Pilotos da equipe italiana dizem que episódio está superado e que continuam se falando normalmente; dupla garante que situação não vai se repetir
A paz voltou à Ferrari. Pelo menos foi o que os pilotos Charles Leclerc e Sebastian Vettel garantiram, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (10) em Suzuka, palco da 17ª etapa da temporada 2019 da Fórmula 1. Na última prova, na Rússia, o alemão desobedeceu uma ordem da equipe para devolver a liderança ao companheiro depois de uma inversão de posições orquestrada na largada para impedir o avanço de Lewis Hamilton, da Mercedes.
Ainda durante a corrida, Leclerc reclamou pelo rádio, e na segunda-feira após a prova, Vettel foi chamado à sede de Maranello para conversar com o chefe Mattia Binotto. O tetracampeão não revelou o conteúdo da conversa, mas admitiu que errou ao não obedecer as ordens da Ferrari.
– Em geral, está tudo claro. É claro que você fala um com o outro. Houve uma conversa, mas também houve outras. Eu não faria tanto barulho por toda a história. Do meu lado, não posso ficar satisfeito com isso. Que acordo houve ou não, ou quem está certo e quem não está, talvez não seja tão importante. Mas é claro que recebi a mensagem no rádio para mudar de lugar e não o fiz. E isso certamente não estava certo – reconheceu o alemão.
Do lado de Leclerc, ouviu-se também um discurso afinado de paz. O monegasco deu a entender que os dois pilotos não entenderam totalmente o que deveria ser feito na pista para fazer a estratégia funcionar:
– Houve alguns mal-entendidos na Rússia, mas tivemos uma conversa e tudo está claro agora. Obviamente, parecia uma grande coisa do lado de fora – o que definitivamente não era, mas agora está tudo bem. Acho que está claro desde o início da temporada, precisamos obedecer às ordens do time. A situação não estava clara para os dois pilotos, começando a corrida, e acho que é a coisa mais importante. Então conversamos sobre isso e garantiremos que essa situação não aconteça novamente.
Vettel seguiu contemporizando e disse que o mal entendido poderia acontecer com qualquer piloto que estivesse como seu companheiro. Além disso, garantiu que a desobediência não se deu por algum incômodo com o ótimo desempenho de Leclerc, pole position das últimas quatro corridas.
– Não acho que teria sido diferente se mais alguém estivesse no outro carro. Charles está fazendo um trabalho muito bom, mas geralmente acredito que é, antes de tudo, uma corrida contra você e depois os outros. Nesse sentido, lutei, como disse, para extrair o que sei que tenho em mim – falou.
Por fim, o alemão mudou o foco das respostas para elogiar o desempenho do carro da Ferrari. Afinal, a equipe italiana fez todas as poles e venceu três das últimas quatro corridas depois das férias do verão europeu.
– Acho que também houve coisas positivas na Rússia. Pela primeira vez este ano, tivemos um ritmo muito, muito bom na corrida para enfrentar a Mercedes. Nas outras corridas, poderíamos estar na frente aqui e ali, mas em geral éramos um pouco mais lentos. Portanto, há coisas positivas e não tão positivas. (GE)