Trabalho da única câmara bilateral a receber o reconhecimento da Firjan ajuda a estreitar as relações entre os dois países. Cerimônia de entrega contou com a presença do embaixador italiano Antonio Bernardini
A Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro recebeu nesta terça-feira (19/9) o Prêmio Rio Export, edição 2017, por seu desempenho na promoção do comércio exterior do estado do Rio de Janeiro. A entidade foi a única câmara bilateral a ganhar o reconhecimento, que foi entregue a 11 ganhadores na sede da Firjan, no centro da capital fluminense. O Sistema Firjan lançou a premiação em 1998 pela difusão e consolidação da cultura exportadora no estado. O prêmio foi entregue ao presidente da Câmara, Alessandro Barillà, pelo diretor da Firjan Internacional, Frederico César de Araújo.
Grandes empresas italianas têm sede no Rio
O embaixador da Itália no Brasil, Antonio Bernardini, esteve presente no evento cerimônia de entrega e destacou a importância do reconhecimento para as relações entre os dois países.
— O prêmio é um incentivo para continuarmos nosso trabalho. Em um momento de crise econômica no Brasil, esse reconhecimento é muito importante promover as relações econômicas entre o Rio e a Itália. O Rio tem uma característica marcante, que é a presença de grandes empresas italianas: temos a presença histórica da Generali, além da Tim, da Enel e da Techint. São parceiras importantes da economia brasileira, que podem atrair outras empresas italianas a descobrirem a dimensão do Rio. Frequentemente se fala do turismo no Rio, que é importante, mas o estado tem uma forte atividade econômica ligada à indústria petrolífera, elétrica, de telecomunicações e de multimídia, que exercem um papel importante nas relações econômicas entre os dois países — comentou com Comunità.
Exportar para sobreviver à crise
Em um momento de dramática crise econômica no estado do Rio de Janeiro, exportar significa uma saída para as empresas fugirem do vermelho, explica o diretor executivo da Câmara italiana, Giorgio Rossi.
— A Câmara acredita profundamente na sua bilateridade, e ser bilateral significa atender tanto empresas italianas que buscam atuar no Brasil quanto empresas fluminenses que buscam a Itália para expandir seus negócios. Com o desaquecimento da economia interna, muitas buscaram o exterior como saída para seus negócios. E temos muitas indústrias competitivas no Brasil. A exportação não é uma âncora de salvação, mas é uma estratégia — ressalta Rossi.
Energia solar, petróleo e produtos agroalimentares são protagonistas
Os setores de maior destaque na atividade econômica que ligam a Itália ao Rio de Janeiro são a energia renovável, protagonizada pela Enel, sediada em Niterói (RJ) e líder em energia eólica e solar da América Latina, cujo maior acionista é o Estado italiano; o petrolífero; e o agroalimentar.
— A Itália é o segundo país europeu em produção de energia renovável, setor que exerce muito impacto na economia italiana. A Enel faz um trabalho de convidar empresas italianas a atuarem no país, além de ser uma grande distribuidora de energia: foi a primeira empresa a ganhar uma concessão no governo Temer através da Celg de Goiás. Já o setor petrolífero, apesar da crise, continua sendo a vocação do Rio, estado que concentra mais de 90% das jazidas onshore e offshore do Brasil. Trata-se de um setor relevante que está passando por uma redefinição, mas que continua no nosso radar. Quanto às importações, a parte agroalimentar é uma constante. Sendo italianos, continuamos a promover esse setor, que faz parte das excelências da Itália — finaliza Giorgio, diretor executivo da Câmara, entidade que, no último ano, realizou cinco mil atendimentos para uma rede de 280 associados.