Crescimento não contradiz responsabilidade de acordo com instituição
O Banco Central da Itália criticou o projeto de lei orçamentária do governo para 2019, cuja previsão é de uma expansão do déficit fiscal para financiar o aumento das despesas públicas.
A chamada “manobra” econômica criou um temor na União Europeia, uma vez que deve afastar o país de um caminho de redução da dívida pública da Itália. Esta que atingiu 132% do Produto Interno Bruto (PIB) e é a segunda maior da zona do euro. Além do projeto ter causado uma escalada do spread entre os títulos da dívida pública da Itália e da Alemanha, que consequentemente eleva os juros com os quais o Estado precisa lidar.
“Dois terços do débito italiano estão com instituições e indivíduos italianos. As oscilações de seu valor exercem efeitos em indivíduos italianos, em famílias, empresas e instituições financeiras que o detêm”, declarou o vice-diretor do Banco da Itália, Luigi Federico Signorini.
De acordo com Signorini, com o aumento do spread é possível reduzir a capacidade de algumas instituições financeiras de oferecerem crédito no mercado. “Reduzir a lacuna de crescimento em relação à Europa é um objetivo fundamental, mas um crescimento sustentável e maior coesão social não estão em contraste com a disciplina orçamentária”, acrescentou.
O dirigente do Banco da Itália disse também que as medidas financiadas pelo aumento do déficit, como a renda básica de cidadania, o piso de 780 euros nas aposentadorias e a introdução da “cota 100” no sistema previdenciário, tendem a ter efeitos “conjunturais modestos e graduais”.
“Se o Banco da Itália quer um governo que não mexa na Fornero, que se apresente nas eleições com esse programa. Não vamos voltar atrás”, escreveu Di Maio no Twitter. A lei orçamentária deve chegar ao Parlamento nos próximos dias e precisa ser aprovada até o fim do ano.