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A voz da coletividade

01 de junho de 2017 - Por Comunità Italiana
A voz da coletividade

A voz da coletividadeApós dois anos das eleições, Comunità conversa com os presidentes dos Comites para saber quais são os desafios e as dificuldades que a comunidade enfrenta no Brasil e quais são os eventos organizados para este ano

No Brasil existem sete Comitês dos Italianos no Exterior (Comites) — um para cada circunscrição no país — que representam as exigências dos cidadãos italianos no exterior. São os intermediários entre a coletividade italiana e os órgãos consulares, por isso têm uma posição privilegiada para saber quais são as necessidades e as reivindicações dos cidadãos. Além disso, os Comites em parceria com os Consulados, as associações e outras entidades promovem iniciativas ligadas à vida cultural, social, assistência social e outras demandas dos cidadãos italianos no Brasil. Os conselheiros foram eleitos em abril de 2015 e, de acordo com a lei, permanecerão no cargo por cinco anos. Porém, antes da última eleição, passaram-se dez anos.
O Comites da maior circunscrição italiana, o de São Paulo, é composto por 24 conselheiros, sendo 18 italianos eleitos e seis “cooptados”, ou seja, brasileiros com ascendência italiana comprovada sem cidadania, conforme rege a lei.
— São realizadas entre quatro e cinco assembleias gerais por ano, durante as quais são decididos assuntos obrigatórios, como balanços, orçamentos e os pareceres que o Comites deve dar, bem como as reuniões de diretoria que seguem a mesma periodicidade. As reuniões de trabalho são praticamente semanais, presenciais ou online, pois temos oito comissões de trabalho — relata o presidente do Comites de São Paulo, Renato Sartori, frisando que todas as assembleias são abertas ao público.
O Comites paulista não tem um atendimento ao público para orientação de cidadania, por falta de estrutura para suportar tal demanda, mas a sede fica aberta duas vezes por semana. As terças e quintas, das 9h às 14h, a secretária Sergia filtra as solicitações e as encaminha para os conselheiros. Além disso, é possível entrar em contato por telefone, carta, email (comites.sp@comites.org.br) ou através das redes sociais.
As reclamações, sugestões e críticas que chegam ao Comites são muito diferentes.
— Uma boa parte dos contatos refere-se aos serviços consulares e à assistência. Em ambos os casos filtramos e orientamos o melhor caminho. Nos casos específicos sobre o Consulado, o Comites procura identificar casos onde o problema é recorrente e geral e solicita ao cônsul uma análise do caso. Também nestes casos relativos à coletividade estamos muito conectados com nossos parlamentares eleitos e com os conselheiros CGIE — explica Sartori.
De acordo com ele, a forma como o governo italiano envia o financiamento por vezes complica um pouco a administração, porém, graças à expertise herdada da gestão anterior, estão fazendo um trabalho exemplar em relação às finanças. O Comites de São Paulo costuma organizar diversas iniciativas. No último ano, promoveu o projeto Nuovi Arrivati, financiado pelo Ministério italiano das Relações Exteriores, que teve como objetivo entender melhor o fenômeno da nova imigração e criar material de apoio para o italiano recém-chegado no Brasil. Além disso, organizou um debate sobre o referendo constitucional, um jantar beneficente para as vítimas do terremoto na Itália, o 1º concurso literário BrasilItália com o lançamento do livro Vozes Italianas I, que já está em sua segunda edição. Para o segundo semestre, está prevista a participação da Comissão Jovem na Semana da Língua Italiana, a Festa de Natal aos assistidos, organizado pela Comissão Assistência, e viagens para cidades do interior do estado com a coletividade local.
De acordo com Sartori, a experiência de ser o representante da circunscrição de São Paulo é muito enriquecedora e envolve muita responsabilidade, pois é uma das maiores e mais significativas comunidades italianas no exterior, com mais de 200 mil residentes.
— Espero que a reforma dos Comites, que está sendo discutida atualmente no governo através do CGIE, nos dê de fato maiores poderes e estabeleça novas atribuições para que consigamos trabalhar da forma mais contundente e autônoma, alinhada com o cenário atual dos italianos no exterior — analisa o presidente, citando a demanda dos jovens italianos recém-chegados e dos novos italianos que recém conseguiram reconhecer sua cidadania.

Cidadãos procuram o Comites do Rio para relatar problemas com o agendamento on-line
O Comites do Rio de Janeiro é formado por 12 conselheiros e quatro “cooptados”. De acordo com o presidente da entidade Alessandro Barillà, o trabalho dos conselheiros é voluntário e o financiamento recebido pelo governo italiano é usado para pagar os gastos de funcionamento.
— As reclamações mais frequentes são sobre o problema já conhecido do sistema de agendamento on-line dos serviços do Consulado. Nós, do Comites, reclamamos várias vezes com a autoridade consular, que fizeram algumas melhorias, mas o problema persiste e está longe de ser um sistema eficiente — destaca Barillà.
Comunità ouviu algumas pessoas que estão tendo problemas com o agendamento consular e que procuraram o Comites, como Maria Cristina Sacramento, residente na capital fluminense. Ela disse que há oito meses está continuamente tentando, sem sucesso, o agendamento. Da mesma forma, Leidiana Peçanha, que mora em Vitória (ES), conta que não conseguiu o agendamento para o reconhecimento da cidadania.
— Participo de grupos no Facebook e no Whatsapp de pessoas que se ajudam para conseguir o agendamento. No Whatsapp, por exemplo, somos em torno de 30 pessoas que tentam o agendamento diariamente, há mais de quatro meses, e ninguém conseguiu até agora. As tentativas são feitas de segunda à quinta, à meia-noite de Roma — esclarece Peçanha.
Comunità também visitou a sede do Comites, que fica no mesmo prédio do Consulado italiano, e viu de perto o dia a dia da entidade.
— Há três anos, tivemos que demitir a nossa secretária porque não tínhamos mais recursos. Esse é um trabalho gratuito e, para atender ao público, fazemos um rodízio entre nós. Trabalhamos de bom grado porque está na nossa tradição — afirma Andrea Lanzi, vice-presidente do Comites.
O Comites também organiza eventos culturais. O mais recente foi a palestra realizada em ocasião do 72º aniversário da Liberação da Itália, dedicada à memória do convívio dos soldados da Força Expedicionária Brasileira com os italianos. Barillà ainda revelou que o Comites, em parceria com o governo do Rio de Janeiro, está desenvolvendo um projeto para celebrar a imigração italiana e a sua importância na construção do estado.
Há dois anos na presidência do Comites, ele admite que administrar o organismo é uma tarefa muito difícil.
— A nossa comunidade é bastante dividida e não é muito participativa. Sem os meios necessários e os recursos financeiros, tentar despertar um sentimento e um interesse para a Itália, principalmente nas novas geração de oriundos, é quase impossível. A Itália deveria perceber que valorizar os italianos nas comunidades no exterior seria um dos melhores investimentos que pode fazer — conclui Barillà.

O Comites mais novo do Brasil também recebe reclamações sobre o agendamento on-line
Após as eleições de 2015, foi criado o Comites de Brasília, que até então não existia. O organismo tem 12 conselheiros eleitos e quatro “cooptados”. De acordo com o presidente Claudio Zippilli, as reuniões ocorrem periodicamente a cada três ou quatro meses e, em caso de urgência, o comitê executivo se reúne.
— As reclamações mais frequentes são relacionadas à demora no processo de cidadania e à quase impossibilidade de acesso ao serviço de agendamento on-line para pedir o reconhecimento de cidadania e passaporte. O Comites tenta ajudar os cidadãos, dando sugestões práticas sobre como se comportar, e relata casos de emergência ao Consulado de Brasília — explica o presidente, originário de Roma.
Ele afirma que a sede do Comites é na Casa de Itália, mas que, por falta de recursos, não há uma secretária que atende o público, porém qualquer pessoa que precisar da ajuda do órgão é recebida no escritório. Marca-se o horário, dependendo da disponibilidade dos conselheiros. Sobre os financiamentos, o presidente conta que chegam de forma irregular, de acordo com a disponibilidade do Ministério italiano das Relações Exteriores.
— Nestes dois anos de funcionamento, recebemos os fundos de 2015 em abril de 2016 e aqueles de 2016 em abril de 2017, mas adotamos o hábito de deixar algum dinheiro em caixa para pagar as despesas até a chegada de novos fundos — relata Zippilli.
O Comites de Brasília já organizou diversas atividades culturais e atualmente está envolvido na organização da 8 ½ Festa do Cinema Italiano, em parceria com a Associação Il Sorpasso, e a mostra de pintura em ocasião do centenário de Frei Nazareno Confaloni, em Goiânia, programada para o fim deste ano.
— Outras iniciativas estão em fase de elaboração, em particular para assistirmos à Copa do Mundo em 2018 — completa o italiano.
Após dois anos como presidente, Zippilli avalia a experiência como “cansativa e cheia de problemas para se resolver, mas muito satisfatória do ponto de vista social e repleta de satisfação quando se é capaz de ajudar compatriotas e oriundos”.

Comites de Curitiba disponibiliza atendimento até pelo WhatsApp
O Comites da capital paranaense é formado por 16 conselheiros, sendo 12 eleitos e quatro “cooptados”.
— A lei do Comites prevê uma reunião a cada quatro meses. Nós realizamos de quatro a cinco reuniões anuais, mas depende sempre da questão financeira — avalia o presidente do Comites, Walter Petruzziello.
Ele relata que, no ano passado, o financiamento chegou em agosto. Este ano, ainda não foi informado de quando será disponibilizado. Muitas pessoas procuram o Comites de Curitiba, relatando dificuldades na fila de espera da cidadania e do agendamento para passaportes.
— Algumas vezes reclamam da forma como as pessoas são tratadas quando se dirigem, pessoalmente, ao Consulado — relata Petruzziello.
O atendimento do Comites pode ser feito pessoalmente, por e-mail e outros modos, inclusive através do aplicativo WhatsApp.
— A única coisa que procuramos evitar é o telefone, pois não ficaria registro do problema relatado. Nosso Comites possui uma sala alugada e secretário. Atendemos no horário comercial, de segunda à quinta-feira. Na maioria das vezes querem conversar pessoalmente comigo e, neste caso, solicito a marcação de horário — comenta.
Todos os anos, o Comites, em conjunto com o Consulado, participa da festa nacional da Itália, no dia 2 de junho, e do festival Mia Cara Curitiba. Petruzziello, que já têm ampla experiência no Comites, pois já havia sido presidente do organismo por oito anos, diz que procura manter um bom relacionamento com o Consulado, discutindo sempre os problemas da comunidade, embora entenda que nem sempre os resultados são aqueles esperados.
— No mandato atual, estou desiludido com o comportamento da Embaixada, que, após dois anos, ainda não nos convocou para a reunião de Coordenação Consular, prevista em lei, nem convidou os presidentes dos Comites para a pré-reunião com os conselheiros CGIE, coisa que, no passado, era muito comum — desabafa Petruzziello.

Conselheiros em Recife fazem reuniões por videoconferência
O Comites da capital pernambucana possui 12 conselheiros, seis residentes em Recife e seis em Fortaleza.
— Fazemos cerca de cinco reuniões por ano com todos os conselheiros através de videoconferência com os membros de Fortaleza. O presidente, o vice-presidente e o secretário se reúnem também por videoconferência pelo menos uma vez por mês — afirma o presidente da entidade Daniel Taddone.
Em 2016, o Comites recebeu o financiamento no fim de maio. Taddone acredita que seria muito mais conveniente receber as verbas do governo italiano logo no início do ano, antes do fim do primeiro mês para poder pagar as contas regulares dentro do prazo. A entidade ocupa pequeno espaço no mesmo edifício que abriga o Consulado. Taddone explica que quase todos os contatos começam por e-mail e que o Comites atende às segundas, quartas e sextas, das 9h às 13h.
— Apesar de considerar o financiamento insuficiente, não considero que seja o problema principal dos Comites. Sem dúvida, o problema principal é a demora absurda da fila de espera e a necessidade de saber uma estimativa de tempo de chamada ou se está corretamente inserido na fila. Outros problemas são a espera pela attestazione di non rinuncia ao se fazer o reconhecimento da cidadania na Itália e as dificuldades de atendimento em consulados honorários — avalia o presidente.
De acordo com ele, em Recife, não há agendamento online como em outras circunscrições e o problema no Nordeste é uma fila de espera grande devido ao número de funcionários que podem processar os pedidos. Taddone acredita que os Comites poderiam ajudar mais se pudessem assumir um papel oficial de “ouvidoria” dos consulados.
— Em Recife, não temos problemas, pois o pessoal do Consulado é totalmente aberto e receptivo. Todos os problemas resolvíveis de fato são resolvidos. Todavia, sei que isso não acontece em algumas circunscrições — afirma.
O Comites está organizando alguns encontros para reforçar uma campanha de “recenseamento” que pretende lançar até o fim do ano. Além disso, entre as iniciativas, está previsto um encontro com empresários italianos radicados no Ceará no mês de outubro. Ao ser perguntado como está sendo a experiência como presidente do Comites, Taddone diz que, em grande parte, é positiva, embora seja frustrante verificar o pouco alcance que a entidade tem entre a coletividade e as dificuldades de se tornar um órgão conhecido junto à população italiana residente.
— No Nordeste temos ainda as dificuldades adicionais pela dispersão dos italianos em um território enorme e pela ausência de associações como as que existem nos estados meridionais — avalia.

Os poucos recursos dificultam o atendimento presencial em Belo Horizonte
Em Minas Gerais, o Comites conta com 11 conselheiros e três “cooptados” que se reúnem a cada mês. Sobre o financiamento, a presidente Silvana Sica diz que a situação é precária, pois, além de receber muito pouco, não tem como ajudar os conselheiros com despesa de viagem daqueles que moram no interior do estado.
— Temos uma sala nossa, comprada há mais de 30 anos com nossos recursos particulares, e-mail, telefone e internet, porém como não temos dinheiro para manter uma secretária, o atendimento é feito pelo site www.comitesmg.org.br e pelo telefone de cada conselheiro — explica Sica.
Sobre as reclamações dos ítalo-brasileiros, a presidente diz que a mais frequente é o mau atendimento dentro do Consulado e a maneira descortês com que são tratados, além do problema dos agendamentos, da fila da cidadania e da falta de informação.
De acordo com Sica, além do atendimento ao público, o Comites tem cursos de italiano a preços populares e sobre genealogia.
— Em junho teremos o sétimo seminário da emigração aberto ao público. Também temos um encontro mensal sobre os distúrbios da emigração chamado Encontro Sócrates ao Migrante – Diálogos sobre Migrações e Deslocamentos, ministrado por uma psicóloga que é nossa “cooptada”. Em dezembro, temos a tradicional missa natalina, quando a comunidade participa de um brinde com espumante e panettone — destaca a presidente. Uma das iniciativas que o Comites apoia é a Festa Tradicional Italiana de Belo Horizonte em 4 de junho, que deve receber um público de oito mil pessoas.
— A experiência como presidente do Comites está sendo um pouco frustrante, pois, apesar de sermos 11 conselheiros, poucos se interessam realmente por ele. É uma pena — conclui a presidente.
Comunità procurou a presidente do Comites do Rio Grande do Sul, Rosalina Zorzi, mas, devido a uma pneumonia que a obrigou a um repouso forçado, a mesma não pôde conceder entrevista.

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.