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O futuro em construção

14 de setembro de 2015 - Por Comunità Italiana
O futuro em construção

O futuro em construçãoEmpresa italiana projeta cidade inteligente financiada por empresários do Piemonte e da Lombardia no Ceará e promete revolucionar o conceito de habitação social com tecnologias inovadoras e ideias sustentáveis integradas com a natureza

O futuro já chegou, ou, pelo menos, está em fase de realização no interior do Ceará, a 55 km de Fortaleza. Em Croatá, no município de São Gonçalo do Amarante, está sendo construída a primeira smart city social do país, ou seja, uma cidade inteligente com habitações sociais que transformará a vida das pessoas e o seu entorno. A nova cidade se chama Croatá Laguna Ecopark e tem as raízes na Itália: o projeto é da empresa Planet Idea, de Turim, e a parte arquitetônica foi desenvolvida pela ReCS Architects, cuja sede fica em Parma.
— O nosso projeto não é trazer um grande complexo imobiliário tipo cidade-dormitório, e sim criar uma cidade independente em todos os aspectos, com o seu centro comercial, a sua área industrial e os diferentes serviços agregados que fazem com que, em um curto intervalo de tempo, se torne o centro catalítico de serviços para toda a área — explica à Comunità Gianni Savio, diretor geral da Planet Idea, do seu escritório em Fortaleza. De acordo com ele, o objetivo é criar uma cidade inteligente em áreas onde há um forte déficit habitacional e, ao mesmo tempo, um grande déficit de outros serviços.
O primeiro experimento já está tomando forma e a previsão é concluir a primeira fase dos trabalhos em 2016, constituída por 150 casas e toda a infraestrutura — estradas, rede elétrica, iluminação pública, rede de água e esgoto e sistema de drenagem de águas pluviais.
Ao ser perguntado por que escolheram o interior do Ceará, Savio responde que a localização é estratégica. Croatá faz parte de uma região valorizada dia após dia por causa do crescimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP). Por isso, é considerada o “Eldorado do Ceará” pelos investidores. O porto do Pecém está destinado a se tornar, até 2025, o segundo porto em movimentação de cargas, depois do Porto de Santos (SP). Na mesma área, os coreanos da Posco e da Dongkuk, em parceria com a Vale, estão construindo a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), maior obra com capital privado do Brasil, um investimento de cinco bilhões de dólares, que deve gerar oito mil empregos.  
— Estes grandes investimentos, que estão sendo realizados na região, tanto em infraestrutura quanto em termos de empreendedorismo, chamaram a nossa atenção e nos levaram a fazer uma pesquisa com o Politécnico de Milão sobre o crescimento da população, vinculada a tais assentamentos — comenta o italiano.
Segundo as projeções da prefeitura de São Gonçalo do Amarante, a população vai passar dos 45 mil habitantes atuais para 150 mil em 2020.
Uma cidade inteligente para todos os bolsos no Eldorado do Ceará
A novidade do projeto da Planet Idea é a combinação da cidade inteligente com a necessidade de habitações populares do programa do governo brasileiro Minha Casa Minha Vida.
— É um projeto revolucionário, pois subverte um conceito até agora seguido, o de construir cidades inteligentes de nova fundação. Não envolve grandes investimentos decididos de cima para construir assentamentos destinados à elite. São operações de construção civil economicamente sustentáveis, localizadas em áreas periféricas, onde os custos mais baixos para adquirir o território de assentamento são usados para equipar a cidade com infraestrutura e serviços inovadores. Desta forma, a cidade se torna uma ideia democrática, que pode ser usada pelas autoridades locais para intervir em situações de emergência habitacional — destaca o CEO.
A cidade inteligente é financiada por empresários, sobretudo da região italiana do Piemonte e da Lombardia, que acreditaram no projeto. Savio explica que esse tipo de financiamento foi feito para demonstrar sua viabilidade, por empréstimos através de crowdfunding. Segundo o empreendedor, o desafio é provar que o projeto pode ser realizado dentro dos valores do programa Minha Casa Minha Vida. O empreendimento contará ainda com uma grande lagoa natural, que proporcionará lazer, além de amplos espaços verdes pra relaxar e socializar.
— Os moradores podem escolher entre cinco e sete modelos de estilos diferentes, mas que não alteram a harmonia do conjunto, para evitar uma anarquia em nível arquitetônico, típica do crescimento desorganizado. As casas vão das mais tradicionais às mais modernas, todas harmonizadas no design e nas cores. Mas o verdadeiro diferencial para os cidadãos de Croatá não é o apartamento em si. O salto de qualidade será dado ao sair de casa. Em vez de morar em um bairro anônimo do subúrbio, estará imerso num sistema integrado e social, capaz de responder em tempo real a todas as grandes e pequenas necessidades da vida cotidiana — ilustra Savio, enquanto mostra as imagens da futura cidade.
O projeto foi apresentado no final de julho na Itália durante um seminário sobre as oportunidades no Nordeste do Brasil, organizado no Pavilhão brasileiro da Expo pela Câmara de Comércio Ítalo-brasileira de São Paulo e Fortaleza, em parceria com a Apex-Brasil.

Sinal wi-fi liberado e aplicativo específico para os moradores solicitarem serviços de transporte alternativo e de baby-sitter entre os benefícios do “villaggio inteligente”
Entre as vantagens de morar numa cidade inteligente, o habitante terá à disposição facilidades tecnológicas, como redes wi-fi em toda a área, reaproveitamento das águas residuais, controle computadorizado da iluminação pública e praças dotadas de equipamentos esportivos que geram energia. Savio revela que está sendo finalizado o aplicativo destinado especialmente para os moradores do complexo, graças ao qual será possível utilizar serviços inovadores, como pagamentos através do smartphone, compartilhamento de bicicletas e motos e solicitação de serviços de baby-sitter.
— Estamos introduzindo na cidade inteligente um conceito inovador: a rede social para trocar informações em nível local, agregando pessoas do mesmo lugar, que compartilham o mesmo interesse — explica Savio.
A tecnologia, além de auxiliar os moradores nas necessidades de todos os dias, oferece ajuda para desenvolver programas sociais.
— Estamos trabalhando com algumas estruturas na Itália, que desenvolvem projetos sociais e estão ligadas a associações internacionais, como Save The Children e Nações Unidas — revela Savio, citando a realização de cursos de prevenção médica, nutrição, alfabetização digital e hortas compartilhadas.

O diretor do empreendimento acredita que a social smart city é o futuro
A cidade inteligente combina arquitetura e urbanística, serviços, áreas verdes, alta tecnologia, energias renováveis e programas sociais. Para o diretor da Planet Idea, o formato pode ser usado em outros contextos da América do Sul e da África.
— Nós queremos demonstrar que, de agora em diante, as cidades deverão ser cada vez mais inteligentes. Recentemente, vários meios de imprensa divulgaram as projeções das Nações Unidas para o ano de 2050, mostrando que, se continuarmos assim, necessitaremos de mais dois planetas para mantermos nosso padrão de consumo. É necessário acelerar os tempos para criar projetos ecologicamente sustentáveis e não limitados a um único edifício, projetando complexos imobiliários que integrem todas as ideias inteligentes presentes no mundo — afirma Savio.
Além disso, a ideia da social smart city insere-se em um contexto internacional, que identifica, sobretudo nos países emergentes, dois fenômenos: o primeiro é que os fluxos migratórios dos campos levarão a população que vive nas cidades dos atuais 50% a um percentual de 80% nos próximos 25 anos.
— O segundo fenômeno é que, hoje, 27% da população mundial têm menos de 15 anos. Isso quer dizer que, nos próximos anos, essas pessoas entrarão para o mercado de trabalho e precisarão de casas e de serviços. Essa tipologia de cidade nasce para gerir de forma ordenada tais fluxos com serviços inovadores — conclui o diretor, acreditando que a social smart city é a solução para o futuro.  

Os seis pilares da social smart city

1. Planejamento urbano e organização
O planejamento segue o conceito de equilíbrio entre as áreas residenciais, comerciais e industriais, favorece viagens curtas, com caminhos para pedestres e ciclovias em locais seguros e sombreados, e mantém a cidade viva durante todo o dia.

2. A arquitetura além das regras tradicionais da habitação social
As habitações possuem dimensões padronizadas (impostas pelos programas governamentais) e ao mesmo tempo mantêm a alta qualidade na composição, em sintonia com o território.

3. Tecnologia, o coração da social smart city
Entre as diferentes tecnologias presentes, há o Planet App, um aplicativo dedicado aos serviços da smart city. A ferramenta permite a todos os cidadãos consultar dados, monitorar os custos e os consumos, usar serviços (bike e moto sharing) e interagir com as outras pessoas da comunidade.

4. Serviços, uma rede de oportunidades que compõe o tecido urbano
A mobilidade inteligente é a nova fronteira para reduzir o desperdício e a poluição, criar economias de escala, relacionadas com o deslocamento de pessoas e mercadorias, melhorar a logística, reduzir os custos e otimizar os deslocamentos.

5. Pessoas, uma comunidade aberta às exigências de todos
Todos fazem parte do centro da vida em comunidade, organizada segundo as atividades, como bibliotecas digitais, food sharing (compartilhar os alimentos em excesso) e hortas urbanas. A cidadania ativa favorece a sociabilidade, a segurança e o bem-estar.

6. Meio ambiente: um recurso, mil oportunidades
A energia limpa é obtida por meio da gestão da iluminação pública computadorizada, da rede hídrica que reutiliza as águas cinza e da chuva, do controle através de sensores a fim de otimizar o custo do serviço de coleta dos resíduos e da rede elétrica subterrânea.

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.