aplicativo nas lojas oficiais:

Home > Um ano de recorde

Um ano de recorde

17 de fevereiro de 2014 - Por Comunità Italiana
Um ano de recorde

Um ano de recordeO italiano Giovanni Soldini conquista mais um recorde na regata Cape2Rio e conta à Comunità quais são os seus próximos desafios

Giovanni Soldini e sua tripulação demoraram 10 dias, 11 horas, 29 minutos e 57 segundos para completar o percurso de 3.300 milhas da regata Cape2Rio, estabelecendo um novo recorde no percurso Cidade do Cabo-Rio de Janeiro. O anterior, estabelecido no ano 2000, foi de 12 dias, 16 horas e 49 minutos, e pertencia à embarcação dos Estados Unidos Zephyrus, de 74 pés.
— O veleiro italiano VOR 70 Maserati é um barco de corrida — é assim que o skipper Soldini define a sua embarcação, que há mais de um ano completou a volta ao mundo.
“Passou exatamente um ano desde a última vez em que atravessamos a mesma rota. Neste ano, Maserati atravessou quase todos os mares do mundo. Foi um ano emocionante, intenso. Realizamos boas conquistas esportivas, nos tornamos uma bandeira que leva a muitos países as principais marcas do made ​​in Italy”, escreveu em seu blog o velejador italiano de 47 anos, poucas horas antes de chegar à capital fluminense na noite de 14 de janeiro, e finalizar a mais longa regata oceânica do hemisfério sul.
Soldini conta à Comunità que foram recebidos ainda no mar por velejadores brasileiros e italianos.
— Chegamos pouco depois do pôr do sol e duas barcas de italianos nos estavam esperando. Foi muito bonito! — lembra Soldini, visivelmente cansado por ter curtido a noite carioca com os outros tripulantes no dia anterior, enquanto admira o Pão de Açúcar no Iate Clube da Urca.
Ele já completou 30 anos de carreira e é o navegador italiano mais conhecido no mundo atualmente. Entre as suas numerosas experiências, destacam-se a volta ao mundo sozinho por duas vezes, nas quais conquistou uma vitória e um segundo lugar; as mais de 40 travessias transoceânicas e, em junho de 2008, recebeu do presidente italiano da República, Giorgio Napolitano, a medalha de ouro de mérito da Marinha.
Não é a primeira vez que a embarcação de 70 pés Maserati ganha um recorde: o primeiro foi na rota Cádiz (Espanha) e San Salvador (Bahamas), percorrendo 3884 milhas em 10 dias, 23 horas, 9 minutos e 2 segundos e, no ano passado, estabeleceu um novo recorde na Rota de Ouro, entre Nova York e São Francisco, percorrendo 13.219 milhas em 47 dias, 42 minutos e 29 segundos.
— Com Maserati temos um programa muito intenso. A aventura começou no dia 20 de outubro de 2012, quando, desde a Itália, chegamos aos Estados Unidos. No dia 31 de dezembro, começamos a Rota de Ouro de Nova York a São Francisco, conquistando o primeiro lugar; depois ficamos em São Francisco por quatro meses promovendo eventos e, em julho de 2013, fizemos outra regata, a Transpac Race, de Los Angeles a Honolulu (Havaí), cerca de 2500 milhas em meio ao oceano. Em agosto, chegamos às Filipinas; em setembro, a Hong Kong, onde fizemos outros eventos promocionais para Maserati e Zegna; no final de outubro, fomos a Cingapura; e, em dezembro, foi a vez da regata que une Cidade do Cabo (África) e Rio de Janeiro — explica o milanês que mora na província de La Spezia, na Ligúria.
Durante a regata de Los Angeles a Honolulu, a Transpac Race, estava presente entre os tripulantes John Elkann, o herdeiro da família Agnelli que controla a Fiat há 115 anos.
— A equipe muda de vez em quando, mas, em geral, continua a mesma. A união entre os tripulantes é fundamental. A maioria das pessoas eu conhecia de antes, outros conheci durante essas viagens nesse ano — afirma o velejador que teve uma convivência tranquila com os outros participantes. De acordo com ele, não é fácil compartilhar o espaço pequeno do barco a vela e conviver por muitos dias em alto-mar, mas nunca tiveram discussões e, quando surgia alguma, evitavam.
A vida a bordo da Maserati se divide em turnos de quatro horas: um no convés e outro no porão para descansar.
— Se dorme muito bem no barco, talvez se durma menos por causa dos turnos — diz o skipper italiano.
Além da tripulação, as condições metrológicas também são fundamentais numa regata.
— Quando começamos a Cape2Rio, as condições eram muito adversas. Nos primeiros dois dias, tentamos preservar a embarcação, porém devido a muito vento e a uma grande tempestade, o barco subiu algum dano, mas nada sério, por sorte. Infelizmente, o pior foi o acidente que aconteceu no barco do Team Angola, que se virou sob os golpes da tempestade e um dos componentes desapareceu na água — afirma Soldini, triste pelo que aconteceu ao concorrente Antonio João Bartolomeu.

Duas vidas diversas e complementares entre terra firme e alto-mar
A sua paixão pelo mar nasceu durante a infância, quando ia de barco junto ao seu pai no lago Maior, um dos principais lagos alpinos entre Suíça e Itália, e no mar Mediterrâneo.
— Quando era pequeno, sempre gostei dos barcos a vela, gostava da ideia de poder ir longe com um veículo que não consome e que não usa gasolina — afirma Soldini, que se não tivesse conseguido ser skipper, queria ser piloto aéreo.
Conciliar a vida pessoal com o seu trabalho não é tarefa fácil, admite o italiano pai de quatro filhos nascidos de duas companheiras diferentes. Soldini explica que é como se tivesse duas vidas: uma no mar e outra na terra.
— São duas coisas bonitas, diferentes e complementares. Quando estou no mar, sinto falta de tudo o que não tenho, e quando estou na terra, às vezes, tenho saudades da minha vida no mar — explica o navegador de olhos claros, cabelos desgrenhados e barba espessa que contorna o seu rosto queimado pelo sol.
Depois de duas travessias oceânicas sozinho, Soldini diz que mudou a sua visão da vida.
— Estar no mar durante muito tempo é claro que te obriga a mudar um pouco a visão da vida, pois se aprende a viver de uma forma muito mais simples, com pouco e se valorizam as coisas realmente importantes — declara o velejador impressionado com a natureza do Rio de Janeiro, completamente diferente da europeia.
Uma coisa essencial em todas as viagens é a panela de pressão.
— Dentro do barco, comemos muita massa e arroz e cozinhamos tudo na panela de pressão, que é fundamental para sobreviver em alto-mar — conta.
Maserati e a sua tripulação já estão prontos para novas aventuras. Soldini revela que, em fevereiro, a embarcação precisa voltar aos Estados Unidos, na Flórida, onde será revisada porque é “um barco de corrida e precisa de muita manutenção, sobretudo depois desse ano” e em maio tentarão conquistar um novo recorde do norte do oceano Atlântico entre Nova York e Inglaterra.
— O projeto Maserati nasceu para conquistar uma série de recordes oceânicos dando a volta ao mundo, juntamente a eventos promocionais que fazemos com o barco em diferentes países e em vários mercados. Esses eventos podem ser definidos como sail and drive, onde os clientes selecionados ou os clientes potenciais podem fazer um passeio no Maserati e depois testar o carro — finaliza Soldini que, graças ao seu patrocinador, uniu a vela ao motor.  

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.