A chanceler alemã, Angela Merkel, falou sobre a suposta espionagem feita pelo serviço secreto alemão (BND) a pedido da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA) e afirmou que seu governo não irá divulgar dados da lista dos “seletores” – as chaves de buscas sobre as quais operavam os 007 alemães.
Em entrevista à rádio “Bremen”, a líder do governo explicou que seu país se encontra em “um processo de consultas” com os EUA e “só após isso poderemos tomar uma decisão” porque “há a necessidade de esclarecimentos”.
Até o momento, a comissão parlamentar que investiga o “datagate” afirmou que ainda serão apresentados “outros documentos” que comprovam a parceria entre os dois países na espionagem de pessoas e empresas alemãs. Sobre a comissão, Merkel se colocou à disposição para esclarecimentos “assim que for requerido”.
“Nesse contexto, farei as minhas declarações e responderei às perguntas que posso responder. Estou, voluntariamente, à disposição”, destacou a chanceler
Ministro dá explicações ao Parlamento
O ministro do Interior, Thomas De Maiziere, rebateu todas as acusações feitas pela comissão parlamentar que investiga o “datagate”.
“Como indicado da Chancelaria, não recebi nenhuma informação sobre as chaves de busca por parte dos norte-americanos, dos seletores ou de coisas análogas, com o objetivo de fazer uma espionagem sobre a economia da Alemanha”, afirmou De Maiziere.
O líder da pasta ainda confirmou que a NSA queria uma ampliação “problemática” da colaboração com o serviço secreto e que o próprio BND desencorajou a operação.
“Em comum acordo nós rejeitamos o desejo dos norte-americanos sobre essa colaboração. Portanto, não resta nenhuma das acusações contra mim”, finalizou o ministro.
Sobre o “datagate”
A comissão parlamentar que investiga o “datagate” começou seu trabalho no início do ano passado após diversos jornais do país revelarem que a NSA fez uma espionagem contra o governo do país e, especialmente, contra a chanceler Merkel.
Em julho, um funcionário do serviço secreto da Alemanha, o BND, foi demitido por suspeitas de que ele teria ajudado a NSA, dos EUA, a espionar empresas do país. Mais recentemente, o escândalo atingiu o governo de Merkel – que saberia do esquema de espionagem – algo que está sendo “avaliado” pelas autoridades. (ANSA)