Dois países, o mesmo objetivo: elevar o crescimento econômico. Com expectativa de redução em 1,4% do PIB, em 2016, a produção italiana está abaixo da média na zona do euro. Enquanto isso, a previsão do ano, no Brasil, é de uma contração de mais de 3% do Produto Interno Bruto. Para tentar amenizar esse cenário, o empresariado, juntamente com representantes do governo, recorre a parcerias e estratégias de ampliação do mercado.
— Para este ano, está prevista uma série de feiras e manifestações em parcerias, em grande parte, relacionadas aos setores energético e de logística. O governo brasileiro também prevê investir cerca de R$ 190 bilhões, por meio de leilões no curso deste ano e no próximo, para esses segmentos — adianta o conselheiro da Embaixada da Itália em Brasília, Gabriele Annis.
Visita de Gentiloni ao Brasil em novembro reforçou colaboração econômica
Desde novembro, após a visita ao Brasil do ministro das Relações Exteriores da Itália, Paolo Gentiloni, os dois países estão ainda mais alinhados, visando ao desenvolvimento econômico.
— Durante a vinda do ministro, foi assinado um memorando de entendimento, um acordo de cooperação entre Brasil e Itália, para insfraestrutura. Para isso, foi formado um grupo de trabalho, do qual participam representantes de empresas brasileiras e da Embaixada italiana. Estamos muito interessados em trabalhar para esse setor — ressalta Annis, adiantando que “o objetivo é melhorar o intercâmbio que,apesar de ter caído 23% em 2015, gera quase US$ 8 bilhões anualmente e queremos vê-lo crescer, pois nos orgulha muito”.
O presidente da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio, Indústria e Agricultura de São Paulo (Italcam), Edoardo Pollastri, também reforça o interesse dos dois países em ampliar a parceria.
— Mesmo com a situação crítica em que está o Brasil, a Itália continua investindo no país. Neste ano, esperamos a visita do primeiro-ministro Matteo Renzi, como ele fez na Argentina, para estreitar ainda mais o intercâmbio e diálogo — disse.
Ainda de acordo com Pollastri, diversas ações estão sendo adotadas para aumentar a internacionalização das empresas.
— A Itália possui um plano para estimular as regiões italianas a virem ao Brasil. Já recebemos empresas das regiões da Calábria e Campânia, entre outras, e neste ano, devemos ter mais participações — prevê.
O Instituto de Comércio Exterior (ICE) também trabalha para ampliar o relacionamento comercial entre os países por meio da participação de representante, em eventos durante todo o ano. Entre os principais da agenda de 2016, estão previstas as presenças na Agrishow, que acontecerá de 25 a 29 de abril, em Ribeirão Preto (SP), e na Francal, que será realizada na capital paulista de 26 a 29 de junho. As datas podem ser alteradas e outros eventos adicionados, mas, para o primeiro semestre, alguns já estão confirmados.
Números
900 – Quantidade aproximada de empresas italianas no Brasil
130 mil – Postos diretos de trabalho gerados por essas empresas
Calendário das iniciativas promocionais 2016 do ICE no Brasil*
SEATEC 2016 – Missão de operadores brasileiros no evento náutico
Carrara, de 6 a 8 de abril
VINITALY – Missão de operadores brasileiros do setor de vinhos
Verona, de 10 a 13 de abril
PHARMINTECH – Missão brasileira do setor farmacêutico
Bolonha, de 13 a 15 de abril
AGRISHOW 2016 – Participação italiana na feira de maquinários agrícolas e componentes
Ribeirão Preto, de 25 a 29 de abril
FIMAR – Participação na feira do setor náutico
São Paulo, de 4 a 7 de maio
CIBUS – Missão brasileira na feira de produtos agroalimentares
Parma, de 9 a 12 de maio
EXPOVINIS BRASIL – Participação na exposição de vinhos
São Paulo, de 14 a 16 junho
FRANCAL – Sala no estilo lounge da marca italiana The Micam
São Paulo, de 26 a 29 de junho
*As datas podem ser modificadas ao longo do ano