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IlLettoreRacconta

19 de janeiro de 2015 - Por Comunità Italiana
IlLettoreRacconta

IlLettoreRaccontaNo final da década de 1950, Dona Speranza e Seu Francesco Tarallo partiram do porto de Nápoles para Santos e de lá para a cidade de São Paulo, acompanhados dos filhos Antonio e Giovanni. Assim, começavam a história da introdução no Brasil da pizza margherita. Na capital paulista, mais precisamente no bairro do Bexiga, nasceria a Cantina e Pizzaria Speranza, responsável pela chegada de várias delícias italianas ao país: além da pizza, o Tortano — o autêntico pão de linguiça napolitano. Depoimento da neta Paolla Tarallo Altieri à repórter Janaina Pereira.

Viver na Itália do pós-guerra não era fácil. O país estava praticamente em ruínas, assim como a autoestima do povo. Meu avô Francesco Tarallo e minha avó Speranza faziam pastas e pães. Eles tinham um pequeno comércio semelhante ao que chamaríamos aqui de rotisseria. Vovô trabalhava fazendo pães e massas, e vovó, além de cuidar da casa, ajudava no negócio. Mas a economia do país estava mal e, mesmo com o pequeno negócio em funcionamento, eles não conseguiam ter um rendimento suficiente para o sustento da família. Insistiram em ficar na Itália por muito mais de 10 anos após a Segunda Grande Guerra, até que decidiram tentar a sorte no Brasil.
Chegaram a São Paulo em 1957. Escolheram o Brasil porque o país era conhecido por acolher imigrantes, e por se mostrar uma terra de possibilidades para aqueles que não tinham medo de trabalhar. Na Itália, ficaram duas filhas, já casadas e que tinham construído suas vidas por lá. Meu avô veio com o objetivo de trabalhar na construção de Brasília, pois, além de saber fazer pães e massas, ele também conhecia o ramo da construção.
Do porto de Santos, vieram a São Paulo apenas de passagem. E não saíram mais daqui. Perceberam que era uma grande cidade, com muitas chances de trabalho, e resolveram ficar. Começaram a fazer pizzas e o pão de linguiça em um pequeno imóvel na ainda pouco habitada Avenida Morumbi. Aquelas pizzas napolitanas eram novidade em São Paulo. No início, o cardápio era bem restrito: margherita, mozzarella, calzone, o pão de linguiça, duas ou três massas. Estavam longe do centro. Porém, aos poucos, na base do boca a boca, as pizzas ficaram conhecidas.
Chamaram esse pequeno estabelecimento de Esperança, que era a tradução do nome da minha avó. Tinham receio de assumir a grafia italiana e não serem aceitos de alguma forma. Mas logo foram procurados pelo proprietário de um casarão do Bexiga, que já era o grande reduto italiano da capital paulista. Ele convidou nossa família para morar no bairro. E, assim, os Tarallo se estabeleceram.  Compraram a casa em que temos a nossa matriz até hoje. O nome passou a ser Speranza, em italiano.
Foi ali que eu e meus irmãos nascemos, e moramos durante a nossa infância. O restaurante funcionava embaixo, e a família morava em cima. Só saímos de lá para morar em Moema, onde meu pai abriu a segunda casa, em 1979. Meu avô Francesco faleceu muito cedo, ainda nos anos 1960: ele nem chegou a ver a casa de Moema. Minha avó faleceu no início dos anos 1990, e meu pai, Antonio, em 2006. Mas a Speranza continua sendo administrada pela família. Eu e meus três irmãos — Monica, Marcella e Francesco — cuidamos das decisões administrativas, sendo que eu também sou responsável pela divulgação do restaurante, e minha irmã Monica responde pela cozinha. Também contamos com a colaboração do Celso Cassas, marido da Monica e responsável pelas compras.
O grande legado que meus avôs e meu pai deixaram foi a pizza genuinamente napolitana. Nós temos o jeito napolitano de fazer pizzas. Antes de minha família chegar a São Paulo, não existia aqui a pizza Margherita nem o Tortano, o calzone ou a Pastiera di Grano, típica do sul da Itália. Além disso, a coragem e o espírito empreendedor da minha família passaram de geração a geração. Minha avó é a imagem da integridade e da força, e meu pai seguiu o exemplo de sua mãe. E nós, netos do Seu Francesco e da Dona Speranza e filhos do Antonio, trilhamos o mesmo caminho.
 
Paolla Tarallo Altieri
São Paulo – SP

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A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.