O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, reiterou nesta terça-feira em publicação no Twitter que vai extraditar imediatamente o ex-ativista italiano Cesare Battisti se for eleito presidente, e agradeceu a uma mensagem de apoio do vice-primeiro-ministro italiano Matteo Salvini na rede social.
“Reafirmo aqui meu compromisso de extraditar o terrorista Cesare Battisti, amado pela esquerda brasileira, imediatamente em caso de vitória nas eleições. Mostraremos ao mundo nosso total repúdio e empenho no combate ao terrorismo”, disse Bolsonaro em mensagem publicada tanto em português como em italiano.
Em outra publicação, o candidato do PSL respondeu a um tuíte de Salvini, político de extrema-direita que assumiu como vice-premiê da Itália em junho, com mensagem de apoio a Bolsonaro. “Grato pela consideração de vossa excelência, vice-primeiro-ministro italiano! Um forte abraço aqui do Brasil”, disse.
A publicação de Salvini foi feita no dia do primeiro turno da eleição presidencial do Brasil, em 7 de outubro, quando Bolsonaro ficou em primeiro lugar com 46 por cento dos votos válidos. “Também no Brasil há mudança. Esquerda derrotada e novos ares”, disse o político italiano.
Battisti teve sua extradição requerida pela Itália em razão de ter sido condenado naquele país a prisão perpétua por quatro assassinatos na década de 1970, quando era integrante de um grupo militante de esquerda. No entanto, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu, no final de 2010, conceder a Battisti status de asilado no Brasil.
Em outubro do ano passado, Battisti foi detido em Corumbá (MS), cidade próxima à fronteira com a Bolívia, carregando dólares e euros em espécie, numa indicação de que poderia estar planejando uma fuga do país, o que levou a Itália a reiterar seu pedido ao governo brasileiro pela extradição.
Battisti, no entanto, foi solto por ordem da Justiça e responde ao processo em liberdade, sob algumas medidas restritivas.
Na década de 1970 Battisti pertenceu ao grupo guerrilheiro chamado Proletários Armados pelo Comunismo. Ele escapou da prisão em 1981 e morou na França antes de seguir ao Brasil para evitar ser extraditado para a Itália.
(REUTERS)