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Home > Momento alto da poesia brasileira

Momento alto da poesia brasileira

19 de abril de 2007 - Por Comunità Italiana
Meridiano celeste & Bestiário (Rio, Record, 2006) constituem uma das mais belas obras poéticas que tive a oportunidade de ler em 2006. Encantaram-me a bem lograda ambição cosmogônica e as particularidades zoomórficas com que a natureza se exprime na poesia de Marco Lucchesi, cujo auto-retrato se delineia numa das composições (pp.56-57).
Refinado diálogo entre o universo infinito e o trágico limite da consciência egocêntrica. Dito de outro modo, temos a justaposição do silêncio eterno das esferas e do questionamento interminável do “eu poético”. Pois este, desprovido de respostas, escala desesperançado as duas vias sem termo: a do amor e a da máquina do mundo. Diz, no primeiro poema; “bem que sei que as partes”: “mas como aderir/ às rochas nuas/ e às estrelas firam/ de teu mundo/ que segue além/ desse meu vasto desamparo?”. A seguir, diante do ambicioso projeto, exclama: “diante dos conflitos/ que me arrastam/ levo em silêncio/ um pacto/ de armistício”. O questionamento almeja sair do íntimo, mas recua: “o meu país me move/ entre esperança/ e desencanto/ algo que procuro/ e de súbito abandono”.
O engenho verbal de que se socorre o poeta traz reminiscências da formação, os fantasmas e as aquisições da vida reclusa, numa espécie de sacerdócio da palavra, no sentido de divinizar as circunstâncias. Daí estas parcelas do seu Credo (poema “Creio na minha fome”): “ creio no corpo feminino/ nas formas nuas/ que me salvam/ do silêncio/ creio nos pássaros/ que voam/ bêbados de ocaso”. No final, temos: “creio nos horizontes/ do nada/ em que Deus trava/ para sempre perdido/ o mais rude combate”.
Escudado em Farias Brito, Marco Lucchesi propõe a hegemonia da luz no seu conceito de Cosmos (cf. poema “Luz”, p.57). Depois, afronta o mito cristão, o cristo-peixe, no poema “Barco ébrio”: “cardumes/ levados/ para as sublimes/ regiões do esquecimento”. Vale-se, o poeta, em várias ocasiões, do paganismo para exorcizarse das marcas da educação religiosa, numa espécie de purificação. Ou de renascimento.
Diante do mistério, aspira ao infinito. Pratica a liturgia da palavra. É o que se verifica no poema “Azul”, transcrito a seguir: “aquele azul/ quase invisível/ reclama/ outro mais fundo/ e impronunciável”.
Meridiano celeste & Bestiário significam um momento alto da poesia contemporânea brasileira. Distancia-se do visualismo oco, estéril, dos experimentalistas que buscam inspiração nos recursos de publicidade e do mercado.

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.