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IlLettoreRacconta

18 de maio de 2015 - Por Comunità Italiana
IlLettoreRacconta

IlLettoreRaccontaOriundo de uma família que chegou ao Brasil há mais de um século, Anísio Ciscotto Filho, de 54 anos, é vice-presidente da Associação Ítalo-Brasileira de Minas Gerais. Presidiu o Conselho Fiscal do Cruzeiro, clube que nasceu como Palestra Itália. Gerente de uma agência da Caixa Econômica Federal em Belo Horizonte, Ciscotto está escrevendo um livro sobre a participação dos brasileiros na Primeira Guerra Mundial ao lado dos italianos. No segundo conflito mundial, seu pai, já nascido no Brasil, escapou de lutar na terra dos antepassados. Essas e outras histórias ele conta ao repórter Maurício Cannone.

Século XIX, fim da escravidão no Brasil. Os proprietários de terras contratavam mão de obra estrangeira, com destaque para a italiana. Felice Cescotto, seu bisavô, partiu num navio em dezembro de 1888 e chegou ao Rio de Janeiro em janeiro de 1889, nos últimos meses do Império, antes da Proclamação da República. O sobrenome original escrevia-se com “e”, e foi trocado devido a um erro de registro por Ciscotto. A família era originária de Maron, fração do Comune de Brugnera, na província de Pordenone, na Região Friuli-Venezia Giulia.
— Meu bisavô Felice, com meu avô Antonio, que era criança, chegou com o navio Pacifica, ao Rio, no porto de Ilha das Flores. Mas a família estabeleceu-se em Rochedo, na época, distrito de São João de Nepomuceno, em Minas Gerais. Foram trabalhar numa fazenda de café. Os imigrantes italianos também foram apresentados aos produtos da terra: açúcar, cana, caldo de cana, rapadura, melado, mandioca. Meu tio-bisavô Angelo confundiu touceira de bambu com cana. Ele descascou para tentar chupar e quebrou os dentes.
A família adaptou-se ao Brasil e chegou até a ter ligações com o presidente da República, há quase 100 anos:
— Em 1920, Artur Bernardes passava pela fazenda no Rochedo e quis fazer uma escola agrícola na região, hoje Universidade Federal de Viçosa. Ele convidou meu avô para ministrar palestras sobre plantação de café e algodão. Bernardes, então governador de Minas, era de Viçosa e o trem passava pela fazenda de Rochedo, onde meu avô era administrador — conta Anísio, que está com dificuldades para elaborar o livro sobre a participação de oriundos brasileiros que lutaram pela Itália na Primeira Guerra.
As forças armadas italianas lutavam contra o Império Austro-Húngaro. Membros da família que não emigraram estavam justamente no Friuli-Venezia Giulia, bem perto dos maiores inimigos. Três filhos de Caterina, prima de seu avô, morreram em combate ou em consequência da guerra. Todos eles estavam na faixa dos 20 anos:
— Silvio, o mais velho deles, foi ferido a bala em Val d’Assa e morreu em 1915. Felice, xará do meu bisavô, faleceu menos de um ano depois de Silvio, com um tiro na cabeça, no Altiplano de Asiago, em 1916. Giuseppe Riccardo sobreviveu aos combates, mas morreu em 1920, dois anos após a guerra, por causa de uma doença contraída nas trincheiras geladas dos Alpes. Cerca de sete mil brasileiros descendentes de italianos lutaram na Primeira Guerra a favor do país de seus antepassados, mas as informações estão difíceis de se conseguir para o livro. Talvez tenha de mandar alguém à Itália — confessa.
Na Segunda Guerra, seu pai, que também se chamava Anísio, foi convocado para lutar, mas pelo Brasil, inimigo das Forças do Eixo, em 1944. Na época, a Itália estava dividida entre os partidários fascistas de Mussolini, apoiado pela Alemanha nazista, e os que lutavam com as Forças Aliadas, inimigas do Eixo. Seu pai foi apresentar-se em Juiz de Fora à Força Expedicionária Brasileira, acompanhado da mãe, a nonna Maria de Anísio Filho, que apelou a um superior militar para que ele não fosse guerrear no país de seus parentes. Mas a sorte não o abandonou.
— Ela pediu de joelhos ao capitão Bandeira que não deixasse o filho ir para a Guerra, pois poderia até matar um primo dele na Itália por engano. Meu pai conseguiu ser dispensado porque tinha sido convocado com sobrenome errado, Scott, em vez de Ciscotto. Depois, foi chamado de novo em 1945, mas então a guerra já estava no fim e ele acabou não embarcando — conta o pesquisador, que mantém um blog onde escreve sobre o sentimento dos italianos dentro do Cruzeiro.

 

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Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.