Nos últimos oito anos, quantidade de aulas online cresceu exponencialmente. Italiano para brasileiros está entre as opções gratuitas
Aprender língua italiana com alto nível de qualidade ou ainda adquirir certificados das tradicionais universidades do mundo ficou mais barato e acessível. Desde que os MOOCs (Massive Open Online Courses) foram criados, em 2008, por meio de vídeoaulas gratuitas, instituições de ensino como Harvard, MIT, Universidade de Roma, Politécnico de Milão, USP, UFRJ e outras 560 vêm disponibilizando, cada vez mais, conteúdo na rede.
De acordo com estatísticas do site Class Central, de 2011 até 2015, a quantidade de estudantes dos MOOC saltou de 160 mil para 35 milhões em todo mundo. Plataformas como Coursera.org, Iversity.org, Polimi Open Knowledge, Veduca, Udacity e EMMA European MOOC são exemplos de onde encontrar aulas e cursos, muitas vezes, com certificado, sem sair de casa.
Apesar de surgirem para ensinar gratuitamente, muitos desses cursos online tornaram-se pagos, alguns deles com valores bem abaixo dos custos dos presenciais. Há ainda atividades online didáticas disponibilizadas gratuitamente. É o caso do conteúdo da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo, composto por um conjunto de materiais didáticos de italiano para brasileiros online e gratuito.
— O ‘Dire, Fare, Partire’ surgiu como necessidade de disponibilizar para os alunos de graduação em italiano da FFLCH – USP, material online especialmente desenhado para o aluno brasileiro que estuda italiano —disse a coordenadora didática Paola Baccin.
Ao longo de 2013, foram desenvolvidos o conjunto de materiais, entre vídeos com uma ficção e a explicação do professor, apostilas em PDF e exercícios online com áudio e feedback automático. Atualmente, o ‘Dire, fare, partire’, voltado para alunos iniciantes no idioma, conta com mais de três milhões de acessos (dados de maio de 2016), enquanto a página do Facebook tem mais de 30 mil seguidores.
— Acreditamos que a mediação de um professor seja importante para que o aluno possa praticar a língua e ter um retorno de sua produção oral e escrita. No entanto, sabemos que muitos alunos autodidatas têm utilizado o material, e com dedicação e determinação conseguem aprender os primeiros rudimentos da língua — completa a coordenadora.
O conteúdo disponibilizado no site da USP tem sido utilizado também como material didático em outras universidades, nos cursos de graduação e nos cursos livres. Agora, a FFLCH lançou o projeto online ‘Parlando si Va Lontano’, um curso de extensão à distância, com o apoio de tutores, de modo que o aluno possa ter acompanhamento e fazer a avaliação presencial.
Na internet hoje podemos encontrar todas as ferramentas para aprender e praticar uma língua estrangeira. O importante é ter disponibilidade e dedicação. Participante desde o início do projeto da FFLCH, o mestre em língua italiana Darius Emrani pesquisa ensino por meio de ferramentas audiovisuais e fala sobre o diferencial do conteúdo.
— Existem diversos cursos online, já o Dire, fare, partire é, sem dúvida, o melhor material online de italiano, pela formação das pessoas envolvidas e a riqueza do material. Porém, o aprendizado vai depender do comprometimento do aluno.
Emrani faz o papel de ator nas vídeo-aulas. Proprietário do Centro Culturale Italiano em Atibaia (SP), ele patrocina o projeto da USP que agora está editando o material ‘Dire, Fare, Arrivare’, a segunda parte do material com vídeos gravados na Itália, que corresponde a um nível médio do idioma.
Os “falsos amigos” e os erros mais comuns
moglie (esposa) e donna (mulher)
diploma (diploma de nível médio) e laurea (diploma de nível superior)
conto (conta de restaurante) e bolletta (conta de gás, luz etc.)
il ponte, il colore e il fiore em italiano são palavras masculinas, enquanto no português são femininas
o verbo esserci significa ocorrer e avere se traduz como ter
Simone, Michele e Gabriele são nomes masculinos em italiano e femininos em português