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Centenário de Zélia Gattai

30 de novembro de 2016 - Por Comunità Italiana
Centenário de Zélia Gattai

Centenário de Zélia GattaiJornalista italiana Antonella Roscilli lança no Brasil seu terceiro livro, uma homenagem à escritora ítalo-brasileira nascida na Bahia, com quem chegou a conviver e através da qual conheceu Jorge Amado

No centenário do nascimento de Zélia Gattai, a escritora e jornalista italiana Antonella Rita Roscilli esteve em Belo Horizonte, em setembro, para lançar seu livro dedicado à vida da escritora e sua relação com a imigração italiana no Brasil. Antonella ressaltou a importância de Zélia não só para a cultura brasileira, mas também para a cultura italiana. Este ano, não por acaso, a editora italiana Nova Delphi publicou Memorial do Amor, livro que Zélia escreveu em 2004, contando a história da casa do Rio Vermelho, onde viveu por quase 40 anos com o escritor Jorge Amado. A palestra de Antonella, organizada pelo Consulado italiano de Belo Horizonte, fez parte da programação da Semana da Língua Italiana.
— Ela queria muito que virasse um memorial porque era a casa onde Jorge Amado vivia, se concentrava, e, com ela, recebia amigos. Foram 56 anos de amor verdadeiro, quando eu tive o prazer de conhecer Zélia pessoalmente. Morei em sua casa por um mês e meio em 2004, e tive a possibilidade de conhecer a Zélia mulher, não só a escritora, memorialista e contadora de histórias, como ela amava se definir. Nela, a mulher e a escritora eram a mesma pessoa. Ela sentia-se muito italiana porque tinha recebido dos pais os valores da educação italiana — revela Antonella.
Seus pais eram filhos de imigrantes italianos que chegaram ao Brasil em 1890 e trouxeram malas cheias de sonhos e utopias, mas sem nunca esquecer as raízes deles: a mãe era vêneta e o pai, toscano. O amor pela terra italiana se manteve ao longo de toda a sua vida. Os avós maternos, os Da Col, vieram de Pieve di Cadore, no Vêneto, e foram para Cândido Mota (SP), em 1890, para trabalhar no campo. Francesco Arnaldo Gattai, o avô paterno, um sonhador e anarquista, desembarcou com a esposa Argia Fagnoni e os cinco filhos, entre os quais, Ernesto, o futuro pai de Zélia. Eles foram atrás do sonho de estabelecer uma colônia experimental socialista no interior do Paraná. Os Gattai moraram na Colônia Cecília, antes de se mudarem para São Paulo, onde ingressaram na Liga Operária e na Aliança Nacional Libertadora. Ambos eram ativos na luta pelos direitos dos trabalhadores, ressalta Antonella.
— No Paraná, vi, na Universidade, o acervo de cartas de Giovanni Rossi, um jornalista e biólogo de Pisa, que entrou em contato com Dom Pedro II, em Milão, no teatro La Scala, na noite em que Carlos Gomes apresentou O Guarani. O jornalista entregou ao imperador, por meio de amigos, Una Comune in riva al mare, um livrinho que idealizava uma colônia experimental em algum lugar do mundo. Ele já tinha realizado uma comuna em Civitella, na região da Lombardia. O imperador apoiou o projeto porque sentiva a exigência de ocupar as terras do Paraná e do Rio Grande do Sul. Na colônia não havia um chefe. O caixa do dinheiro era comum. Foi construída uma escola, o trabalho era agrícola, mas, em seguida, os imigrantes foram trabalhar na construção de estradas de ferro. A Colônia Cecília chegou a abrigar 150 pessoas, que passaram por muitas dificuldades, e resistiu por quatro anos, até 1894 — narra.
Ela revela também que, através da convivência com a baiana, conheceu Jorge Amado:
— Virei a sua biógrafa e aprendi a conhecer Jorge Amado como ser humano através da palavra dela. Sua lembrança do marido era muito forte e despertou em mim uma grande curiosidade de conhecê-lo melhor. Quando eu trabalhava na direção de Teche Rai, no acervo da Rai, descobri muito material sobre ele e, para o seu centenário, produzimos o primeiro documentário italiano sobre a vida de Jorge Amado. Tudo isso para dizer como a vida de Zélia, esta mulher contadora de histórias, pode despertar um estudo multidisciplinar, de vários temas — conclui a escritora.

Divulgadora da cultura brasileira na Itália
Zélia Gattai Amado e suas raízes italianas: Histórias e Língua como lugares de Identidade e Tradução de Memórias é o terceiro livro da brasilianista Antonella Rita Roscilli, que vive em Roma. Jornalista e tradutora, dedica-se à divulgação da cultura brasileira na Europa por meio de palestras, artigos, ensaios e documentários. Formada em Literatura Brasileira e Países da África Lusófona na Universidade La Sapienza de Roma, é mestre em Cultura e Sociedade pela UFBA. É criadora e curadora do Acervo de Literatura Brasileira contemporânea em língua portuguesa da Biblioteca Vaccheria Nardi da Prefeitura de Roma. Fundou e dirige Sarapegbe, revista bilíngue dedicada ao diálogo intercultural.

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.