Um restaurante para cinéfilos
Saborear um prato de pasta à moda carbonara no restaurante InRoma, perto da Bocca della Verità, já vale a pena pelo seu terraço, de frente para a praça onde fica a igreja Santa Maria della Consolazione. Como se não bastasse, o lugar é muito querido pelos cinéfilos. Mais de meio século atrás, era conhecido com o nome de Il Re della mezza porzione, e foi set do filme Nós que nos amávamos tanto, de Ettore Scola. Incrível as inúmeras versões da carbonara: com alcachofras, pistache de Bronte e bottarga di Marzamemi.
Ciao Ettore!
Sempre fui fã de filmes italianos. Eles conseguiram levar a tragicomédia ao sublime. Assistir a um filme, desses da época de ouro, como os anos 1970, é viver uma extensa gama de emoções. Há cenas que ficam na memória por toda a vida.
No dia 19 de janeiro, foi-se um dos grandes diretores de cinema, um de meus preferidos, Ettore Scola. Não vou dissertar agora sobre sua filmografia, mas muitos de seus filmes são inesquecíveis. Fazem parte daquela escola onde o que vale, além da hábil direção, é um roteiro de primeira e ótimos atores. Ao menos dois filmes de Scola, O Baile e O Jantar, são praticamente feitos, inteiramente, em uma única sala. No primeiro caso, não há diálogos, só dança, contra 50 anos de uma sala de baile através dos anos, a partir dos anos 1930, com as canções de cada época e os tipos insólitos que a frequentam. Incrível como o filme consegue ser interessante praticamente sem diálogos. No segundo, há muitos diálogos, e o filme é realizado inteiramente em um restaurante. Em cada mesa, uma história.
Mas aquela que é considerada sua obras-prima é Nós que nos amávamos tanto, que conta três décadas de história italiana através da história pessoal de três amigos, que se conhecem como partigiani nas montanhas (vividos por Vittorio Gassman, Nino Manfredi e Stefano Satta flores). As atrizes são Stefania Sandrelli e Giovanna Ralli. Esta última é protagonista de uma das mais marcantes cenas do filme. Mal amada pelo marido, que se casou com ela por interesse, em uma cena, morta em um acidente de carro, conversa com o marido do alto de um ferro-velho. De derramar lágrimas.
Outros que adoro são Um dia muito especial, com Sophia Loren e Marcello Mastroianni, um de seus grandes filmes, cheio de cenas memoráveis, e o menos conhecido e apreciado Ciúme à italiana, com Monica Vitti, Marcello Mastroianni e Giancarlo Gianinni (meus dois galãs preferidos, além de grandes atores).
Ciao, Ettore! Obrigada por ter me proporcionado tanta emoção em todos esses anos!