O tradicional Festival de Cinema Italiano no Brasil comemora dez anos com exposições e homenagens aos novos e antigos astros da sétima arte do Belpaese
Em sua 10ª edição, o Festival de Cinema Italiano no Brasil reverenciou o melhor da produção italiana e trouxe ao país alguns nomes importantes da sétima arte. Realizado entre 18 de novembro e 4 de dezembro na cidade de São Paulo, o evento foi promovido pela Câmara de Comércio Ítalo-Brasileira, e já se tornou uma tradição na capital paulistana. Este ano, a madrinha foi Maria Grazia Cucinotta, famosa pela participação em O Carteiro e O Poeta, de Michael Radford (indicado ao Oscar em 1995 e premiado com a estatueta dourada na categoria de trilha sonora) e por ser uma das Bond Girls de 007 – O Mundo não é o Bastante, de Michael Apted (1999). A atriz siciliana participou da abertura oficial, ao lado dos diretores Massimo Scaglione e Alberto de Venezia, que vieram ao Brasil especialmente para o Festival. Ela e Scaglione ainda lançaram no país o longa A esposa do alfaiate.
O diretor Alessandro Battisti, comentou sobre as comemorações de uma década do evento.
— O Festival cresceu ao longo do tempo e renova a presença da cultura italiana no Brasil. Imagino o seu futuro oferecendo a nova realidade do cinema italiano ao lado de nossos mestres — disse à Comunità.
Battisti, que já foi presidente da Cinecittà Holding e também senador, comentou sobre o critério de escolha da seleção de filmes.
— Este ano, propusemos filmes que tratam de questões que não são apenas italianas, como os jovens e a delinquência, e também um filme escrito por um autor que fala italiano, mas uma história tipicamente brasileira. A seleção ainda é composta por grandes produções, filmes que tiveram reconhecimento de bilheteria e crítica, e aqueles que foram apresentados nos festivais de Roma e de Veneza — explicou.
Entre os destaques da programação, o público pôde conferir a comédia Song’e Napule, de Manetti Brothers; Niente può Fermarci, do diretor Luigi Cecinelli (que conta com a participação do astro francês Gerard Depardieu); e L´Intrepido, de Gianni Ameio, que concorreu ao Leão de Ouro no Festival de Veneza de 2013.
Homenagem a Pietro Germi, ícone do neorrealismo italiano
A retrospectiva homenageou o centenário do nascimento do diretor, roteirista e ator Pietro Germi, um dos pais do neorrealismo italiano. Foram apresentados seis filmes de Germi, entre eles Il Ferroviere (1956) e Um Maledetto Imbroglio (1959).
O diretor do Instituto Italiano de Cultura de São Paulo, Renato Poma, falou sobre a importância de Germi.
— Cem anos atrás nascia, em Gênova, Pietro Germi, diretor, ator e roteirista com a capacidade de emocionar plateias do mundo inteiro, provocando sorrisos e lágrimas no mesmo filme, misturando os tons altos e o sentimentalismo, passando por roteiros neorrealistas e histórias de denúncia social sobre temas como a máfia e a imigração — resumiu.
O Festival também apresentou a exposição Os grandes mestres do cinema italiano, do fotógrafo Gianni Pinnizzotto. O projeto nasceu em 2009 como uma ideia de Pinnizzotto, um apaixonado por cinema que resolveu fotografar importantes cineastas italianos nos locais onde pensaram e escreveram os seus filmes.
As imagens foram clicadas usando somente a luz natural presente no interno das locações escolhidas. O uso do preto e branco também foi pensado como veículo para evocar os anos mais significativos da produção cinematográfica italiana. Entre os mestres clicados que puderam ser apreciados na exposição em São Paulo, estão Mario Monicelli, Ettore Scola, Franco, Paolo e Vittorio Taviani, Carlo Lizzani, Lina Wertmuller, Luigi Magni, Pasquale Squitieri, Ugo Gregoretti, Ruggero Deodato e Dario Argento.