Comunità Italiana

Bolsonaro e Conte se reúnem e premier italiano diz que visitará Brasil em breve

Il presidente del Consiglio Giuseppe Conte e il presidente del Brasile Jair Bolsonaro (D) al Forum Economico Mondiale di Davos, Svizzera, 23 gennaio 2019. ANSA/FILIPPO ATTILI UFFICIO STAMPA PALAZZO CHIGI

 

Presidente brasileiro pretende viajar à Itália em novembro

O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, se reuniu com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em Davos, na Suíça, nesta quarta-feira (23), e disse que planeja visitar o Brasil “em breve”. A informação é do deputado brasileiro do Parlamento italiano Luis Roberto Lorenzato, que acompanhou a reunião.

Foi o primeiro encontro bilateral entre os líderes dos dois países desde setembro de 2016, quando Matteo Renzi e Michel Temer conversaram durante a cúpula do G20 de Hangzhou, na China.

“Foi um encontro muito positivo para o estreitamento das relações bilaterais. O premier italiano pediu ao Brasil oportunidades de investimentos, e Jair Bolsonaro disse que há interesse recíproco em aumentar o comércio bilateral”, relatou Lorenzato em um vídeo no Facebook.

De acordo com o deputado, o primeiro-ministro agradeceu mais uma vez pelo “desfecho da novela” Cesare Battisti, que foi detido e expulso pela Bolívia no último dia 13 de janeiro. A visita de Conte ao Brasil deve acontecer em fevereiro, mas ainda sem uma confirmação oficial do governo da Itália. Vale lembrar que no dia 21 do próximo mês, é comemorado o Dia Nacional do Imigrante Italiano.

“O premier também disse que irá ao Brasil brevemente, e Bolsonaro também confirmou que no final do ano, em novembro, deverá ir à Itália”, acrescentou Lorenzato, que pertence à ultranacionalista Liga, liderada pelo ministro do Interior Matteo Salvini.

O deputado foi o único parlamentar na reunião, que ainda contou com os ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da Presidência), além do assessor de Bolsonaro para Assuntos Internacionais, Filipe Martins, e do chanceler italiano, Enzo Moavero.

O primeiro-ministro Conte é associado ao antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), cujo fundador, Beppe Grillo, republicou nesta quarta-feira, em seu perfil no Twitter, um texto crítico sobre o presidente do Brasil. Em sua análise, Grillo, que não tem função no governo, diz que as políticas de Bolsonaro podem “colocar em risco” as populações indígenas da Amazônia, “com consequências catastróficas para o clima global”.

Segundo Lorenzato, as declarações de Grillo não têm influência na postura do governo italiano em relação a Bolsonaro, e o presidente inclusive presenteou Conte com um livro sobre a Amazônia.

“Bolsonaro disse que 60% do agronegócio brasileiro é feito por ítalo-brasileiros e que o Brasil é o país que mais preserva no mundo. A Itália tem que ajudar a tirar essa imagem de que o Brasil é contra o meio ambiente”, relatou o deputado.

Na reunião, Conte e Bolsonaro também discutiram temas da agenda internacional, como a crise na Venezuela, as negociações para um acordo comercial entre União Europeia e Mercosul e cooperações na indústria naval.

“Bolsonaro disse que tem um impasse nas cotas [de importação] impostas pela França”, afirmou Lorenzato sobre a questão UE-Mercosul, acrescentando que a resposta do primeiro-ministro foi: “Poxa, sempre a França”. Roma e Paris se envolveram em diversas polêmicas nos últimos meses, especialmente sobre a crise migratória.

Conte também perguntou a opinião de Bolsonaro sobre a Venezuela, e o presidente afirmou que vê uma “saída diplomática” e espera uma “ação conjunta com a Europa” para ajudar o país.

O encontro ocorreu no mesmo dia em que a ministra da Defesa da Itália, Elisabetta Trenta, iniciou uma viagem oficial ao Brasil, com o objetivo de discutir investimentos no setor naval. A estatal italiana Fincantieri participa da concorrência para construir as novas corvetas Tamandaré para a Marinha do Brasil. Fontes brasileiras também informaram que a Itália estuda vender fragatas da classe Fremm, fabricadas pela Fincantieri, para o país sul-americano e ajudar o governo Bolsonaro a facilitar as exportações para a Europa.