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Home > Subjetividade e felicidade

Subjetividade e felicidade

16 de dezembro de 2015 - Por Comunità Italiana
Subjetividade e felicidade

Domenico

Como explicar a felicidade subjetiva, que varia de pessoa a pessoa, e está desvinculada de modismos e costurada sob medida?

Se até alguns anos atrás se desejava assemelhar-se o máximo possível aos outros, seguindo a moda da vez para ser reconhecido junto à coletividade, hoje a preferência é ser diferente dos outros, o máximo possível, para recuperar a importância da própria individualidade, afirmar a própria identidade e subtraí-la à massificação. Em comparação à monotonia geral da sociedade de massa, a polifonia pós-moderna das subjetividades é muito mais vital e fecunda, mas exige disponibilidade para o diálogo e a tolerância com as diversidades.
“Cada um está só no coração da terra/traspassado por um raio de sol:/e de repente é noite”*. Este poema do poeta italiano Salvatore Quasimodo é considerado por muitos como o mais breve e intenso até hoje escrito. Seu pessimismo sem apelo reside na certeza de que, apesar da multidão de seres humanos ao nosso redor, ao final das contas, cada um está sozinho consigo próprio, enquanto atravessa o instante luminoso de sua existência, precedido e seguido pela escuridão infinita.
Outros pensadores — de Menénio Agripa a Jesus, de Thomas Merton até Ernest Hemingway — apregoaram que nenhum homem é uma ilha, que estamos ligados uns aos outros como os ramos com a videira e que, quando toca o sino, você não pode se perguntar para quem toca, porque está tocando para você também.
Nos últimos 200 anos, a sociedade industrial massificou e despersonalizou os indivíduos, achatando-os sob o rolo compressor de suas linhas de montagem, de suas burocracias, do seu consumismo. As pessoas, os indivíduos, foram diluídos na massa, no coletivo, no Estado, e suas necessidades eram levadas em consideração somente quando coincidiam com as necessidades da massa e com a vontade dos poderosos.
A sociedade pós-industrial, que finalmente surgiu nos anos recentes, está devolvendo para cada indivíduo o direito de afirmar a própria individualidade, as próprias necessidades, os próprios gostos pessoais, de perseguir os próprios objetivos, de percorrer o próprio caminho fora do rebanho.
Esta reconquista da própria subjetividade se expressa também na infinita variedade de objetos, estilos e cores que cada um adota à discrição. Se nos anos 1960, todos os estudantes desfilavam nas passeatas vestindo seus capotes verdes, hoje em dia, nas manifestações, há multidões multicoloridas. O mesmo vale para os ritos sociais — desde a forma de celebrar as festas, até a forma de vivenciar a família — que, a esta altura, apresentam-se em infinitas variantes. Não se trata de egoísmo: trata-se de estarem conscientes da própria e digna identidade, do direito de perseguir um próprio itinerário, um próprio conceito de felicidade.
Mas, portanto, o que é esta felicidade subjetiva, desvinculada dos modismos e costurada sob medida?
Segundo Aristóteles, “podemos definir a felicidade como a prosperidade junto com a virtude; ou como uma vida independente; ou como a certeza de gozar do máximo do prazer; ou como uma boa condição de bens e de corpo, unida ao poder de defender os próprios bens e o próprio corpo e fazer uso deles. Que a felicidade seja uma ou mais de uma dessas coisas é ponto pacífico para quase todos. Desta definição de felicidade, deriva o fato que seja constituída pelas partes a seguir: nascer bem, abundância de amigos, bons amigos, riqueza, bons filhos, abundância de filhos, uma boa velhice e uma boa condição física, ou seja saúde, beleza, força, altura boa, corpo atlético, além de fama, honra, sorte e virtude. Um homem não pode não ser totalmente independente se possuir estes bens interiores e exteriores; por que não precisamos de mais nada. (Os bens da alma e do corpo são interiores. O nascer bem, os amigos, o dinheiro e a honra são exteriores). Além disso, pensamos que devemos ter recursos e sorte, para tornar nossa vida realmente segura”.
Depois de 2.400 anos, os elementos que concorrem na determinação de nossa felicidade continuam, mais ou menos, os mesmos, mas — hoje, como naquela época — cada elemento assume um peso diferente para cada pessoa.
Geralmente, quando estamos apaixonados, estamos dispostos a abrir mão de cotas de subjetividade para nos entregarmos à vida de casal, em que triunfa o tríplice erotismo do fazer amor juntos, falar juntos, realizar juntos coisas agradáveis para ambos: uma viagem, uma ida ao shopping, uma carreira, um filho. Depois, na medida em que a paixão se transforma em ternura e, depois, acaba se transformando em tédio, cada um dos ex-apaixonados recupera a importância da própria subjetividade e a necessidade de estar sozinho consigo próprio para apreciar o prazer sutil e profundo da introspecção solitária. Carl Kraus dizia: “Prefiro o monólogo comigo mesmo ao monólogo com minha esposa”.  

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.