Embarcação de ajuda humanitária está à deriva há quatro dias
(ANSA) – O ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, escreveu nesta segunda-feira (13) que o navio Aquarius, operado pelas ONGs SOS Mediterranee e Médicos Sem Fronteiras, que resgata imigrantes que tentam cruzar o Mar Mediterrâneo, “pode ir a onde quiser, não à Itália”. A embarcação está à deriva em águas maltesas há quatro dias e tem 141 pessoas a bordo, entre elas 67 menores de idade desacompanhados.
“Navio Aquarius com mais de 141 imigrantes a bordo: propriedade alemã, alugado por uma ONG francesa, tripulação estrangeira, em águas maltesas, com bandeira de Gibraltar. Pode ir a onde quiser, não à Itália! Basta aos traficantes de seres humanos e cúmplices”, escreveu Salvini, em seu perfil no Twitter.
“A ONG Aquarius agiu em coordenação com a Guarda Costeira Líbia em área de sua responsabilidade. A embarcação está agora em águas maltesas e tem bandeira de Gibraltar [território britânico]. A este ponto, o Reino Unido deve assumir sua responsabilidade pela garantia de segurança dos náufragos”, escreveu, por sua vez, o ministro dos Transportes e Infraestruturas italiano, Danilo Tonielli em sua conta no Twitter.
Já o prefeito de Nápoles, Luigi de Magistris, dispôs-se a receber a embarcação. “Convido a Aquarius a atracar em nosso porto porque, se isso não acontecer, teremos que buscá-los no mar, como se deve fazer com pessoas que estão sob risco de morrerem porque alguns querem se mostrar fortes perante os fracos, somente por oportunismo político” escreveu o líder, também pelo Twitter, em resposta aos tuítes de Salvini e Tonielli. Os ocupantes da embarcação são, em sua maioria, de Somália e Eritreia e foram resgatados na última sexta-feira (10). A ONG francesa SOS Mediterranee e os Médicos sem Fronteiras, já tiveram negados pedidos para atracar em Itália, Espanha e Malta.
Pelo Twitter, os Médicos Sem Fronteiras escreveram que “apesar de as condições médicas dos ocupantes serem estáveis, muitos deles estão com quadros de desnutrição”.