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Home > O caminho de Santiago italiano

O caminho de Santiago italiano

18 de fevereiro de 2016 - Por Comunità Italiana
O caminho de Santiago italiano

O caminho de Santiago italianoProjeto da Diocese de Vicenza revitaliza a antiga rota medieval de 1500 km que conduzia peregrinos do leste europeu a Roma, e que agora está disponível para download em dispositivos GPS

As semelhanças com a rota medieval que conduz à cidade de Compostela, onde estão guardados os restos mortais do apóstolo Tiago, na Galícia, são muitas. Embora o caminho imortalizado pelo escritor Paulo Coelho em O Diário de um Mago tenha se tornado mais famoso no mundo, o traçado que cruza a península itálica era ainda mais importante que o Caminho de Santiago. Rota dos peregrinos que partiam do Leste ou do Norte europeu rumo a Roma, capital do cristianismo e guardiã das tumbas de São Pedro e São Paulo, também era usada pelos cruzados que embarcavam em Veneza com destino à Terra Santa, Jerusalém. Iniciativa da Diocese de Vicenza, em colaboração com o Centro Italiano Studi Compostellani, Romea Strata foi lançada em um momento especial: o início do Ano do Jubileu, que vai até 20 de novembro deste ano e deve incrementar o turismo religioso no país. O fato é que essa rota de 1550 quilômetros entre o Friuli e a Cidade Eterna revela muitas surpresas não apenas aos católicos: é uma lição ao vivo e a cores de história, arqueologia e ecoturismo.
Comunità conversou com a responsável por traçar toda a rota com o GPS. A vicentina Luisa Dal Prá, formada em Ciências Florestais pela Universidade de Padova, de 33 anos, percorreu todo o caminho entre agosto de 2014 e março de 2015 de bicicleta e a pé, tornando possível o seu mapeamento digital, disponível no site oficial do projeto www.romeastrata.it.
— Eu percorri cerca de 25 km por dia, em bicicleta ou a pé. Passar pelos Apeninos foi difícil para mim, por isso fui caminhando. Até Modena, na Emília-Romanha, pode-se fazer tranquilamente de bicicleta. Para os ciclistas treinados, é possível pedalar até nos Apeninos. Comecei em Tarvisio, no Friuli-Venezia-Giulia, na fronteira com a Áustria. Ali, na Via del Tagliamento, que chamamos de Via di Allemagna, descemos até Concordia Sagittaria, passando pelo antigo Hospitale di Milecento del Friuli, em San Tomaso di Majano, que é o Hospitale di San Giovanni — contou Luisa, explicando que Romea Strata não é um percurso de linha única.
Existem quatro principais entradas na Itália: duas a partir do Friuli, uma via Brennero e outra que leva a Verona, e depois a Montagnana. Os cristãos que vinham da Eslovênia partiam do Santuário de Miren-Kostanjevica, no monte Grado, e dali chegavam a Gorizia para em seguida atravessar o Friuli até Concordia Saggitaria, por um total de 100 quilômetros.
— É uma via medieval, usada pelos peregrinos que chegavam do Leste europeu em direção a Roma, ou que iam até Veneza para embarcar rumo à Terra Santa. Não havia margens e os percursos mudavam de acordo com a segurança das estradas, a fluidez dos rios ou a proteção contra bandidos ou qualquer outra forma de ameaça. Fazia parte do meu trabalho verificar se esses antigos percursos ainda podem ser percorridos hoje porque, ao longo dos anos, a morfologia do terreno mudou de forma notável. A rota apresentada oficialmente em dezembro e que está no site foi toda feita com GPS e autorizada pelos 159 comuni pelos quais o caminho passa. Cada um deles foi contatado para autorizarem a inclusão do respectivo comune na rota — detalhou Luisa.

Ecoturismo, aventura, arqueologia, história e fé em uma única rota
Gostar de aventura, história e natureza é mais que suficiente para se sentir atraído por Romea Strata. Trechos repletos de natureza selvagem estão garantidos aos ecoturistas, incluindo os bosques no apenino emiliano-toscano e em território friulano, com colinas, lagos e o vale do rio Tagliamento. Para quem gosta de história, a alegria é completa. A rota passa por pequenas, porém preciosas igrejas antigas — verdadeiras joias medievais — sendo algumas dedicadas a São Tiago, e por antigos abrigos de peregrinos.
Um dos lugares mais interessantes é o Hospitale di San Giovanni, na fração de San Tomaso di Majano, na província de Udine — fundado no auge das Cruzadas, no final do século XII, por cavaleiros de San Giovanni di Gerusalemme, posteriormente denominados cavaleiros de Malta. Um pergaminho de 1199, preservado na Bilioteca Comunale de Udine, comprova a constituição do local e a cessão do terreno aos cavalieri por Artuico di Varmo, com o objetivo de dar assistência aos peregrinos que passavam pela antiga Via d’Allemagna.
Se Romea Strata é uma oportunidade de treinar a austeridade e a religiosidade para alguns, para outros pode representar a desculpa perfeita para fazer paradas estratégicas em cidades que oferecem roteiros enogastronômicos tentadores, como Verona, Modena e diversas cidadezinhas vênetas, emilianas e toscanas. A atmosfera mística, porém, prevalece na viagem para a maior parte dos pellegrini.
— Já fiz várias viagens naturalísticas em outros lugares do mundo, mas percebi que aqui perto, na Itália, há muitos lugares naturais e especiais. Penso no fato de que muitas pessoas antes de mim fizeram esse caminho. Há igrejas que parecem tão pequenas por fora, mas quando você entra percebe que têm uma imensa história. Foi muito sugestivo e enriquecedor percorrer esse caminho — comentou a vicentina Luisa.

Rota revela joias históricas guardadas no interior das províncias do Norte da Itália
Para a maior parte dos brasileiros que associa uma viagem à Itália ao sólito roteiro Roma-Veneza-Milão, Romea Strata pode servir como um guia repleto de dicas e pontos de interesse não menos especiais do que as manjadas capitais. As cidades de Concordia Sagittaria, na província de Veneza, e Sesto al Reghena, em Pordenone, são exemplos. A primeira conserva importantes ruínas da época romana e a segunda possui um belo burgo medieval. Isso sem falar em Aquilea, cidade da província de Udine de grande importância para a arqueologia por ter sido capital da Regio X Venetia et Histria, ou seja, uma das regiões nas quais a península itálica foi dividida, no século 7 d.C., por Augusto. As escavações na basílica Santa Maria Assunta revelaram ao mundo belos mosaicos nos primeiros séculos da era cristã. No interior das províncias, revelam-se belas surpresas. É o caso de Padova: a 20 km da capital, Monselice conserva um santuário com sete igrejas em uma colina voltadas para Roma, enquanto Este, a 30 km, surpreende com um conjunto arquitetônico formado por imponentes torres e castelos medievais.
O responsável pelo setor de Peregrinações da Diocese de Vicenza, Don Raimondo Sinibaldi, apaixonado por arqueologia, deu o impulso ao projeto, após conferências no centro de estudos compostelanos e encontros com o maior especialista no Caminho de Santiago, o professor Paolo Giuseppe Caucci von Saucken.
— Romea Stata repropõe o sistema de vias e trilhas que, a partir da Europa centro-oriental, conduziam os peregrinos, os romei (habitantes do Império Romano do Oriente) até Roma e à tumba de São Pedro. Em ocasião do Jubileu, promovemos esse percurso para redescobrir a fé, a religiosidade e a cultura das antigas vias de peregrinação — declarou à imprensa Sinibaldi, esperando que, ao percorrer as trilhas de Romea Strata, “muita gente reencontre o sentido da existência e novas motivações, e riscoprano Dio”.
Para fazer o download da rota completa ou dos trechos que fazem parte de Romea Strata e saber como abrir o mapa em um dispositivo GPS, com informações sobre hospedagem e restaurantes, é preciso entrar no site www.romeastrata.it.   

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.