Editoriais
O ano se inicia com um crescimento europeu cada vez mais sólido e uma grande preocupação de instabilidade mundial em torno da economia chinesa e a desvalorização do seu yuan. A hipersensibilidade dos mercados mostra que os eventos políticos afetam diretamente o Brasil, que terá, segundo projeções da Bloomberg, um dos piores resultados dentre 93 países pesquisados em 2016. Nesse jogo, o que vai contar para que o país saia dessa espiral negativa é a capacidade do governo mostrar quais são as ferramentas de garantias para o sistema financeiro e como pretende assegurar ao mercado a estabilidade política e econômica, uma vez que o volume de notícias negativas aumenta nos dois campos.
Entrevistamos uma das figuras centrais no (do) processo que repercute mundialmente por se tratar do maior caso de corrupção sistêmica no Brasil até hoje. Sérgio Moro ganhou notoriedade por comandar as investigações da Operação Lava Jato, que não poupam partidos e empresários. Para a Comunità, Moro defende a importância deste momento para o fortalecimento das instituições brasileiras e para a melhoria da performance política e econômica. Como descendente de italianos, ele também nos fala de sua origem e da admiração pelos magistrados antimáfia Giovanni Falcone e Paolo Borselino, além da inspiração na denominada Operação Mani Pulite.
Para enriquecer o debate e na busca da melhor informação, trazemos nesta edição o contraponto de quem atuou diretamente como promotor público da Mani Puliti. Gherardo Colombo defende a aplicação da lei sem ferir a dignidade da pessoa e, sob o ponto de vista educacional, acha negativa a delação premiada. E alerta: “Fenômenos endêmicos, como a corrupção, não podem ser combatidos apenas com repressão penal, mas sim com muito investimento nas escolas”.
Enquanto isso, um projeto da Universidade Bocconi pretende incentivar um melhor crescimento das crianças na Itália. Segundo o pró-reitor de Internacionalização, Stefano Caselli, se trata de um pacto público privado para investimento no que há de mais importante, o capital humano e “o verdadeiro capital humano de uma sociedade são os filhos”, como afirma o notório professor. O desafio é fazer com que as famílias italianas tenham mais filhos com um plano que prevê bônus de até seis mil euros anuais e descontos em taxas e incentivos como baby-sitter, creche e colônias de férias até os seis anos de idade. A medida estima investimento de 16 bilhões de euros e teria custo “quase” zero para o Estado italiano, segundo Caselli.
Boa leitura!