Uma organização espanhola de ajuda humanitária operando uma embarcação de resgate de migrantes parada na região da costa italiana rejeitou uma oferta da Espanha para atracar em Algeciras, dizendo que as mais de cem pessoas a bordo estão numa situação de emergência e que levaria muito tempo para chegar à Espanha.
Os migrantes, a maioria africanos, foram resgatados pela Open Arms na região da costa da Líbia nas duas últimas semanas e esperam para desembarcar na ilha de Lampedusa no sul da Itália.
O ministro do Interior da Itália, o político de extrema-direita Matteo Salvini, ordenou que eles não desembarcassem, apesar de ter feito uma concessão no sábado ao permitir que 27 menores de idade deixassem o barco, dizendo que somente concordou com isso depois da insistência do primeiro-ministro Giuseppe Conte.
A maior parte das embarcações de resgate de organizações de ajuda desapareceu durante o último ano por conta dos controles mais duros do governo e dos longos impasses.
“A Espanha sempre age em emergências humanitárias. É necessário estabelecer uma solução europeia organizada e solidária, enfrentando o desafio da migração com os valores do progresso e do humanismo da União Europeia”, afirmou o primeiro-ministro em exercício da Espanha, Pegro Sánchez, pelo Twitter.
A Open Arms disse neste domingo no entanto que a embarcação de mesmo nome não poderia ir para a Espanha, porque a viagem era longa e colocava o bem-estar dos migrantes sob risco.
“Estamos num estado de emergência humanitária extrema. Eles precisam ser desembarcados agora”, disse uma porta-voz da organização. “É impensável navegar por seis dias.”
Mais tarde, a porta-voz disse que a organização havia recebido uma ordem do centro de coordenação marítima da Espanha para seguir para Algeciras e que o capitão e advogados estavam em contato com o centro.
Salvini disse que a recusa da Open Arms era “incrível e inaceitável”. (Reuters)