O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, líder do partido de centro-direita Força Itália, anunciou que indicará o general Leonardo Gallitelli para a função de chefe de Governo – caso sua coalizão vença as eleições marcadas para março de 2018.
“Eu tenho vários nomes. Há uma pessoa muito capaz, que ainda não conversei: o general dos Carabinieri, Leonardo Gallitelli. É exemplo de alguém que não vem da política e alguém que pode ser visto com confiança ao ser premier”, disse o ex-premier italiano durante o programa “Che Tempo Fa”
Leonardo Gallitelli
Nascido em Taranto em 1948, o general começou sua carreira militar em 1967 e atuou em diversos núcleos da Polícia italiana.
É formado em Jurisprudência e já atuou no Estado Maior do Comando Geral e também no escritório antidoping da polícia. É casado, tem dois filhos, e nunca exerceu cargos políticos.
A indicação
A indicação do nome ocorre porque Berlusconi pode não ter autorização para concorrer ao posto nas eleições de 2018. Isso porque ele aguarda a decisão da Corte Europeia de Direitos Humanos sobre a decisão do Parlamento italiano de retirar seus direitos políticos até 2019. A decisão parlamentar ocorreu após o ex-Cavaliere ser condenado por fraude fiscal em 2013.
A coalizão de centro-direita desejada pelo líder do FI para as próximas eleições inclui a sigla de extrema-direita Liga Norte e o partido Fratelli d’Italia. No entanto, seu “maior aliado” nesse grupo, o líder da Liga, Matteo Salvini, não gostou do anúncio.
Em entrevista à “Radio24” nesta segunda-feira (27), Salvini destacou que “nunca tinha ouvido esse nome em alguma reunião” com Berlusconi e que pediu para o ex-premier “parar” de indicar pessoas para os futuros cargos.
“Em Catânia, eu falei para ele: desculpa, Silvio, mas não continue a falar isso sobre os ministros. A gente nunca conversou sobre isso e é a última coisa que os italianos estão interessados em escutar”, afirmou à rádio.
Ontem (26), durante uma reunião do FI, Berlusconi destilou críticas aos adversários políticos e informou que, se a coalizão for eleita, o governo “terá 20 Ministérios, sendo 12 da sociedade civil e só oito governados por políticos: três para o Força Itália, três para a Liga e dois para o FDI”.
Nas últimas semanas, o político de 81 anos afirmou que indicaria Salvini para ser seu ministro do Interior. (ANSA)