Artista foi vencedor da Palma de Ouro, em Cannes, em 1978
(ANSA)
O cineasta italiano, Ermanno Olmi, famoso por dirigir filmes como “A Árvore dos Tamancos” (1978), vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, morreu nesta segunda-feira (7) aos 86 anos, em Asiago, na região do Vêneto, no norte da Itália. De acordo com o comunicado da família, o artista faleceu durante a madrugada em um hospital local, onde havia sido internado com urgência na última sexta-feira (4), após o agravamento da síndrome de Guiillain-Barré, doença que o imobilizou durante meses.
O funeral será realizado durante cerimônia privada, conforme desejo do cineasta, “em sintonia com uma vida cheia de afetos e amizades, mas reservada”. Em um tuíte, o primeiro-ministro, Paolo Gentiloni, afirmou que a morte de Olmi significa “perder um cineasta mestre e um grande exemplo de cultura e vida. Seu olhar encantado nos disse e fez compreender as raízes de nosso país”, escreveu.
Já, Maurizio Martina, líder regente do Partido Democrático (PD), agradeceu “pela amizade e humanidade” do italiano.
Nascido em Bergamo, na região da Lombardia, no dia 24 de julho de 1931, Olmi iniciou sua carreira nos anos 1950. Em 1978, ele venceu o prêmio Palma de Ouro, o mais prestigiado de Cannes, pelo filme “A Árvore dos Tamancos”.
Entre os mais de 60 anos de carreira, o cineasta italiano acumulou diversos sucessos em seu currículo, como “Os Noivos”, “A Lenda do Santo Beberrão (1988)” e A Aldeia de Cartão (2011).
Além deles, há também “Os Campos Voltarão” (2014) e “Vedete, Sono Uno di Voi” (2017). O primeiro retrata o drama de militares durante o fim da Primeira Guerra Mundial, enquanto que o outro narra a biografia do ex-arcebispo de Milão, o cardeal Carlo Maria Martini.
O ministro dos Bens Culturais, Dario Franceschini, por sua vez, ressaltou que a morte de Olmi “priva a cultura italiana de um gigante, um dos grandes mestres do cinema italiano. Intelectual profundo que investigou e explorou os mistérios do homem e expressou, com a poesia que caracteriza seus trabalhos, a relação entre o homem e a natureza, a dignidade do trabalho, espiritualidade”.
Em comunicado, Paolo Baratta, presidente da Bienal de Veneza, também lamentou o ocorrido. “Nós lamentamos a morte de uma das personalidades mais importantes do cinema e da cultura no pós-guerra italiano”, disse.