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IlLettoreRacconta

21 de julho de 2015 - Por Comunità Italiana
IlLettoreRacconta

IlLettoreRaccontaNeto de italianos, o cineasta Ugo Giorgetti, 73 anos, é um dos milhões de oriundos radicados em São Paulo. Torcedor do Palmeiras, é colunista das páginas esportivas de O Estado de S. Paulo. Dirigiu Boleiros e Boleiros 2, que contam histórias de ficção dos bastidores do futebol muito semelhantes à realidade do esporte mais popular do planeta. Ele também retratou a saga dos imigrantes italianos rumo ao Brasil em A Cidade Imaginária. Sobre isso e algo mais, ele conversou com o repórter Maurício Cannone.

A saga da família na América do Sul começou há mais de 100 anos. Nonno Cesare, pai de seu pai, deixou Capannori, na província de Lucca, região da Toscana, no início do século XX. Mas os avós paternos do cineasta não vieram diretamente para o Brasil.
— Eles passaram antes pela Argentina, no Chaco. Vieram de navio, depois se estabeleceram no Brasil, aonde chegaram por terra. Já os avós maternos, também toscanos, mas da província de Arezzo, vieram diretamente para o Brasil, no estado de São Paulo, por volta de 1903 — conta Ugo.
Os avós paternos e maternos dedicaram-se, entre outras atividades, ao comércio, mas de maneira diferente:  
— Meu avô Ugo também trabalhava no comércio, mas como empregado. Já meu avô Cesare tinha uma fábrica de sigari toscani. O charuto apareceu no filme de Sergio Leone Por um punhado de dólares, fumado por Clint Eastwood — conta Ugo.
O cineasta foi registrado como Ugo Cesare Giorgetti, em homenagem aos dois avôs. Antes do cinema, dedicava-se à publicidade. A ascendência italiana não foi determinante na escolha da carreira, mas o país dos antepassados está em alguns de seus trabalhos. No fim de junho passado, a TV Cultura transmitiu o filme A Cidade Imaginária (2014), de autoria de Giorgetti, sobre italianos que atravessaram o Oceano Atlântico numa das primeiras levas de imigrantes no século retrasado. A trama se passa no tombadilho de um navio, perto do porto de Santos, por volta de 1880, no tempo do Império e antes da abolição da escravidão no Brasil.
— A história se desenvolve durante a noite e termina com o raiar do dia. Os imigrantes não sabiam o que os esperava. Não tinham ideia de como era a cidade de São Paulo. A imigração para cá não foi espontânea, como para os Estados Unidos e para a Argentina. No Brasil, o governo custeava as passagens. E não davam informações corretas para os imigrantes sobre o país. Na Itália, tinha-se uma impressão selvagem do Brasil, de um paraíso terrestre, de clima exuberante. Havia muito folclore no imaginário europeu — comenta.
Fala-se português e não italiano no filme. Giorgetti sente até raiva quando lembra como a língua de seus ancestrais foi tratada em determinadas novelas.
— Quando via o italiano falado em Terra Nostra, sentia vontade de dar pontapés. Meu avô falava com sotaque, mas não misturava português com italiano. Eu falo italiano, embora agora esteja enferrujado. Meu pai, que era engenheiro e nasceu no Brasil, falava um italiano perfeito. Ele até nos corrigia, enchia tanto dizendo que a frase estava errada, que passávamos a falar em português. Já nos tempos de Shakespeare, os amantes de Verona, Romeu e Julieta, falavam um inglês impecável. Se eu colocasse os personagens para falar italiano teria de utilizar atores italianos — explica.
Outro trabalho do diretor para a televisão, Em Busca da Pátria Perdida, teve como tema importante o legado religioso na capital paulista:
— O documentário retratou a Igreja de Nossa Senhora da Paz, no Glicério, em São Paulo, construída por imigrantes italianos, que tem uma linda arquitetura, com afrescos de Pennacchi. A igreja, que um tempo acolhia italianos, agora recebe imigrantes latino-americanos, como bolivianos, peruanos, paraguaios, e ultimamente haitianos, que ficam hospedados lá para obtenção de documentos e outros tipos de ajuda. No primeiro domingo de cada mês, é celebrada missa em italiano.
A capela de São Pedro, no bairro de Monte Alegre, em Piracicaba, construída pelo engenheiro italiano Antonio Ambrote, teve também o toque magistral de um pintor de origem italiana, Alfredo Volpi. Inaugurada em 1936, na propriedade do usineiro Pietro Morganti, outro imigrante, foi tombada pelo patrimônio histórico:
— Fiz um curta-metragem sobre uma capela levantada na usina de açúcar Morganti, em Piracicaba. Os operários resolveram imitar uma capela toscana, um arremedo de renascença. E com afrescos de Alfredo Volpi, então um jovem pintor. A usina acabou, os ruídos das máquinas cessaram, mas a obra de Volpi permaneceu intocável — revela o cineasta.

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.