Hotel em Vobarno, indicado para receber refugiados através do programa de realocação do governo italiano, foi alvo de ataque com armas químicas incendiárias neste domingo (2).
De acordo o proprietário do hotel, Valerio Ponchiardi, simpatizante do partido ultracionalista Liga Norte que defende o fechamento das fronteiras italianas, o convênio com o governor nacional ainda não estava fechado. Então, apesar de indicado, o hotel ainda não havia se comprometido em fazer parte do programa de distribuição das dezenas de milhares de descolados externos que desembarcaram nos portos do sul por cidades de todo o país.
Reprovação
“Havia uma hipótese de utilização, mas nenhum acordo foi assinado até o momento”, enfatizou a prefeitura da Província de Brescia, órgão subordinado ao Ministério do Interior. Em declarações recentes Ponchiardi relatou a um site local sua contrariedade à idéia de transformar o Eureka em um centro de acolhimento.
“Se chegarem solicitando refúgio, será contra a minha vontade”, falou na ocasião. A idéia de transformação do hotel em área de acolhimento foi rechaçada também pelos moradores locais. O líder da Liga Norte, Matteo Salvani, disse que “qualquer episódio de violência ligado à invasão clandestina, que obviamente condenamos, é responsabilidade de um governo cúmplice e incapaz”.
Além de Verbero, várias cidades italianas, desde menores como Goro até a capital Roma, tem sido contra os solicitantes de refúgio, se opondo principalmente ao grande número de imigrantes.
Entre 1° de janeiro e 30 de junho deste ano, 83.360 deslocados externos desembarcaram nos portos italianos, um crescimento de 18,71% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com do Ministério do Interior.